Colheita 2016

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Vinícolas dos Altos Montes 2

Como contei na postagem anterior, eu e um pequenos grupo de jornalistas estivemos em Flores da Cunha para a primeira edição do evento "Melhor dos Vinhos dos Altos Montes".
Na terça-feira tivemos um dia inteiro de visitas, que começou na Vinícola Salvador, uma das poucas que está localizada na cidade de Flores da Cunha.
Eu já os conhecia há algum tempo e até já falei deles aqui, pois é uma vinícola familiar, onde todos (pai, mãe, filho e filha) estão envolvidos em alguma parte do processo - quando não em todos.
A propriedade, um antigo moinho, foi totalmente reformada para receber a cantina, o varejo e o lindo salão de eventos que eles alugam (eu costumo dizer que quero me casar novamente - com o mesmo marido - mas desta vez numa vinícola e esse espaço é um dos candidatos mais sérios de minha lista). O prédio principal, com mais de 100 anos, preserva o que é bonito e renova o que é preciso, veja nas fotos abaixo.




 Daniel Salvador (na foto abaixo) é enólogo, como o pai Antonio (que foi um dos presidentes da ABE) e hoje se divide entre auxiliar o pai a fazer os vinhos e cuidar da parte comercial. Dedicado e inteligente, é uma dessas pessoas que - sabemos por intuição - vai chegar onde precisa estar.
Mas é claro que isso, em parte, é o que falei para meus pais hoje quando eles me elogiaram por alguma coisa: precisamos fazer nossa parte, trabalhar, estudar, nos esforçarmos, mas uma boa educação é fundamental. Eu tive e vejo que o Daniel também teve.



 Degustamos três vinhos e um espumante na vinícola Salvador e dali saímos em direção de Nova Pádua, o outro município que faz parte da associação do Altos Montes. Mas paramos no meio do caminho para conhecermos o prédio da vinícola Terrasul.


 A paisagem nessa região (conhecida como 'travessão Alfredo Chaves') é muito bonita e ainda está dentro do município de Flores.


 Dali seguimos alguns poucos metros até a Vinhos Viapiana, onde a família também nos esperava para uma visita e um gostoso almoço.
Por lá nada de prédios antigos, muito ao contrário, tudo na Viapiana parece tinindo de novo (e não é a primeira vez que eu vou lá não, isso quer dizer que a manutenção também é boa) e a loja que eles tem é também a vitrine da importadora Porto Mediterrâneo. Então, nestes tempos de disputas mal temperadas de salvaguarda, é um conforto ver vários países produtores nas mesmas prateleiras que os vinhos da Viapiana.


 A sala de degustação deles é um espetáculo. Sempre me imagino dando aula dentro dela (risos), pois acho um espaço elegante, funcional e agradável.



 Na foto abaixo está o enólogo da família, Elton Viapiana, falando do lançamento da casa, um espumante feito no método tradicional com o inusitado corte de uvas Glera (i.e.Prosecco), Viognier e Chardonnay. Eu adorei logo de cara. Óbvio que precisarei provar novamente, às cegas e sem estar dentro da vinícola para ter um parecer mais profissional. Mas naquele dia/hora/situação o vinho me pareceu muito gostoso.


 Na mesa ao nosso lado estavam outros dois membros da família, bem no meio da foto abaixo está Eumar Viapiana e ao seu lado Cezar, seu filho, ambos também dedicados ao trabalho na empresa, fundada pelos pais de Eumar e de Elton.


Após a visita e o agradável almoço, fomos conhecer a Vinhos Fabian, que fica no município de Nova Pádua. Sonho e realização de Guerino Fabian, a vinícola dedica-se apenas aos vinhos finos e trabalha com uvas de vinhedos à volta da propriedade.



 Retornando pela mesma estrada na direção de Flores da Cunha, paramos na Vinhos Mioranza, uma da maiores vinícolas brasileiras (sim, é isso mesmo), que fica bem perto da também enorme vinícola Pannizon. Essas duas empresas engarrafam dezenas de milhões de litros, obviamente que a maior parte dessa produção é de vinhos de uvas americanas (vinhos de mesa), mas os vinhos finos também fazem parte de suas linhas.


 O fundador da vinícola foi quem nos recebeu, Antonio Mioranza tem 84 anos e fundou a vinícola em 1964 (foto abaixo), ativo e altivo, é um desses gaúchos que fazem jus ao estilo enérgico dos imigrantes italianos na região.



 Uma coisa que me chama a atenção nessas viagens com grupos de jornalistas é que sempre (ao menos uma vez) uma coisa que deveria passar completamente despercebida de todos acaba virando o centro da atenções. Na Mioranza foi o filtro (foto acima) que estava em ação limpando as borras dos vinhos de mesa antes do engarrafamento.
Fato é que pouca gente que não trabalha em cantinas já teve oportunidade de ver esse processo. Eu havia visto uma vez na Piagentini e outra na Aurora, mas confesso que sempre acho 'atraente', não sei se é a cor, o aroma ou a combinação de tudo. Fato é que passamos uns bons minutos observando, fazendo perguntas e tirando fotos, para o espanto do proprietário e do enólogo responsável, Delto Garibaldi (na foto abaixo).


Simpaticamente - e como a linha de vinhos finos deles é pequena e iríamos prová-los logo mais à noite - eles nos ofereceram suco de uva integral que caiu perfeitamente bem no final da tarde desse dia movimentado.
No caminho de volta passamos na frente da Pannizon e da Fante, que não estavam no nosso roteiro de visitas (até porque seria impossível fazer tudo isso num só dia) e retornamos ao hotel para nos prepararmos para a degustação de vinhos da noite.
Leiam na próxima postagem.

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