Colheita 2016

Colheita 2016
Seja bem-vindo! E que nunca nos falte o pão, o vinho e a saúde e alegria para compartilhar!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sou Grata!



Por favor não estranhem o título e muito menos a imagem dos Budas acima.
Há alguns anos venho tentando seguir a filosofia budista. Isso tem se mostrado o maior desafio que já tive que enfrentar. Não vou entrar em detalhes pois este não é o espaço para isso.
Mas escrevo este post depois de muitos questionamentos internos à luz do budismo que tento internalizar.
Este é um post de agradecimento à três pessoas em particular e aos leitores em geral. Danilo Ucha, Caren Muraro e Daniel Arraspide, que fizeram comentários muito elogiosos sobre este blog no blog do Ucha e que alegraram meu dia e minha alma.
A vaidade é, na grande maioria das vezes, prejudicial. 
Mas um elogio sincero e desinteressado "eleva a mente e acalma o coração, fazendo o elogiado viver um momento de alegria, pois vê conformado que sua contribuição para este mundo foi notada e valorizada. Somos todos seres sociais" escreve o Mestre budista Hsing Yün no livro 'Cultivando o Bem'.
Por isso, agredeço aos três e aos demais leitores que empenham seu tempo em ler este blog, mesmo com tanta informação disponível na internet e fora dela.
Continuarei fazendo o meu melhor para informá-los e entretê-los da maneira mais honesta e verdadeira possível.
Namastê!
Sílvia



segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cresce a venda de vinhos brasileiros

É muito difícil precisar a quantidade de vinho que o brasileiro toma. Os dados oficiais dão conta de que são menos de dois litros por pessoa por ano (1.8 litros).
Muitas pessoas do setor dizem que isso não é mais real, que essa estatística está defasada e coisa e tal, e que o número estaria já na casa dos 2,3 litros. Acreditem-me, parece pouco, mas não é. Se for multiplicado pelo número de habitantes do país esse pequeno aumento faz uma diferença imensa em nossa indústria.
Sempre que me deparo com um especialista eu questiono esse número, e no começo deste ano - por conta de uma matéria que estava escrevendo - tive que obter dados mais bem explicados, por assim dizer. Foi o especialista em estatística da Embrapa quem me explicou o por quê desse consumo não parecer nunca aumentar: a população brasileira vem crescendo mais rápido que o consumo. Simples assim.
Mas existe, afinal, um número positivo que, se ainda não é capaz de subir o ponteiro da estatística oficial, ao menos é capaz de deixar os produtores - e gente como eu que torce pela indústria nacional - mais otimistas.
A venda de vinhos elaborados no Rio Grande do Sul, estado responsável por mais de 80% da produção brasileira, cresceu em 3,66% no primeiro quadrimestre deste ano em relação a 2009. O melhor desse número é que essa é uma época de vendas fracas, tradicionalmente. Chega depois das festas de fim de ano e antes do inverno.
Mas a melhor notícia agregada à essa estatística nova, divulgada pela assessoria de imprensa do Ibravin, é que a venda dos espumantes gaúchos subiu 29,5% no mesmo período. “Cada vez mais os consumidores estão reconhecendo os investimentos feitos pelas vinícolas em qualidade”, destaca Júlio Fante, presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, em release da instituição.
O Ibravin projeta, para este ano, um crescimento de 10 a 12% na venda de vinhos, semelhante ao obtido no ano passado em relação a 2008.
São boas novas para todos nós, que poderão ser brindadas com o vinho que aparece na foto, o assemblage Décima, da vinícola Piagentini, ao lado de um prato de queijo de leite de ovelha, na frente da lareira do hotel Dall'Onder, em Bento Gonçalves.

domingo, 27 de junho de 2010

Bons Brindes e Muitos Gols!

Os espumantes brasileiros também estão em Joanesburgo, em alguns eventos que celebram o que o Brasil tem de bom além de futebol.
Assim, com o desejo de que a partida de segunda-feira contra nossos 'quase-vizinhos' do Chile (irmãos em taças) seja limpa, disputada e bonita de ver, fica uma foto de uma sul-africana servindo nossos espumantes em Joanesburgo, nesta semana.



Sterkte Brasilië! (Boa sorte Brasil em africâner)!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Entristeça ou ria de si mesmo...


