Colheita 2016

Colheita 2016
Seja bem-vindo! E que nunca nos falte o pão, o vinho e a saúde e alegria para compartilhar!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

LadyVinho!

A melhor novidade da Expovinis eu fiquei sabendo ontem em uma conversa com a Carina Cooper, sommeliére da Salton - que foi minha professora no curso de Sommelier - e atriz do programa humorístico da Globo "Planeta dos Homens", lembram?
Misturando suas maiores paixões (o vinho e a atuação), Carina criou a personagem LadyVinho, uma "consultora de vinhos" fajuta, caricata e muito engraçada (nas fotos a capa do livro que nunca existiu de verdade e o banner que ela leva para suas palestras).
Carina colocará um vídeo no YouTube em breve, pois os sketches já foram gravados e estão sendo finalizados, e pretende "levar" essa personagem para aparições relâmpago em palestras "de verdade", festas e onde mais valha a pena falar de vinho com bom humor e leveza.



















Carina, que é loira de verdade, encara uma peruca 'acaju' bem curtinha, um shortinho 'roxo uva de mesa', bijoux que quem a conhece (quase sempre vestida de preto) jamais imaginaria que ela possui, e todos aqueles trejeitos tirados de um enorme número de "enófilos, palestrantes, jornalistas de vinho, consultores" etc que TODOS nós já vimos por aí e - por que não? - algumas vezes personificamos um pouco (tomara que seja só um pouco mesmo).
Enfim, tenho certeza que vai valer a pena ver a atuação de Carina Cooper. Um brinde à Lady Vinho!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Bem Vindo ao Brasil!

A Expovinis ainda acontece a todo vapor em São Paulo com uma participação histórica dos vinhos brasileiros.
Eu que não costumo ir aos três dias da feira, terei que abrir uma exceção pois existem tantas novidades neste ano que ficou impossível dar a devida atenção em somente dois dias.
Ainda não vou contar as novidades e nem falar de vinho, mas mostro aqui algumas fotos de pessoas queridas que fazem com que o meu trabalho seja possível.
O que isso quer dizer? Que se eles não fizessem bons vinhos, eu não teria o que escrever. E para completar são pessoas lindas, que estavam com o sorriso no rosto como aparece nas fotos abaixo depois de quase 10 horas em pé servindo vinhos e atendendo clientes potenciais e clientes curiosos em seus estandes. Na primeira foto à esquerda (não, ela não foi feita na Chicago dos anos 1930 na época da Lei Seca), estão os dois jovens enólogos Daniel dalla Valle e Eduardo Valduga (lindos não?). Na foto da direita estão Gabriela Poletto (de blusa rosa), Christian Bernardi, Daniel dalla Valle, Juciane Casagrande, Eduardo Valduga e em pé Dirceu Scottá. Todos enólogos gaúchos.


E, nesta foto aparecem (além dos que já foram citados acima) Fabiano Valduga (o primeiro à esquerda) e sentados no banco, de terno escuro Jones Valduga e de terno claro seu pai, João Valduga.

Por fim, a última foto mostra o enólogo Gilberto Pedrucci, brindando com seu novo lançamento o Brut Champenoise Casa Pedrucci, ladeado por mim e pela sommeliére Juliana Reis, responsável por toda área de cursos de alimentos e bebidas do SENAC - SP.

