Colheita 2016

Colheita 2016
Seja bem-vindo! E que nunca nos falte o pão, o vinho e a saúde e alegria para compartilhar!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um enólogo, uma vinícola, um terroir

Márcio Brandelli, o mais jovem enólogo de uma importante linhagem de vitivinicultores gaúchos (leia-se Don Laurindo), abriu com sua irmã gêmea (Magda) e sua esposa (Denise) a Almaúnica,

localizada no Vale dos Vinhedos, em um elegante prédio no meio da colina, cujos vinhedos se extendem à sua frente e ao lado. Veio com força e coragem, para mudar alguns (pre)conceitos e fazer seus vinhos únicos, com alma.

A linha de vinhos surpreende a cada dia, e atualmente conta com três tintos e um espumante.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Um enólogo, uma vinícola, um terroir

Enrique Tirado, enólogo responsável por um dos grandes vinhos chilenos (no meu entender entre os 5 melhores e mais importantes), que tem o nome do senhor que aparece na foto abaixo:
 Don Melchor, transmutado na garrafa e taça abaixo:

Vinho que amadurece em barricas de carvalho, na cave subterrânea de chão de terra batida, conhecida como cave 'Casillero del Diablo', na foto abaixo:

Dentro da vinícola (foto abaixo) Concha y Toro, cujos vinhedos se espalham por todos os terroirs chilenos. O que produz as uvas para o Don Melchor fica no vale do Maipo e chama-se Puente Alto.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Um enólogo, uma vinícola, um terroir

Flávio Pizzato, enólogo da Pizzato Vinhas e Vinhos. Inteligência, competência e muita dedicação. Herdadas em boa parte do pai...
...Plínio Pizzato, o homem da 'vinhas', vinicultor de excelência, um gentleman dos parreirais. Na foto com a filha Jane e as taças de um de seus delicados espumantes.

Novos espaços na Pizzato Vinhas e Vinhos, compactos, modernos, discretos.

O terroir do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS), no outono.

domingo, 28 de agosto de 2011

Taças para vinho - à francesa, bientôt


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Um enólogo, uma vinícola, um terroir

E aqui novamente, Mario Geisse, em sua propriedade brasileira em Bento Gonçalves.
Mas no Chile, onde passa boa parte do tempo (com a esposa que também é enóloga de uma importante vinícola chilena), Mário trabalha com outro Mário...

Mario Pablo Silva, um dos diretores/donos/herdeiros da Viña Casa Silva que, além de excelentes vinhos, tem uma pousada deliciosa e cultiva várias tradições chilenas.

Uma das entradas da Viña Casa Silva, no Vale de Colchagua

O terroir de Los Lingues, em Colchagua, de onde saem algumas das mais elegantes uvas Carmenére de todo o país, fotografado no final do inverno.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um enólogo, uma vinícola, um terroir

Carlos (Carlito) Abarzúa, nascido no Chile, mas vive no Brasil há décadas.
É um dos homens por trás dos deliciosos espumantes Amadeu, Cave Geisse e tantos outros feitos sob encomenda.

Antiga 'Cave de Amadeu', rebatizada como "Vinícola Geisse"

Vinhedos no distrito de Pinto Bandeira, em Bento Gonçalves (RS)

Mario Geisse, chileno, que veio ao Brasil para trabalhar na Chandon. Apaixonou-se (não apenas pelas terras e pela possibilidade de fazer espumantes que eram impossíveis de fazer no Chile) e aqui fincou raízes. Criou a Vinícola Geisse e divide seu tempo entre Brasil e Chile, onde também é o enólogo da próxima postagem...
(continua amanhã)


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Moving on


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Luto Profundo

Zazá morreu...
Eu nem pude me despedir, pois não estava aqui quando ela foi internada.
Entre tantas outras tristezas, esta se sobrepõe com um peso imenso, pois coloca tudo em outra perspectiva: o que é importante e o que não é, nossos orgulhos, nossas fraquezas, nossos erros, os venenos de nossa alma (a raiva, a inveja, a ignorância), aquilo que perseguimos pois nos espelhamos nos outros, aquilo que desejamos mas que de profundo nada nos traz.
Zazá morreu...e uma parte de mim morre com ela, em verdade com cada ser, com cada perda, com cada tristeza...
Zazá morreu e uma parte de mim precisa aprender com ela: a calma, a aceitação, a maciez do gesto, da ação, do entendimento...
Zazá morreu e eu espero que sua alma imortal ganhe alguns pontos na elevação espiritual, pois sei que ela teve sua parte de sofrimento, sua parte de amor, de entrega...
Zazá morreu e nós, aqui em casa, sentimos um vazio imenso, que sua presença tranquila sempre ocupou.
Zazá morreu e sei que teremos que viver com isso, mas hoje estou triste, muito triste.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Seriedade do Vinho