As 'meninas' de mais de 40 anos como eu provavelmente vão se lembrar do bonitão da foto ao lado. Sim respeitáveis senhoras, é o inglês David Coverdale, vocalista da banda Whitesnake. E sim, mais uma vez, a foto é recente e - guardadas as devidas proporções - até que o sujeito envelheceu bem para um cantor de hard rock dos tempos do LSD. Afinal, ele vai fazer 59 anos em setembro próximo - nascemos no mesmo dia - para meu desespero ele continua tendo o cabelo mais bonito do que o meu!
Mas confesso que não deixei de ficar chocada quando essa imagem chegou em minha caixa postal. Fazia muitos anos que eu não pensava no começo dos anos 80, quando eu era tão fã do sujeito a ponto de ter posteres no quarto e de guardar a mesada para comprar revistas estrangeiras que tivessem ele na capa.
Dói só de contar...(risos) e mesmo a música que eu mais adorava (e que ainda me pego cantarolando às vezes) perdeu todo o sentido quando a adolescência passou. 
O refrão dizia assim "And here I go again on my owm/ Going down the only road I've ever known/ Like a drifter I was born to walk alone/ But I've made up my mind/ I ain't wasting no more time/ Here I go again/ Here I go again..." 
Pertence ao álbun Saints an' Sinners de 1982 e foi uma das músicas mais cantadas no primeiro Rock in Rio (junto com Love Ain't no Stranger)... dá vontade de chorar (ou de rir histericamente). 
Nessa altura vocês devem estar se perguntando o por quê da seção 'querido diário' ter reaparecido no blog. Ocorre que recebi essa imagem junto de uma notícia - que fui checar para confirmar - de que a banda Whitesnake está lançando um vinho. Um 'celebrity wine' como são chamados lá fora os vinhos que recebem o nome de esportistas, atores e atrizes duvidosos ou não, músicos em meio ou fim de carreira, coisas assim.
O fato é que é verdade. Vai ser lançado no dia 1o de julho o Whitesnake Zinfandel 2008 (mais ou menos 30 dólares cada garrafa), feito pela vinícola californiana De la Montanya, que no passado já fez também um vinho para a banda Journey. Será que alguém aí além de mim lembra da música Don't Stop Believin' que eles cantavam? Voltou às paradas em 2009 por ter aparecido em um dos primeiros episódios do seriado americano Glee da Fox. 
Não consigo deixar de pensar na piada de que esses vinhos foram feitos nos anos 80, bebidos em doidas tournês em ônibus pintados com chamas e outros quetais do hard rock, e as garrafas que sobraram ficaram envelhecendo até agora, quando os 'tiozinhos' resolveram lançá-los para fazer um caixa extra. Não são 'celebrity wines', são vinhos do rock pré-geriátrico... 
Verdade seja dita, me diverti lembrando dessas coisas do passado e buscando (que maravilha achar algumas coisas na internet) os vídeos dessas músicas. Estão todos lá no YouTube para quem, como eu, ficou com saudade da voz poderosa do David Coverdale e do tipinho mirrado que cantava no Journey (Steve Perry).
Bons goles neste final de semana, sempre lembrando que os vinhos ficam ainda melhores celebrando bons momentos, mesmo que seja "down on the memory lane".
Here I go again...
http://www.youtube.com/watch?v=N_zPzJFonS4 (versão de 2006, mas existe também o original, ainda mais poderoso)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Os três mosqueteiros (que eram 4)

Enólogo, enófilo e sommelier, você conhece as diferenças?

Não passa uma semana sem que alguém me pergunte se sou enóloga (não sou). A confusão é tão comum que até a revista VEJA já apresentou como enólogo quem não é, em sua edição eletrônica. Pega mal para um veículo tão importante que as pessoas não chequem as informações antes de divulgá-las.
Mas, vamos começar pequeno e tentar explicar aqui, pois ninguém nasce sabendo. Em um país que consome pouco vinho como o nosso, mas cujo interesse vem escalando nos últimos anos, informação de qualidade vale ouro e diferencia quem é sério de quem não é.
Enólogo é, no Brasil e em alguns outros países que seguem a mesma legislação da OIV - Organização Internacional da Uva e do Vinho - o profissional com curso superior específico que é o responsável técnico pelos vinhos que faz. E 'fazer' o vinho significa muitas coisas: 1- orientar e discutir junto ao agrônomo ou viticultor como a parreira deve ser plantada, conduzida, podada e tratada, 2- decidir o momento da colheita das uvas, 3- orientar a seleção delas para a cantina e todos os processos daí em diante, incluindo maceração, fermentação, filtragem etc, 4- fazer os cortes (assemblages) dos vinhos, 5- pesquisar, conhecer e avaliar os componentes bioquímicos de cada produto, 6- atuar nas áreas de turismo ou marketing recebendo e orientando clientes, imprensa e fornecedores, 7- ser responsável pelo cumprimento da legislação local e internacional (em casos de exportação) e colocar seu número de registro no Conselho Regional de Química em cada garrafa. Isso entre tantas outras atribuições importantes que acontecem em meio a todo esse processo, seja na vinícola ou fora dela. O Brasil tem, inclusive, uma Associação Brasileira de Enologia (ABE) em Bento Gonçalves (RS) que existe há quase 40 anos, presidida por Christian Bernardi (enólogo da Tecnovin/Winepark) e que reúne mais de 350 profissionais.
Portanto, poucas pessoas no Brasil podem ser chamadas de enólogos, certificados, registrados e, principalmente, atuantes (nas fotos abaixo dois enólogos de verdade! Adriano Miolo em roupas de cantina e Edegar Scotergagna (Vinícola Luiz Argenta).


Enófilo é a pessoa que não somente gosta de beber vinhos como estuda o assunto, se aprofunda em cursos e visitas nacionais e internacionais e, em muitos casos, escreve livros, apresenta palestras, dá cursos de degustação. Mas ainda assim não FAZ vinhos, embora conheça profundamente sobre eles.
Existe um grande número de enófilos que atuam como se fossem jornalistas, escrevendo sobre vinhos em publicações especializadas ou não e assim ficam conhecidos no mercado. Na foto abaixo estão dois enófilos brasileiros, atuantes, conhecedores e participativos (e principalmente a meu ver sem preconceitos com relação aos vinhos brasileiros), à esquerda Renato Frascino e o último homem à direita é Didú Russo, entre eles há somente uma enóloga, a morena alta quase no meio da foto, Gabriela Jornada da Miolo que atua no marketing da empresa, e os outros são jornalistas especializados e administradores do mundo do vinho (entre eles o CEO da Miolo).