domingo, 25 de abril de 2010

Villa Francioni em São Paulo

Na última sexta-feira, 23 de março (logo antes de entrar em meus dias abstêmios que antecedem a Expovinis) estive no restaurante Ávila (no Itaim) a convite da vinícola Villa Francioni de São Joaquim (SC).
Conheci a nova assessora de imprensa deles, a Rute Enriconi, editora e apresentadora do Record News Sul em Santa Catarina e a Ana Skaf, representante do Marketing da empresa.
Para minha felicidade estava lá o enólogo-chefe, o gaúcho Orgalindo Bettú (é ele quem aparece no meio da foto ao lado, entre eu e o jornalista Marcus Mendonça) que é uma dessas pessoas muito especiais. Fala tranquila, modos contidos, sorriso discreto que desponta entre as sardas do rosto e um conhecimento de vitivinicultura que é monstruoso. Costumo dizer que não consigo editar as entrevistas que ele me concede. Quero reproduzir absolutamente tudo o que ele diz.
Mas vamos aos vinhos: o grupo de enófilos e jornalistas se encontrou no restaurante para provar dois lançamentos da vinícola, o Michelli 2005 e o Colheita Tardia também 2005. Para mim havia mais uma novidade, o rosé Joaquim 2008, pois eu só conhecia o rosé de garrafa quadrada, um brasileiro feito no melhor estilo provençal, que leva em sua composição oito diferentes uvas.
Esse novo rosé leva Cabernet Sauvignon e Merlot e serve a dois propósitos, o primeiro é colocar um rosé com a qualidade dos vinhos da Villa em uma faixa de preço mais acessível (trinta e poucos reais) e também ter um vinho bastante gastronômico e vivaz e um pouco mais opulento do que o delicado rosé da garrafa quadrada (que continua delicioso, convenhamos).
Mas os dois novos vinhos são um sinal inequívoco do caminho da excelência para onde vão alguns vinhos brasileiros.
Na foto ao lado vocês veem o Bettú no vinhedo da Villa em São Joaquim, em uma imagem feita há dois anos. Nesse mesmo dia eu tive o prazer de provar os vinhos que foram lançados aqui em São Paulo na última sexta-feira. Eles ainda estavam descansando nas barricas, onde ficaram por cinco anos e, na visão de Bettú, ainda não estavam prontos. Eu, como não sou enóloga, posso dizer que ao menos o tinto era escandalosamente bom, já naquela época. Agora que está pronto e engarrafado ele é uma potentíssima combinação de Sangiovese (80%), Cabernet Sauvignon e Merlot (10% cada), com 14% de álcool e tempo previsto de guarda de 15 anos. Custa caro, não vou negar, e muito. Mas acredito que para quem aprecia os vinhos do estilo dos Toscanos modernos, esse é um exemplar que vai agradar em cheio o paladar de muita gente.
Já o vinho de sobremesa é (como acredito que quase todos os bons vinhos de sobremesa são) uma surpresa. As uvas (100% Sauvignon Blanc) foram submetidas a dois métodos, segundo contou Bettú. Foram deixadas no vinhedo o maior tempo possível até que teve início a botrytização, ou o início da 'podridão nobre' que seca as uvas e concentra os açúcares sem, no entanto, prejudicar o grão.
Depois, quando não era mais possível permanecer com as uvas no vinhedo, elas foram submetidas a baixíssimas temperaturas sem oxigênio, a crio concentração de mosto, que pomove o restante da desidratação necessária para conseguir esse tipo de vinho. Ao final, seu teor alcoólico é de 16,4% e o vinho é claro, brilhante, com marcante aroma de peras cozidas e arruda. Bettú contou que cada 5kg de uvas resultaram em somente 500 ml de vinho. Raro e impressionante.
Essas são as novidades muito bem vindas da Villa Francioni de São Joaquim (SC).
Na verdade fico bem feliz em abrir essa semana de tantas novidades nos vinhos brasileiros como as que estarão na Expovinis, com vinhos tão interessantes. Certamente é um bom presságio.
Boas feiras e não exagerem nas doses. Tomem MUITA água, não esqueçam de comer alguma coisa além de castanhas e torradas e, principalmente, usem as cuspideiras. É feio mas é importante para nossa saúde e percepção. Bons goles!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Um Protesto!

Começa na terça-feira que vem a Expovinis Brasil 2010 e às 14h30 serão anunciados os Top Ten.
O que são eles? São os dez melhores vinhos da feira, inscritos pelos participantes que querem seus vinhos avaliados por um grupo de enófilos que degusta tudo às cegas e dá suas notas.
Os vencedores normalmente recebem um troféu que passa a enfeitar a mesa do expositor e depois servirá como ferramenta de marketing.
Nada errado nisso, a não ser o fato de que entre as dezenas de degustadores da seleção desses Top Ten não há nenhuma mulher!
Isso mesmo, não há nenhuma degustadora nessa prova.
Faz anos que ando indignada com isso e nunca ninguêm conseguiu me explicar o por que, uma vez que em TODAS as provas nacionais e internacionais de renome existem mulheres no grupo de degustadores.
É um mundo machista? Com certeza. Já escutei absurdos do tipo: "quem essa menina pensa que é para dar opinião sobre vinhos", de um conhecido enófilo (ele mesmo já meio surdo, falando mais alto do que deveria, achando que eu não estava escutando)...
Tenho amigas sommeliéres que já escutaram barbaridades nas mesas dos restaurantes, lugar onde quase nada pode ser retrucado.
Mas o pior são as pessoas que não percebem que esse cenário está mudando. Muitas mulheres são enólogas de grandes empresas e de pequenas vinícolas boutiques, fazendo deliciosos vinhos com seu estilo e assinatura, muitas mulheres são diretoras de marketing, comerciais, vendedoras, promotoras, sommeliéres e tudo o mais que permeia o mundo dos vinhos.
No entanto, no Top Ten ainda não estão representadas como degustadoras. Por que?
Assim de cara, sem parar para pensar, consigo nomear duas mulheres que merecem estar entre os degustadores (e garanto que TODOS eles as conhecem) a primeira sommeliére brasileira, Deise Novakoski, do Rio de Janeiro e a jornalista especializada e diretora da revista Menu, Suzana Barelli. Degustadoras experientes, acostumadas com o machismo que permeia esse mundo e com um importante detalhe: narizes femininos, capazes de reconhecer uma gama aromática muito maior e mais sutil do que os homens.
Deixo aqui meu protesto sem brinde, para que na edição 2011 da Expovinis uma dessas mulheres esteja lá, participando dessa seleção. E tenho dito!