Sommelier é o profissional encarregado do serviço do vinho, da harmonização entre alimentos e bebidas, da composição das cartas em restaurantes, do atendimento direto ao cliente em bares e hotéis, do controle de adegas e lojas.
Aqui é onde mora a maior confusão. Originalmente o sommelier é o 'garçon de vinhos', não necessariamente um enófilo (mas em geral sim, pois esse tipo de especialização requer que se tenha afinidade com o produto) e mais raramente um enólogo.
Para o sommelier de verdade sobra muito do 'trabalho pesado', isto é: limpar e cuidar das taças, zelar pela conservação e temperatura dos variados tipos de vinhos, carregar caixas, treinar a brigada do restaurante, organizar a adega, controlar preços e a entrada e saída de mercadorias em estoque. 
Então, sobra pouco tempo para o trabalho mais delicado, que é o de provar os vinhos, buscar as harmonizações ideais com cada cardápio, fazer um bom serviço de vinhos na mesa do cliente conhecendo as suas preferências (e o seu bolso) e menos tempo ainda para viagens técnicas, passeios, confrarias e aulas.
Daí que fica estranho como uma porção de gente que jamais carregou uma caixa de vinhos na vida, para organizar uma adega, ou passou horas tirando batom de taças, quer se apresentar como sommelier.
Um dos motivos, acredito, é que a profissão não é regulamentada aqui (**), e como o mundo dos vinhos é razoavelmente novo neste país, uma das poucas opções de estudo para os enófilos de antanho eram os cursos livres de sommelier. Óbvio que isso precisa mudar, com urgência.
Na foto abaixo um sommelier de verdade, mezzo paulistano mezzo gaúcho Vinícius Santiago, da Salton.
(**) atualiazação: em julho de 2011 foi aprovada a regulamentação da profissão de sommelier, mas ainda não existem as definições corretas para ela.

 

Outros nomes que são sommeliers de verdade (que já suportaram chatices várias de chefs de cozinha, clientes, vendedores etc e que passaram noites de sábado abrindo garrafas e explicando os vinhos) são Manoel Beato (o responsável por colocar o nome dos sommeliers na mídia, com seu trabalho incansável no Fasano), Eliana Araújo, Carina Cooper, André Cavalcante, Tiago Locatelli, Deise Novakoski, Alexandra Corvo, Dionísio Chaves entre tantos outros que tentam combinar conhecimento com trabalho árduo.

O quarto mosqueteiro: no Brasil existem os técnicos em enologia, que são formados no ensino médio da escolas especializadas. A grande maioria deles segue para o curso superior, outros vão estudar na Argentina, no Chile, na França etc. Hoje em dia são encarregados de boa parte do trabalho do dia-a-dia dentro de uma cantina. Enlouquecem durante a colheita, carregando caixas, selecionando uvas, cuidando de processos produtivos importantes, sob a supervisão de um enólogo. Alguns deles vão para as áreas comerciais, onde podem utilizar seus conhecimentos de vitivinicultura e trabalhar na venda e no marketing do vinho. Na foto abaixo, técnicos da Miolo recebem uvas na época da colheita.




Por último, mas não menos importante, falta ressaltar a presença de engenheiros químicos e agrônomos, que vieram a se especializar em enologia em cursos de mestrado e doutorado (muitos deles antes do curso superior em enologia existir no Brasil). Vários deles trabalham como enólogos nas vinícolas, mas um número significativo atua na pesquisa científica. Na foto abaixo estão três deles, da Embrapa Uva e Vinho: Celito Guerra, Mauro Zanus e Irineo Dall'Agnol.




Enfim, espero que esta longa postagem auxilie àqueles que ainda tinham dúvidas sobre 'quem é quem' nesse mundo do vinho. 
Bons goles de um bom vinho brasileiro feito por um enólogo, servido por um sommelier e degustado por um apreciador.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Vinho Quente em semana de São João!


Ontem, dia de jogo do Brasil, resolvi fazer vinho quente - que acabou por ser servido morno por conta dos 24 graus que fazia em São Paulo.
Fui xeterar algumas receitas e acabei por adaptar uma que deu bastante certo e que reproduzo aqui, dá para umas seis pessoas. (A história dessa bebida está ao final)

1 maçã grande firme cortada em cubos sem casca (fuji ou pink lady)
5 damascos turcos fatiados
1/2 limão em fatias finas e o caldo da outra metade
1 xícara de café de passas
6 cravos
1 colher de sobremesa de paus de canela
1 xícara de chá de açúcar
3 xícaras de chá de água
1 garrafa de vinho tinto demi-sec 

Em uma panela de fundo grosso e boca larga misture 1/2 xícara de açúcar e 1/2 xícara de água. Leve ao fogo médio misturando até a calda tomar cor.
Deve ficar um granada pálido. Continue mexendo e coloque as maçãs, os damascos, cravos, canela e as passas. Misture bem e deixe que tomem um pouco mais de cor por uns 3 minutos.
Abaixe o fogo e acrescente a água e o vinho, misture e deixe levantar fervura.
Quando ferver coloque as rodelas de limão e o caldo restante, prove e coloque mais açúcar se for preciso (dependendo do vinho e do doce das frutas pode não ser).
Deixe ferver por mais alguns minutos e desligue. Está pronto para servir e pode ser conservado em geladeira de um dia para o outro.
Qual vinho usar? Por favor, evite os vinhos de garrafão. Não pelo fato de serem feitos de uvas não viníferas, mas sim pelo fato de que a maior parte deles leva mais do que uva e açúcar e isso não combina com o vinho quente, combina com ressaca.
Algumas rótulos que não farão feio, custam barato e são fáceis de achar: Castell Chambert e Chalise da Salton, Saint Germain Merlot ou Cabernet (da Aurora).
Para fazer a versão sem álcool, coloque metade do açúcar e troque o vinho por suco de uva integral. Não deixe ferver muito, pois não há necessidade de evaporar o álcool e pode amargar.
Sirva em uma linda caneca de barro ou louça com uma colherinha para comer as frutas.
Aproveite!

Um gole de história: O nosso vinho quente, assim como o quentão de cachaça, faz parte de uma das divisões da coquetelaria chamada 'grogues'. Os mais famosos são preparados com rum, brandy ou whisky e podem ser servidos em chamas. 
As versões brasileiras disputam a história com os ponches, bebidas mais frutadas onde o álcool é só parte do atrativo e que podem ser servidos quentes ou frios. A história dos ponches começa na Índia, com os chás sendo incrementados com especiarias e frutas e a dos grogues e vinhos quentes tem raiz na Europa, quando os vinhos que já estavam para ficar avinagrados eram fervidos com frutas, mel e especiarias para serem servidos aos soldados.
Até os dias de hoje, nas feiras de Natal em muitas partes da Europa são servidos vinhos cozidos com frutas e especiarias (Gluhwein), muitas vezes com a adição de um destilado de cerejas (foto ao lado no mercado de Dresden e abaixo do mercado de Estrasburgo- ambas as fotos são do arquivo da Latin Stock). 

sábado, 19 de junho de 2010

Humor Gaúcho para o Fim de Semana







Todas as tirinhas são do artista gaúcho Iotti, os personagens são Radicci, Nôno, Guilermino e Genoveva.

Bom descanso e bons goles!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

BRICs - Sabe o que é?

Essa sigla, BRIC, tem sido usada no 'politiquês' e no 'economês' para designar os países de economia emergente e coloca no mesmo saco Brasil, Rússia, Índia e China.
E o que isso tem a ver com vinho, você se pergunta?
Bem, só a Rússia desse novo grupo não produz vinhos.
Dá para acreditar?
Então, está no site de meu colega jornalista, enófilo e confrade Marcos Pivetta, uma matéria que eu escrevi sobre a Índia, com entrevistas feitas com um produtor e uma sommeliére da terra do curry e das vacas sagradas. Segue o link (é só clicar sobre ele):
http://jornaldovinho.com.br/novo/


Acima você vê uma foto dos vinhedos da SulaWines, no coração da Índia. Só para atiçar a curiosidade e fazer você acessar o site do 'Jornal do Vinho'.
Obrigado Marcos!

100 anos!

Na última terça-feira, quando eu almoçava no Di Paolo em companhia de Daniela Salton, coordenadora de Comunicação e Marketing da região sul da vinícola que leva seu sobrenome, ela me perguntou se eu tinha em mãos todas as informações que precisava para escrever o artigo sobre os 100 anos da empresa.
A resposta é difícil. Sim e Não seria o mais preciso.
Tenho informações e observações suficientes para encher um pequeno livro e talvez faltem-me outras para compor os retratos que tanto aprecio.
Como contar 100 anos de história de uma empresa familiar em um país que tem apenas 510 anos de história 'descoberta'? Isso por si só já é uma resposta.
Enquanto penso em uma maneira de escrever sobre isso nas poucas páginas das quais disponho na revista onde trabalho, tento juntar alguns pensamentos aqui. O que também não está fácil.
Mas farei o seguinte, vou mostrar para vocês logo abaixo duas fotos:


Espero que seja possível visualizar a gravata da foto menor, onde está marcada a safra do 'champagne': 1941 (ano de nascimento de meu pai, por coincidência). Ela faz parte de uma série de garrafas antiga bem preservadas que eu pude fotografar.
E na outra imagem está o decanter onde repousa o tinto comemorativo dos 100 anos, com sua rolha na frente, prestes a ser degustado por mim e pelo sommelier da Salton, Vinícius Santiago.




Na imagem acima um momento pra lá de agradável. Minha primeira visita ao conhecidíssimo restaurante Canta Maria (não, eu nunca havia ido ao Canta Maria, um erro que já foi corrigido pelo convite da Salton). No jantar de segunda-feira, tomando a segunda garrafa de Espumante Prosecco Salton, estamos à esquerda Isete e Lucindo Copat (enólogo e diretor técnico da vinícola) e à direita Daniela Salton e eu.
O casal compartilhou histórias de quando se conheceram na Cooperativa Aurora, das viagens para a Itália em busca das raízes familiares e dos anos de trabalho e vida na cidade de Bento Gonçalves, da qual os três são nativos.
Delicioso jantar, com aquela combinação imbatível de boa comida, bebiba, papo e companhia.
Deixar a Serra Gaúcha é sempre desagradável, mas se eu não parar para colocar 'no papel' todas essas observações não terei trabalho que me permita voltar...
Então, ao trabalho!

domingo, 13 de junho de 2010

A Bisavó das Vinícolas


Se o nevoeiro permitir o pouso do avião, vou curtir uma noite de frio hoje em Bento Gonçalves.
Na manhã da 2a feira parto para o distrito de Tuiuty para visitar a Salton, fazer uma porção de entrevistas, conhecer parreirais e antigas instalações.
Tudo isso para tentar compor um retrato do que é uma vinícola familiar que chega aos 100 anos de vida.
Impressionante não?
No começo desta semana estive na filial paulista da vinícola, que fica na zona norte de SP, para conhecer a produção do conhaque Presidente (não, ao contrário do que pensa nosso atual chefe da República, esse destilado não foi feito especialmente para ele) e para conversar com as duas filhas de Ângelo Salton (Luciana e Stella) que lá trabalham.
Tive o prazer de almoçar com elas e com um dos outros acionistas da empresa, o diretor Wagner Ribeiro,
sorvendo uma boa garrafa de Salton Talento.
Estarei de volta na 3a feira, mais precisamente voando para cá durante o primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo. Só posso torcer para que o piloto não seja espanhol ou argentino...
Até a volta e boa torcida verdeamarela!


sábado, 12 de junho de 2010

Quase 19 anos...