Ah! A foto que está acima é da fila de credenciamento da Expovinis do ano passado. Pertence ao site da Exponor.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

IMPERDÍVEL!


terça-feira, 20 de abril de 2010

Food for Thought (Alimento para o Espírito)

Na cidade de Londres, na Inglaterra, existe um museu de tecnologia com uma área dedicada exclusivamente aos alimentos e sua história. O nome dessa ala é 'Food for Thought', que também é o nome de um famoso restaurante vegetariano de lá. Eu traduzo livremente como 'comida para pensar', mas acho que é mais chique chamar de alimento para o espírito, como eu escrevi no título.
Essa introdução imensa é para falar de alguns livros que eu aprecio imensamente e que acho essenciais para quem se interessa por  enogastronomia e por literatura.
Vamos à eles:
"Comer é um sentimento" é escrito por um jornalista francês, importante crítico gastronômico do Le Figaro.
O livro é ácido, doce, ardido, salgado e outros atributos do paladar que você consiga pensar.
Inteligente, divertido e um pouco mordaz.
Capítulos curtos, algumas receitas que dão vontade de fazer e, principalmente, muita informação bem escrita.

Já o livro "De Caçador a Gourmet" é mais sóbrio e tem, por vezes, a cara de trabalho científico (e em parte é mesmo), mas o mais interessante nele é abordar a alimentação humana desde os primórdios até agora, utilizando não só a linha do tempo como a geografia. Explica uma porção de coisas que sabemos (ou achamos que sabemos) e conta tantas outras nas quais nunca pensamos ou reparamos.
Como já disse, é mais 'sério' e eu mesma tive que começar a lê-lo duas vezes até engrenar, mas hoje é uma de minhas referências. Não tem nenhuma pretensão de parecer ficção.

Em estilo completamente diferente está o best seller, "Comer  Rezar e Amar", de uma jornalista americana, contando suas experiências em três países muito distintos, revelando detalhes da culinária, religião e relações sociais de cada local.
Tem tom de ficção (embora não seja) e linguagem cativante. As mulheres tendem a apreciar mais do que os homens pois é recheado de discussões sobre emoções, relacionamento e tudo aquilo sobre o qual as mulheres gostam de discutir indefinidamente. E mesmo eu não sendo uma das que adora 'discutir a relação' o livro me encanta e é cheio de insights importantes.
Os amantes do vinho vão encontrar na obra "Os sentidos do Vinho" do jornalista americano Matt Kramer, uma obra agradável de ler, informativa e bem cuidada. Cheia de coisas que gostamos de saber mas muitas vezes não sabemos nem mesmo a quem perguntar.
É um dos meus preferidos e passa longe da ficção. Mesmo tendo um estilo bem americano, ainda assim é acessível e interessante.

Agora vem uma escolha muito, mas muito pessoal. Sou fã 'ardorosa' do ex-chef Anthony Bourdain (foto em preto e branco da época em que ele ainda dava duro em uma cozinha novaiorquina). Meu marido fica sempre dividido entre apreciar o trabalho televisivo do sujeito e ter ciúme de minha 'apreciação efusiva' do chef. Mas aí é que está, seu programa 'Sem Reservas', que passa na tv a cabo é viciante e seus livros - mordazes como ele - são deliciosos. Comece por "Cozinha Confidencial" e você nunca mais vai comer peixe no buffet a quilo nas segundas-feiras...
Ao todo o chef tem quatro livros publicados no Brasil, somente um deles com receitas, os outros três são de turismo culinário (sua especialidade) e memórias de seu tempo como chef.
Anthony Bourdain parece ter uma boa ligação com o Brasil. Conta em seus livros e em dois programas na tv que odiou SP quando esteve aqui a primeira vez, mas que atualmente é uma das cidades do mundo da qual mais gosta, "feia por fora e linda por dentro". Já esteve no Brasil várias vezes, como quase todo americano ele adora caipirinhas (há muitos anos no 'Tempero da Dadá' em Salvador ele tomou 8 delas), e já teve o privilégio de comer espetinho de rua com cerveja a convite do chef Jun Sakamoto.
Bem, já deu para perceber que sou fã...