Você disse que nosso namoro atingiu a maioridade. Eu digo que hoje somos mais jovens de coração do que éramos há 19 anos.
Em nosso primeiro encontro 'oficial' você levou uma garrafa de Champagne. Talvez tenha sido esse o momento decisivo...
Em nosso casamento não nos lembramos de ter comido nada, mas lembramos de ter tomado toda a garrafa de espumante (desta vez já brasileiríssimo).
Hoje brindamos erros e acertos, conquistas e perdas, ao passado e todo seu aprendizado e ao futuro e todas as surpresas que ele nos guarda.
Tenho uma certeza: a melhor safra para o amor é sempre a presente!
Feliz dia dos Namorados Cristiano!


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Luiz Argenta


Domingo à tarde, quase final de outono na Serra Gaúcha, deixo um saboroso almoço na mais tradicional cantina do Vale (a Di Paolo) para uma viagem de pouco mais de uma hora até a cidade de Flores da Cunha, a Brasília do vinho brasileiro - ou seja, a cidade onde efetivamente são tomadas as decisões políticas sobre vinho em nosso país.
Ninguém vai admitir, ninguém vai contar, mas acredite-me, o Planalto Central do Mundo do Vinho é lá.
Mas isso não vem ao caso. O que quero MESMO mostrar é que conheci a mais surpreendente vinícola que já visitei no Brasil. Dá para começar só olhando a foto que fiz acima, sem absolutamente nenhum recurso extra, a não ser a luz local e uma maquinha bem simples (pero cumpridora...).
As terras foram compradas da extinta (e muito antiga) vinícola Granja União (a marca foi comprada pela Vinícola Cordelier) e recuperadas e replantadas com muito capricho pelo empresário Deunir Argenta, que adquiriu a propriedade junto de seu irmão. As instalações ficaram prontas há pouco tempo (nem 3 meses) e tiveram o projeto feito pela arquiteta Vanja Hertcert (proprietária da pousada Borghetto Sant'anna, da qual já falei neste blog).
Desde a entrada tudo surpreende, a imensa rampa, a ampla varanda com móveis modernos que convida o olhar a se debruçar sobre os vinhedos e todas as instalações técnicas, estudadas para produzir vinhos com o que há de mais moderno em termos de tecnologia. Praticamente todos os processos são feitos por gravidade, garantindo o menor movimento possível em todas as etapas e a mínima interferência de bombas e quetais.
Internamente a vinícola é bem dimensionada e equipada e os muitos pontos onde se pode sair dela e observar o entorno revelam uma impressionante capacidade de integração entre a construção e a topografia dos vinhedos que a circundam.
A geometria está em todos os cantos, desafiando o olhar, derrubando obviedades como folhas secas de outono e intrigando o visitante.

Mas nada nos prepara para o momento em que a porta de ferro gigantesca da cave subterrânea se abre. A pouca iluminação revela detalhes aos poucos e não permite fotos de muita qualidade, mas talvez seja possível perceber um pouco do espaço onde descansam as barricas de carvalho da vinícola. Um paredão de pedra escavada revela formas, forma desenhos, desenha imagens que transformam o espaço a cada passo do visitante. Uma sequência de concavidades no teto completa o sentido da audição, amplificando e modificando vozes.
Os responsáveis por esse espaço  (além de meus dois companheiros de viagem) aparecem na foto seguinte. Em primeiro plano Deunir Argenta, à sua direita no fundo o enólogo Edegar Scotergagna e Daiane Argenta, Gerente Comercial da Vinícola. À esquerda estão Iris Zimpel e Sergio Inglez de Souza, começando a prova dos vinhos que, depois de toda essa longa história, merecerão um post só para eles.


Um brinde à elegância da Vinícola Luiz Argenta!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Almaúnica



Os irmãos Brandelli são uma família tradicional na produção de uvas viníferas e de vinhos no Vale dos Vinhedos, município de Bento Gonçalves na Serra Gaúcha. O patriarca Laurindo herdou as terras de sua família, que chegou à região no final do século passado. Em 1991 fundou com seus filhos a vinícola Don Laurindo. Sua filha mais velha é esposa de Antonio Dal Pizzol (da vinícola de mesmo nome no município de Faria Lemos), o filho mais velho é o conhecido enólogo Ademir Brandelli, que junto com seus dois irmãos mais novos produzem as uvas e os vinhos da vinícola partern.
Por fim, o casal de gêmeos Magda e Marcio (a conhecida 'raspa de tacho' das grandes famílias),  deixaram a empresa familiar há pouco tempo para apresentar sua nova vinícola: ALMAÚNICA.
No alto de uma suave colina, na beira estrada principal do Vale, o enólogo e a administradora plantaram, em agosto de 2008 as primeiras parreiras. Enquanto as videiras crescem, Márcio supervisiona e compra a produção de quatro outros vinicultores locais, que forneceram as uvas para seus dois primeiros vinhos, varietais de Merlot e Cabernet Sauvignon.
Neste novo terreno, Márcio implanta com coragem e determinação - compartilhadas pela linda esposa Denise e pela irmã Magda - um novo estilo de cantina (moderna por dentro e por fora - foto acima -prática e jovem de alma) e uma maneira muito própria de conceber um vinhedo, com menor espaçamento entre as plantas e mais cuidado na poda verde para garantir a insolação.
Na taça seu Merlot é surpreendente. Macio, intenso e muito gostoso de beber. Mas como todo Brandelli, os irmãos também guardam uma surpresa na manga (mais precisamente em uma barrica de carvalho americano), um Syrah com uvas do Vale (foto abaixo). Há poucos dias na madeira, o vinho já tem personalidade e deverá ser uma grande novidade entre os produtos da Serra.