Uma última dica: uma boa taça de um vinho rosé fresco e geladinho, um mix de castanhas e frutas secas para petiscar, uma boa poltrona e boas horas de leitura! Food for thought!

domingo, 18 de abril de 2010

Os jornalistas e o espumante brasileiro

Acabo de ir e voltar a Bento Gonçalves (tão rápido que nem tive tempo de ir olhar as vinhas do Vale), onde participei de um painel sobre o Espumante Brasileiro no Jornalismo, dentro da feira Internacional Brasil Alimenta - Vinotech/Envase.
Quem orientou o painel foi Carlos Paviani do Ibravin e ao meu lado na mesa estavam o veterano jornalista gaúcho Danilo Ucha e o jovem e bem colocado jornalista da RBS Maurício Rollof. Ambos profissionais da comunicação que tratam o vinho brasileiro com o respeito que merece (seus blogs estão em minha lista de favoritos).
Nosso painel foi precedido pelo do português Domingos Meirelles, da Exponor (empresa que organiza a Expovinis). Meirelles falou sobre o mercado internacional de vinhos e espumantes e apresentou uma importante (senão essencial) visão do marketing do vinho, fundamental para todos nesse mercado (ele aparece em pé na foto abaixo, ao lado dele Danilo Ucha, eu, Carlos Paviani e Maurício Rollof).














Antes da palestra de Meirelles, já haviam subido ao palco Andréia Gentilini Milan, falando de sua experiência com os espumantes brasileiros no exterior, advinda de seu empenho no projeto setorial de exportação Wines from Brazil.
Quem abriu os trabalhos da tarde foi Denis Babler, projetista da Saint Gobain (para quem não sabe é a empresa que faz praticamente todas as garrafas utilizadas no Brasil, não somente para vinhos). Ele falou sobre a importância do design e da qualidade das garrafas para o espumante.
No nosso painel, sobre a visão jornalística, foi nos permitido falar sobre alguns entraves na comunicação de um produto de tão alta qualidade. E apesar do pouco tempo disponível, foi possível perceber que nossas opiniões encontraram eco nos produtores e enólogos presentes, suscitando questionamentos relevantes de ambas as partes. É incrível poder estar ao lado de jornalistas de verdade como o Ucha, com sua longa e objetiva experiência com o vinho brasileiro e de Maurício Rollof, da geração que já cresceu com a internet e que mesmo assim olha o mundo com olhos de repórter investigativo.
Minha conclusão é que há muito a ser feito. Mas que os últimos 5 anos têm sido fundamentais para uma mudança de tratamento, relacionamento e respeito de ambas as partes (imprensa e indústria) e que essa nova percepção precisa ser ampliada e comunicada de forma ainda mais presente, efetiva e marcante por todos nós.
Ao final dos painéis não poderia faltar um brinde com os espumantes brasileiros. Foram servidos o Prosseco da Valmarino, o Moscatel da Casa Valduga, bruts da Gran Legado, Salton e Don Laurindo (creio que haviam outros mas não me lembro de todos os rótulos).
Na foto abaixo estão pessoas MUITO queridas! Atrevo-me a dizer que faltam nessa foto não mais de 6 pessoas para completar o time daqueles que eu mais respeito na vinicultura gaúcha. Um privilégio brindado com o espumante brut da Don Laurindo. À minha exceção, são todos enólogos. Da esq. para a dir.: Dirceu Scottá (Dal Pizzol), Ademir Brandelli (Don Laurindo), eu, Gabriel Caríssimi (Cooperativa Garibaldi), Christian Bernardi (Winepark e ABE), Gabriela Poletto (Ibravin).