Sabemos que simpatia não ganha pontos nas avaliações às cegas. Mas se fosse pelo carinho, dedicação e cuidado com o qual os irmãos estão tratando esse novo empreendimento, seus vinhos já estariam bem pontuados.
Toda vez que tenho o privilégio de conhecer um novo empreendimento, faço um pedido silencioso ao universo para que a boa vontade, o trabalho honesto e a perseverança sejam recompensadas com os bons frutos da terra e o reconhecimento dos consumidores.
Almaúnica, fica aqui meu desejo de poder brindar muitas vezes de agora em diante com seus bons vinhos! Parabéns!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Outono no Vale

Sempre me causa espanto quando ouço alguém dizer que não gosta de viajar, ou quando as pessoas acham normal arrancar árvores para estacionar mais carros, sair em férias sempre para o mesmo lugar e afirmar que dias chuvosos e frios são 'tempo ruim'.
Cada estação tem sua beleza e as luzes do outono são, para mim, as mais lindas que a natureza proporciona. Estar no Vale dos Vinhedos nessa época é se deparar com um espetáculo da mãe Gaia a cada hora que passa.


A foto acima foi tirada na última sexta-feira, quando cheguei ao hotel e Spa do Vinho no Vale dos Vinhedos. A foto abaixo já é da manhã de sábado, quando o céu começou a se mostrar.




Logo após a chegada eu, Sérgio Inglez de Souza e Liana Sabo nos encontramos para um breve lanche e já descemos para o salão de eventos do hotel para a degustação de 22 vinhos do vale, com o intuito de escolher entre eles o melhor tinto, o melhor branco e o melhor espumante. Na mesa na qual me sentei um grupo de degustadores de primeira linha: Danilo Ucha e Mauro Corte Real se juntaram a mim no trio de jornalistas enófilos e os outros três são gente 'do vinho, em vinho e pelo vinho', os enólogos Alberto Miele, Luiz Milantino e Flávio Pizzato. Como não poderia deixar de ser, provocamos polêmicas, desafiamos regras e baixamos notas que as outras mesas deram de forma muitas vezes surpreendente para nosso grupo.


                 

Ao final, ficamos em geral bastante satisfeitos com o resultado das amostras de vinhos tintos (13 no total) e um tanto decepcionados com a 'figura fácil' do espumante brasileiro, que não nos enlevou da forma esperada.
A premiação aconteceu durante um elegante e concorrido jantar no restaurante Leopoldina (na foto abaixo o prato de faisão assado em baixa pressão por longas horas, acompanhado de bolinho de aipim). Os contemplados foram o tinto Miolo Merlot Terroir 2008, o branco Chardonnay Pizzato 2009 e o Espumante Brut Don Laurindo. 


                  

Na manhã de sábado corri até a Miolo - que delícia dizer 'do outro lado da rua' - para comprar o Miolo Merlot Terroir 2008. Paguei R$ 69,00 e achei caro para o padrão brasileiro. Mas não caro para a qualidade excelente do vinho. Dá para entender a diferença? Ela existe sim!
O almoço do sábado nos brindou com algumas tradições gaúchas normalmente apartadas da serra: bombachas, costela no espeto e chula. Na foto, o assador na frente do hotel, antes das 10 da manhã. Percebam a nuvem escura ao fundo. Ela fez o almoço ser transferido de uma paisagem bucólica ao ar livre para o salão de eventos. Desnecessário dizer que a carne estava excelente. Pena não termos podido aproveitar todo evento ao ar livre. Dos 12 graus de temperatura podíamos nos proteger com casacos, cachecóis, vinhos e boa comida, mas da chuva fina não havia como.


          

À tarde fomos fazer uma rápida visita à Expobento, a maior feira multisetorial do Brasil, que juntou mais de 25 mil pessoas somente nesse sábado. Existe de tudo lá. Desde carros zero quilómetro até biscoitos feitos por uma vovó italiana à moda da cidade de Roveretto. As praças são temáticas de acordo com os tipos de produtos oferecidos e durante toda a feira ocorrem apresentações de grupos folclóricos e de grupos musicais consagrados no país, desfiles e degustações. Gente de toda a serra vem participar, conforme explicou o presidente da feira Rogério Valduga (uma pena não ter tido mais tempo para conversar com ele).

Na noite do sábado mais uma surpresa, o filó italiano no hotel Villa Michelon. Por conta do número grande de participantes vindos de várias partes do país (era um meio de feriado), a localização do evento foi alterada da Casa do Filó (construção típica da colônia dos imigrantes), para o espaçoso salão de eventos do hotel.
Assistimos a todo tipo de entretenimento como os que os primeiros italianos lá chegados aproveitavam em suas noites de folga e nas reuniões da comunidade. Para quem não sabe, filó é mesmo o tecido e o local onde as mulheres se reuniam para tecê-lo, para falar da vida, para cantar, jogar, dançar e compartilhar daquilo que cada um tinha um pouco: pão, vinho, doces, embutidos e queijos.


    

Um grupo de gaiteiros vindos de Santa Teresa (em sua primeira apresentação pública) foi um dos mais belos shows da noite, que teve ainda mais dois grupos musicais (um de Bento Gonçalves e outro de Monte Belo do Sul) e um grupo de comédia italiana que circulava entre os presentes com chistes de todos os tipos.
Jogos de cartas e o famoso jogo de damas com taças de vinho também ocuparam a noite. Esta jornalista foi convocada para jogar uma partida contra um gaúcho da gema. Cada peça de dama comida era uma taça vertida. Confesso que meu fígado agradeceu por eu ter perdido a partida...


        

No próprio sábado e também no domingo eu visitei duas novas vinícolas e elas estarão aqui no blog nos próximos posts, pois merecem estar em uma nota única.
Uma pergunta que ouço muito de amigos e parentes é: você vai tanto para a serra, já não conhece tudo o que há por lá? Bem, acho que esta postagem é um bom exemplo, todos os programas que fiz foram inéditos para mim, que estive lá pela quinta vez somente neste ano.
Preciso dizer mais? Ah sim, o Spa do Vinho está divino, cheio de gente, sob os olhos atentos de Débora e Ademir e de uma equipe simpática e cativante.
Agradeço a Aprovale e aos organizadores da ExpoBento pelo convite e por todo o mimo que permeou meus dias. Foi uma comemoração excepcional do Dia Estadual do Vinho.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

L'amour...toujours l'amour!

(...)Foi tão bonito você me emprestar a vida assim
Ver que eu não tinha saída e seguir por onde eu vim
Como eu adoro você
Quando você me sorri
Quando sabemos que aqui
Termina nossa viagem.



Acima, as ultimas estrofes da canção Nosso Bolero, de Chico Buarque. Lindas não?
Se você tem um grande amor por alguém (e até mesmo um grande amor por você, um grande amigo, um grande irmão) comemore no próximo dia 12 de junho o dia dos namorados.
Deixe os presentes óbvios para dar no Natal e faça algo especial, leve café na cama, faça massagem nos pés, asse um pão caseiro, pinte um prato com o nome de seu amor e pendure na cozinha. 
Na foto abaixo, bolinhos super especiais e delicados da Wonder Cake, daqui de SP (Rua Augusta 2542), nos sabores trufado com passas, damasco e avelãs com chocolate.




Diga que ama a cada meia hora, invente uma poesia desconexa mas com muita coisa de vocês, proponha casamento, aceite cantar na festa dos sobrinhos só para agradar o parceiro, faça piquenique na sala, entregue um pen drive só com músicas preferidas dos dois...
Na foto ao lado, um mimo chiquérrimo: Moët Chill Box Rosé, cooler cilíndrico cor de rosa, que mantêm a garrafa de champagne Moët Chandon Rosé Imperial na temperatura certa por duas horas - mas não deve levar tudo isso para beber... 
Mas se ainda assim você está sem ideias e já anda reclamando de que todo lugar vai estar com filas, serviço ruim e preço alto, adiante-se e poupe sofrimento. Programe um jantar romântico para a sexta-feira e no sábado fique em casa, namorando quietinho debaixo do cobertor e fazendo algumas das coisas especiais listadas acima. Escape da bagunça.


Vários bons restaurantes resolveram antecipar seus pacotes especiais de dia dos namorados para a sexta-feira. É o caso do elegante (mas sem frescuras e sem preço de NY) Dell'Arte Ristorante, na Jamaris número 100 lá em Moema (foto ao lado).
O cardápio especial começa já na 5a feira e termina no sábado. Com entrada, prato principal e sobremesa (com duas opções de cada para escolher) e ainda a cortesia de uma taça de espumante Prosecco por pessoa. O valor para o casal é de R$ 140,00 (mais serviço e outras bebidas à parte). Claro que é preciso fazer reserva não é? O telefone de lá é (11) 5054 0046.
 Sugestões como essa vão existir por toda a cidade, então verifique com cuidado as opções e certifique-se de saber preços e condições de tudo, para não ser pego de surpresa. E se escolher encarar as filas, faça-o com boa disposição, educação e paciência. Afinal, você estará ao lado de seu amor não? Tudo fica bom assim!


Para finalizar, mais uma estrofe do genial Chico Buarque falando de amor: 
"Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu"...





domingo, 6 de junho de 2010

Domingo - 6 de Junho

Dia Estadual do Vinho. Amanheceu assim no Vale dos Vinhedos (foto feita às 9 da manhã):


Menos de duas horas depois, estava assim:




Saio agora do hotel para visitar a vinícola Torcello e depois almoçar na cantina Di Paolo. Junto comigo estarão o jornalista Danilo Ucha, a jornalista Liana Sabo, o enófilo Sergio Inglez de Souza e a turismologa Iris.
Após o almoço pegaremos a estrada para Flores da Cunha, para visitar a vinícola Luiz Argenta.
Como está lindo este vale!
Bons Brindes para todos neste Dia Estadual do Vinho!
Bebam com responsabilidade e sem preconceitos!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Dia estadual do Vinho