Comunicar bem é um desafio diário, assim como é fazer (e vender) bons vinhos. Exige nossa dedicação, profissionalismo e amor. Às vezes nós conseguimos, outras vezes não. Mas seguimos tentando.
Agradeço a New Trade (promotora e organizadora do evento), a ABE e ao IBRAVIN pelo convite e pela oportunidade de poder falar um pouco sobre o que é estar 'do outro lado do balcão'. Peço desculpas pelo tremor das mãos (juro que não bebi nada antes) mas é que jornalistas normalmente não ficam à vontade sobre o palco.
Sucesso e bons goles! 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Discutindo Espumantes

Na última 3a feira, dia 13 de abril, começou em Bento Gonçalves (RS) um evento que reúne vários setores do agronegócio da região. A Semana Internacional Brasil Alimenta. Na realidade são algumas feiras de assuntos correlatos organizadas e apresentadas de forma que os interessados tenham acesso a várias áreas.
Uma delas é a Vinotech/Envase (www.vinotech.com.br), que vem apresentando novidades em tecnologia do setor de vitivinicultura. E dentro de sua programação há um Forum de Viticultura e Enologia que acontece nesta 6a feira para discutir o espumante brasileiro.
Eu estarei lá na última apresentação do dia, ao lado de jornalistas respeitados pelos gaúchos como Danilo Ucha e Mauricio Rollof e do paulistano Adalberto Piotto da rádio CBN. Quem modera nosso painel é Carlos Raimundo Paviani do IBravin e pretendemos discutir a "Visão Jornalística do Espumante Brasileiro".
Agradeço o convite da New Trade (organizadora do evento), da ABE (Associação Brasileira de Enologia) e do IBRAVIN e espero poder apresentar novidades de um assunto que interessa a todos nós: como comunicar melhor (e honestamente) o que temos de bom.
Voltarei segunda-feira com notícias frescas da Serra.



quinta-feira, 15 de abril de 2010

A melhor safra!

A melhor safra para mim foi a que nasceu em 15 de abril de 1962. Produzida por Zelinda e Benedito e engarrafada com o nome de Cristiano.
Meu marido faz aniversário hoje, mas desde que eu o conheci (em 1990) o presente é sempre meu, por ter ao meu lado alguém que me ama, me apoia e que fica ainda melhor com a passagem do tempo, assim como os grandes vinhos.
Não temos filhos, mas temos três grandes presentes (nossa afilhada que aparece com ele na foto, nosso sobrinho e nossa gata). Três carinhos que alegram nossa vida ainda mais!
Parabéns meu amor! Você é 'vintage'!


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Em São Paulo, dois bons eventos de vinho - programem-se!


www.expovinhoff.com
Dia 26 de abril de 2010
Das 11h às 21hs
Rest. Pandoro - 
Av. Cidade Jardim, 60
São Paulo- SP
Convites: R$ 20,00 por pessoa
Degustações: grátis
Somente através de Inscrições pelo email: degustação@propop.com.br

O evento EXPOVINHOFF acontece pela primeira vez em São Paulo, organizado por Beto Duarte e Fernanda Fonseca, gente que conhece vinhos e sabe receber como ninguém. Veja detalhes no site acima e inscrevam-se para as degustações pelo email.
Alguns dos produtores/importadores presentes serão: Domaine L´Oustal Blanc; Lidio Carraro (Brasil); Vinhos La Fortuna- Chile (MIB Importadora); Viña Sucre -Chilean Premium Wines (Importadora Wine Company); Gloria Reynolds Alentejo (Importadora Casa do Porto); Max Brands Importadora; Interfood Importadora; Emporio Sorio Vinhos da Corsega; Douro Family States (Ana Import e Santa Ceia); Vinhos Coloman; Vinhos de Tomelloso; Cave Jado; Cantu Importadora; Ghisolfi.



A EXPOVINIS (foto acima feita por Orestes Andrade Jr.,na edição do ano passado) acontece entre os dias 27 e 29 de abril no Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte. É a maior feira de vinhos da América Latina, que reuniu, em 2009, mais de 15 mil pessoas. O primeiro dia é dedicado aos profissionais da área e nos dois dias seguintes a feira abre para o público à partir das 19h até às 22h.
É melhor fazer inscrição ou credenciamento antecipado através do site, pois as filas nos dias da feira são imensas: www.exponor.com.br
Neste ano, o Brasil terá sua maior participação até hoje. No maior estande da feira, com área de 676 m² – quase o dobro do que o de 2009 – o Ibravin conseguiu reunir, para uma participação coletiva, 44 vinícolas verde-amarelas. 
Pela primeira vez, as três principais regiões produtoras de vinhos do País, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Vale do São Francisco (que congrega os estados da Bahia e de Pernambuco), estarão reunidas em um só local. 
É uma excelente oportunidade de provar o que o Brasil tem feito de melhor e mais interessante em termos de vinhos, despindo-se de preconceitos e sem a desculpa de ter que 'gastar'.
Paralelo ao evento de vinhos e dividindo o mesmo espaço no Center Norte, acontece a Feira de Cachaças (Brasil Cachaça) e de Charutos (Epicure), oportunidade para alegrar todos os tipos de público.
Não deixem de prestigiar, são oportunidades sem par!
P.S.: É claro que em nenhuma das feiras é permitida a entrada de menores de 18 anos.



sábado, 10 de abril de 2010

Velho Mundo do Vinho. Velho?