No próximo domingo, dia 6 de junho, será comemorado o Dia Estadual do Vinho no Rio Grande do Sul.
Mas como os gaúchos (apesar de mais discretos) gostam tanto de festa quanto os baianos e os pernambucanos a programação dessa celebração começou no dia 28 de maio.
Logo vai parecer com o Carnaval na Bahia, que começa logo depois do dia de Reis e termina perto da Páscoa.
Vamos com calma que a gauchada ainda chega lá!
A programação, para quem tem o privilégio de estar na fria e acolhedora Serra Gaúcha, é imensa e inclui toda sorte de coisas divertidas, integrando meia dúzia de municípios e a capital do estado, Porto Alegre. Aliás é lá que acontece, a partir de hoje, uma feira de vinhos no armazén do cais do porto reunindo 35 vinícolas gaúchas.
Se você vai aproveitar o feriado e ir para o sul, dê uma olhada no site www.diadovinho.com.br e veja as muitas atividades que estão à sua disposição.
Você poderá fazer curso de degustação em uma cantina, participar de um jantar harmonizado em outra, acompanhar o concurso Vinho e Poesia ou o concurso de desenho de rótulos de suco de uva para crianças, por exemplo.
Eu estarei por lá, como jurada do concurso que elegerá os três melhores vinhos do Vale dos Vinhedos (um tinto, um branco e um espumante). Esse concurso está sendo realizado pela segunda vez pela APROVALE - a associação que reúne os produtores do Vale dos Vinhedos e culmina com um elegante jantar (preparado pelo talentoso chef Fabio Lima) no restaurante Leopoldina do Hotel e Spa do Vinho (foto acima).
Outra diversão será inusitada para mim e prometo contar detalhes assim que retornar: vou participar do Filó Italiano no hotel Villa Michelon, na noite do sábado dia 5 de junho.
A Casa do Filó é um centro de convivência e de lazer que era utilizado como ponto de encontro dos imigrantes italianos na época da colonização.
Lá são servidos pães, queijos e embutidos, o vinho é tomado de forma descontraída (e nesta época serve-se também quentão), são realizados jogos, danças, cantoria e um inusitado jogo de damas que no lugar das peças tem taças de vinho branco e tinto. Faz a gente se perguntar se quer ganhar ou perder nesse jogo.
Enfim, parece muito divertido e eu contarei detalhes assim que puder. A foto abaixo foi feita pelo Gilmar Gomes em um desses filós.
Auguri tanti!



terça-feira, 1 de junho de 2010

Champagne! Espumante!



Com a chegada do dia dos namorados muita gente que quase nunca toma espumante resolve que esse é o dia.
É mais ou menos como noiva. A mulher passa a vida de cabelão comprido, horas de chapinha e um monte de produtos para deixar os cabelos lisos como crina de puro-sangue. Daí, no dia do casamento essa mesma moça resolve que, para suportar todos os enfeites que lhe vão na cabeça, ela precisa prender todo o cabelo, com gel e uma centena de grampos. Consequência? O pobre do noivo olha de lá do altar e nem reconhece aquela sujeita de cabelo preso, coroa, véu, maquiagem etc...
Então em relação aos espumantes, vale falar que como tudo na vida, é bom começar devagar. É bem diferente de entrar em uma piscina gelada, quando é mais fácil pular de uma vez.
O paladar da gente aprimora, mas não de uma hora para outra.
Se você está acostumado com os sabores mais cítricos, picantes e nervosos da maioria dos Champagnes, sorte sua. Se o bolso permite o consumo e o parceiro também vai apreciar, mande ver e aproveite.
Existem boas opções no mercado embora com preços muitas vezes impeditivos e, como diz um jornalista amigo meu apaixonado por Champagne, infelizmente aqui no Brasil chegam pouquíssimos rótulos diferenciados e safras especiais. Para conhecê-los é necessário ir mesmo à França.
Uma sugestão deliciosa que conheci na Expovinhoff no final de abril foi a da pequena importadora La Cave Jado, daqui de São Paulo. Eles trazem o Champagne Millésime 2004 do Domaine Louise Brison (foto ao lado), que custa R$ 170,00 para o consumidor final. É muito raro encontrar um bom Champagne (principalmente um Millésime) por esse preço. Dê uma olhada no site deles: www.cavejado.com.br
Na importadora Mistral o Champagne de melhor preço é o Brut Ayala, que custa R$ 208,00. O produtor é conceituado e o produto é acima de qualquer suspeita.
Vale procurar por preços mais interessantes se a vontade é mesmo tomar o verdadeiro Champagne, mas cuidado com prateleiras empoeiradas e rótulos em mau estado.
As temperaturas médias brasileiras não são ideais para a conservação desse diferenciado líquido, que aprecia lugares sem luz direta e temperatura controlada tendendo a baixa. Então, se o preço estiver tentador demais, desconfie. Pode se tornar uma grande decepção naquela hora importante.
Para não desperdiçar dinheiro aposte nos espumantes brasileiros. A qualidade média é bem alta (o que equivale a dizer que uma enormidade de rótulos são ao menos muito bons) e existem muitos tipos, dos mais frutados àqueles que guardam grande semelhança de estilo e sabor com os Champagnes.
Os espumantes da uva Moscatel são muito apreciados por homens e mulheres (embora os homens adorem dizer que só bebem por que as mulheres gostam) que encontram segurança no açúcar residual dessa uva e no discretamente menor teor alcoólico. Vale dizer que são mais indicados para acompanhar as sobremesas, pois seus aromas frutados e seu dulçor no paladar se sobrepõem a um enorme número de pratos salgados.
A escolha mais eficaz, para ficar no meio termo, são os demi-sec e os extra brut, que retêm parte do frutado tanto no aroma quanto no paladar e são um pouco menos secos do que os brut.
Mas não esqueça, somente um bom espumante brut é capaz de acompanhar uma refeição do começo ao fim, como nenhum outro vinho é capaz.
Rótulos não faltam e os preços vão agradar aos bolsos de qualquer um. Portanto, aventure-se nas gôndolas das lojas e dos supermercados e prove um dos excelentes espumantes brasileiros!

A foto acima é de Orestes Andrade Júnior.