Hotel Palais Coburg - Viena - Austria

Restaurante Coburg


Adega Nova


City Suite Ernst - 89m2 - 1.050 Euros/noite


Dom Pérignon Lounge by Phillipe Starck


Wine Vault para pequenos grupos...


Fachada do Hotel


 Suite Imperial Rainha Victoria - 150m2 - 2.700 Euros/noite


   Wine Bar

O que dizer? Que o almoço executivo de segunda a sexta-feira no Bistrô Jardim custa 29 euros com entrada, prato principal, taça de vinho, água mineral e café.

Ah! Tem coisas que o dinheiro facilita não? 



sexta-feira, 9 de abril de 2010

Vinho vem em garrafa certo?

Olhe as fotos e pense como o mundo do vinho está mudando:














Uma propaganda famosa, de alguns anos atrás, afirmava 'Você precisa rever seus conceitos'. E é exatamente isso que vamos ter que começar a fazer em relação às embalagens de vinhos. 
Temos bons motivos para isso: o vidro, apesar de reciclável, pesa e seu transporte aumenta a emissão de poluentes. Por conta disso várias empresas - até mesmo brasileiras - já estão pedindo às fábricas para que desenvolvam garrafas mais leves. Não é bobagem, é coisa muito séria. Quer uma prova: vá até o supermercado e pegue nas mãos algumas garrafas de variadas partes do mundo. Elas ainda são muito pesadas, algumas delas absurdamente pesadas. 
Isso tinha explicação no passado, quando a armazenagem, o transporte e qualidade dos produtos era deficiente e muita coisa ficava por conta da qualidade do vidro, bem mais fácil de controlar. 
Hoje em dia isso não é mais necessário na grande maioria dos casos, exceção é a garrafa de espumante que precisa ser diferenciada para suportar a pressão do líquido, e algumas das garrafas de vinhos longevos, que necessitarão de armazenagem longa. O restante pode (e deve) mudar.
Infelizmente, com pouquíssimas exceções, ainda não é possível encontrar bons vinhos em Bag in Box no Brasil (o mercado deve ter uns 5 ou 6 rótulos somente que vale a pena comprar), mas no exterior isso já vem mudando com muito mais rapidez.
Por aqui, vale a pena ter um Bag in Box com torneirinha para o seu vinho de dia-a-dia, aquele que serve para cozinhar e para beber e também para festas familiares, churrascos e até mesmo para vender em restaurantes onde o consumo de vinho é pequeno mas o proprietário quer agradar o cliente que gostaria de beber um vinho. Excelente opção para vender vinho em taça.
Embalagens de plástico nem pensar, ok? É o contrário de tudo o que fala de preservação e economia e até hoje só porcaria com nome de vinho foi colocada em garrafa plástica. 
Sei que o assunto é polêmico, por isso deixei-o para o final de semana para pensar com calma. Afinal, há poucos anos os vinhos com rolhas sintéticas ou com 'screw cap' (tampa de rosca) eram mal vistos e hoje isso já mudou. Então, para continuarmos apreciando bons vinhos por mais tempo (e principalmente para as futuras gerações) é melhor começarmos já a revermos nossos 'pré'conceitos.
Bons Goles!


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Pizza! Pizza! Pizza!

Esta semana voltei a um lugar que adoro, a pizzaria RITTO, no bairro da Vila Hamburguesa.
Gosto do lugar por muitos motivos e um deles é bem pessoal. Trabalhei lá por quase dois anos e aprendi praticamente tudo que sei sobre serviço, organização, atendimento e trabalho em equipe nos longos finais de semana de casa lotada, fila na porta e gente com fome, sede, feliz ou mal humorada...
Mas o que mais gosto de lá, sem dúvida, é mesmo a pizza. Massa média com borda grossa é o estilo da casa. Farinha de trigo finíssima, azeite italiano, fermento e água mineral. Nada mais. Batida, amassada e posta a descansar de um dia para o outro.
O molho, feito todos os dias, leva nada mais do que tomates frescos, batidos com sal e azeite. Nada de tomates em lata, nada de molhos apurados que levam embora o frescor da pizza.
Aprendi, também, que uma casa que é incapaz de fazer uma boa pizza de mussarela, não vai ser capaz de fazer nada direito. Mussarela é coisa séria e para conseguir o fornecedor da RITTO, foi necessário ficar em uma fila. A produção é pequena e só atende as casas mais selecionadas de SP. Se você pedir para viagem e deixar na caixa de papelão de um dia para o outro, não vai ficar um halo de gordura na sua caixa e muito menos aquele desagradável cheiro de pasto. Vou até contar um segredo profissional: mussarela tem safra.
Quando as vacas estão amamentando, o leite é melhor, mais denso. Quando param de amamentar, o leite entra em entresafra e todos os subprodutos ficam com qualidade diferente, principalmente aqueles feitos com maior rigor.
Coberturas? Todas as conhecidas estão lá. Menos as doces (o dono considera uma ofensa e eu concordo - afinal quem consegue comer pizza de quatro queijos, calabresa etc e depois mandar uma massa coberta com chocolate e banana?) pois elas não pertencem à tradição italiana que a casa tanto preza.
A mais famosa do cardápio é a Lapa, que leva molho com pedaços de tomate e folhas de manjericão, calabresa fatiada pré-assada para ficar mais crocante, cubos de mussarela de búfala e mais manjericão.
É um escândalo de tão boa.
Uma coisa que deixa o dono bravo às vezes, é o quão frequentemente suas pizzas são copiadas e apresentadas em outras casas como sendo originais. Verdade seja dita, é chato, mas é também um sinal inequívoco de que se está fazendo algo de bom, até porque poucas casas em SP conseguem se manter com qualidade por mais de dez anos, como é o caso da RITTO.
Os vinhos são tratados com carinho especial, em uma enorme adega que também recebe clientes e algumas festas particulares. A carta é grande, bem explicativa e com bons preços, uma vez que faz todo sentido comer pizza e tomar vinho.
Nessa minha última visita, provei a pizza Imola, que leva champignon paris refogados em vinho branco, azeite e salsa, lâminas de alho, lascas de presunto Parma (Parma mesmo, não 'tipo' parma) e mussarela. Foi servida com uma boa taça de um Nero D'Avola, 2003, o Almanera. Maravilhoso.
Se você não conhece a RITTO, está na hora de ir e de deixar de lado o costume de comer frango com catupiry e quatro queijos, afinal isso é coisa de pizza para viagem, que muitas vezes nem é pizza, é só preguiça de cozinhar.
Bom apetite e bons goles!
Ah! E se você ouviu falar que o dono não é a pessoa mais simpática do mundo, que o serviço às vezes varia um pouco, ainda assim mande tudo isso para o espaço e vá pela pizza, pelo vinho e pelo local que é lindo.
Sim, estou sendo tendenciosa. Sim, sou suspeita para falar disso como deixei claro bem no começo. E sim, você só vai se quiser não?
www.ritto.com.br

terça-feira, 6 de abril de 2010

Gaúcho da Fronteira e Gaúcho Trentino

Sim, eles falam a mesma língua...mas nem sempre!
Um pouco de humor gaúcho do genial Louzada para alegrar este dia de muitas chuvas e muita tragédia.


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Miolo, Veja e as novidades que não são novas

A seção 'Radar' da revista VEJA desta semana (onde trabalhei por quase 12 anos) dá uma nota que muita gente está considerando bombástica. Afirma que a Miolo vai deixar de fazer quase todos os seus vinhos dentro do Vale dos Vinhedos e passará a fazê-los na fronteira com o Uruguai, onde já eram donos da Fortaleza do Seival e agora são das terras da Almadén.
Como a VEJA, depois da saída do Roberto Gerosa,  quase não fala mais de vinho qualquer coisa que eles colocam parece novidade. Não é.
É esperada para este ano a aprovação da DO (Denominação de Origem) do Vale dos Vinhedos, com regras rígidas para a produção de vinhos por lá. Uma delas fala das uvas que poderão ser utilizadas em vinhos que pretendam levar a DO e são poucas (Chardonnay, Riesling, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon e Merlot - se não me engano) as autorizadas.
Daí que a Miolo vai deixar somente seus vinhos especiais e seus espumantes para serem feitos dentro do Vale, com as uvas permitidas e super controladas, pois a DO também determina que as uvas sejam do vale, processadas no vale e seus vinhos engarrafados no vale.
Convenhamos, com uma propriedade do tamanho da que eles passaram a ter lá na fronteira, por que continuar fazendo Miolo Seleção e Miolo Reserva dentro do vale?
Já faz dois anos que toda a produção de Pinot Noir para vinhos varietais da Miolo saiu do vale, foi toda para a Campanha, só ficaram por lá as uvas Pinot Noir para espumantes. Eles não dão ponto sem nó, nunca. E estão certos.
Chato é jornalista que pega o 'bonde andando' e conta só uma parte da história.
Ah! E antes que digam que é furo também, a Miolo vai lançar seu varietal super premium de Chardonnay este ano na Expovinis, como já noticiei aqui, com uvas somente do vale. Claro que já estão de olho no que poderá ser mais um vinho DO. Na foto abaixo, uvas Chardonnay da Miolo de sua propriedade de São Gabriel, dentro do Vale dos Vinhedos (RS).
Bons e honestos goles!

P.S.: Para quem nunca viu, abaixo o vinhedo das uvas que fazem parte do vinho Lote 43 da Miolo, obviamente que esse É o histórico Lote 43, as terras recebidas pelo patriarca dos Miolo quando chegou ao Brasil.



sábado, 3 de abril de 2010

Vinho e Chocolate

Bacalhau na sexta-feira Santa e chocolate no domingo de Páscoa. 
Parece-me que esses feriados são muito mais gastronômicos do que religiosos para a grande maioria das pessoas.
E eu também não estou aqui para questionar a fé de ninguém, convenhamos.
Mas tenho uma sugestão importante para o dia não-oficial do chocolate: vinhos doces.
Uma das principais regras da harmonização de vinhos e alimentos ensina que os vinhos devem ser mais doces do que a sobremesa que será provada.
Isso é especialmente difícil quando se trata de chocolates, pois não estamos lidando somente com o açúcar, mas também com a manteiga de cacau, com os bombons de sabores variados e com o leite.
A harmonização clássica nos ensina a tomar vinho do Porto com chocolate, mas também há uma outra 'sensação' a ser descoberta: uísque de boa qualidade. Fica soberbo com um pedaço de chocolate meio amargo. Mas cuidado! Muito açúcar e gordura ajuda a encobrir o alto grau alcoólico dessas bebidas e passar do limite é fácil fácil.
Mas afinal, nosso foco são os vinhos brasileiros e para essa combinação festiva, temos muitas opções:
à esquerda estão alguns brancos, tanto o Terranova da Miolo (feito no nordeste) quando o Late Harvest da Aurora, são vinhos cujas uvas foram colhidas tardiamente, concentrando açúcares. São excelentes também como aperitivos, servidos bem refrescados (principalmente o da Aurora, o mais leve deles). A bela garrafa do meio é um mistela da Reggio Castela de São Marcos (RS), um vinho diferenciado, fortificado com àlcool de uvas e de uma elegância de aromas e sabores encantadora. Essa é com certeza uma opção para a sobremesa. Na foto da direita estão os tintos. O mais elaborado deles é o Portento da QSM, feito em Santa Catarina com amelhor tradição portuguesa - vai bem com todos os chocolates. O tinto da Aurora e o da Don Laurindo são mais leves e delicados e também podem ser servidos ligeiramente refrescados, vale provar até mesmo com bolinhos de bacalhau. A garrafa bojuda é do fortificado da Casa Valduga, um vinho em estilo mais português do que brasileiro, que vai bem com as sobremesas e com mousse de chocolate. Um cuidado apenas: as sobremesas brasileiras mais típicas, com ovos, côco e doce de leite precisam de vinhos mais ácidos e frescos. Então, a escolha aí vai recair sobre espumantes da uva Moscatel, que combinam açúcar e frescor. Bons goles!


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vacalhau e Binho

Lindo não? Risoto de Bacalhau do restaurante Lar Bianco, no Brooklin em São Paulo. 
Comi somente com os olhos, assim como vocês, mas resolvi colocar para falar dos vinhos que podem acompanhar os pratos com bacalhau que uma enormidade de gente deixa para comer somente amanhã (bacalhau para mim não precisa de data especial, embora tenha preço de feriado, isso é verdade).
Vamos às dicas: se for aquela bacalhoada de avó (ao menos a minha fazia assim) com pedaços de bacalhau, tomate, pimentão, batata, azeite e alho, tudo feito no forno, vinhos com base nas uvas Merlot vão bem, como um Reserva Boscato da cidade de Flores da Cunha (RS) ou o RAR da Miolo/Randon, de Campos de Cima da Serra. 
Para aquela posta de bacalhau nas natas, vale um vinho branco, uma dica excelente é o Núbio Sauvignon Blanc de Santa Catarina ou um espumante rosé, como o Pericó Brut, também de Santa Catarina.
O risoto da foto parece pedir um Chardonnay, como o Gran Reserva da Valduga ou um espumante como o Garibaldi Brut Chardonnay.
Se você descobrir uma combinação interessante nesse feriado, não deixe de escrever. Quero saber!
Bons goles!
www.larbiancorestaurante.com.br