Meu pai me ensinou que vinho é coisa séria.
Que beber bebidas alcóolicas é coisa séria.
Até hoje (e degusto profissionalmente há quase 17 anos), meu pai se preocupa se eu tenho "cuspido" o suficiente!
Meu pai me ensinou que não devo falar daquilo que desconheço, que devo dar tempo para as coisas e as pessoas (e os vinhos se revelarem) e não julgar tudo pela primeira impressão, mas ele também me ensinou a não deixar que as pessoas me tratem mal apenas por eu não saber algo que elas sabem.
Meu pai me ensinou muitas, muitas coisas.
Me ensina até hoje, com sua alegria, seu gosto pela celebração, sua disciplina, seu cuidado com as pessoas que lhe são caras e seus respeito pelas que não são.
Meu pai me ensinou que vinho é coisa séria, que deve ser consumida apenas em momentos de alegria, de compartilhamento, de aprendizado.
Mas meu pai, verdade seja dita, não é tão sério assim como pode parecer. Meu pai sabe que as coisas passam depressa demais e que muita seriedade não leva à nada.
Meu pai faz 70 anos hoje e por isso este brinde é para ele!
Saúde PAI! Muito vinho, muita alegria, muita saúde para não levar a vida tão à sério!
Obrigado pelas lições de hoje e de sempre e brindemos, para que nunca nos falte!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mãos Dadas

" Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o meu futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles,considero a enorme realidade.
O presente é tão grande,não nos afastemos.
Não nos afastemos muito,vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher,de uma história,
não direi suspiros ao anoitecer,a paisagem vista da janela,não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicidas,não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é minha matéria,o tempo presente,os homens presentes,a vida presente. "
(Carlos Drummond de Andrade)


O poema acima, do poeta cujas palavras eu mais aprecio entre toda a língua portuguesa, serve de consolo para mim, pois abaixo reproduzo a notícia publicada na edição online do jornal Valor Econômico no começo desta semana. É uma triste notícia para mim, testemunha frequente dos esforços feitos por nossa indústria vitivinícola para ganhar consumidores e respeito.
Mas enfim, os números mentem menos do que outras fontes e pela correção com a qual sempre pretendo levar este blog, decidi publicá-la:

Vinhos e Espumantes Brasileiros Perdem Participação no Semestre
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo IBRAVIN



Prejudicados pela valorização do real, os vinhos finos e espumantes brasileiros perderam espaço no mercado doméstico para os importados no primeiro semestre. Enquanto as vendas do vinho nacional permaneceram praticamente estáveis em relação ao mesmo período de 2010, com 8,513 milhões de litros (alta de 0,11%), os estrangeiros cresceram 2,37%, para 27,015 milhões de litros, e ampliaram a participação no setor de 75,63% para 76,04%.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). No segmento de espumantes, o volume de importados cresceu 15,12% no semestre, para 1,499 milhão de litros, e a venda do produto nacional teve ligeira queda de 0,08%, para 3,265 milhões de litros, segundo o Ibravin. Segundo o Ibravin, as importações aceleraram em junho, pois até maio o volume de vinhos estrangeiros vendidos no mercado interno era menor do que no mesmo intervalo de 2010.
Os países que registraram as maiores altas nas vendas para o Brasil foram França, Portugal e Itália, enquanto os maiores fornecedores externos do Brasil - Chile e Argentina - tiveram desempenho negativo. Nos vinhos de mesa nacionais (feitos com uvas comuns), a alta nas vendas foi de 8,5%, para 103,978 milhões de litros. Ao mesmo tempo, a comercialização de suco de uva natural pronto para consumo aumentou 33,19%, para 21,464 milhões de litros.
O Ibravin informou ainda que as exportações de vinhos finos das vinícolas participantes do projeto setorial "Wines from Brazil", realizado em parceria com a Agência Brasileira de Exportações (Apex), somaram US$ 1,2 milhão no semestre, com crescimento de 40,7% sobre o mesmo intervalo de 2010. Onze vinícolas participam do projeto, que reponde por praticamente a totalidade dos embarques do setor, conforme o instituto.
Segundo a gerente de promoção comercial do "Wines from Brazil", Andreia Milan, a previsão para todo o ano é exportar o equivalente a US$ 4 milhões, ante US$ 2,3 milhões em 2010. Os principais destinos do produto brasileiro de janeiro a junho foram Reino Unido, Colômbia, Holanda, Estados Unidos e Alemanha.


Imagino que isso seja alimento para muitas discussões, pesquisa e ações, não apenas dos orgãos competentes, mas de cada vinícola que busca seu espaço.
Torço para que tenhamos ações efetivas (e honestas) para conquistar o mercado com bons produtos. Como sempre digo, não vou deixar de beber vinhos importados, mas acredito que nosso produtos merecem ser vendidos a preços mais competitivos e merecem ter mais espaço.
O que realmente me assusta nessa notícia é o fato da venda de vinhos de mesa ter crescido 8,5%. Isso para mim é aviltante e pura falta de conhecimento.





quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Frio e as parreiras!



Antes de mais nada, preciso dizer que a imagem que vocês vêem acima, foi gentilmente feita pela minha amiga Italia, na madrugada do dia 4 de agosto em São Joaquim, Santa Catarina. Ela e o marido estavam saindo da casa de amigos e encontraram o carro com essa camada espessa de gelo.
Obrigado Italia! Vai ficar no blog até o inverno passar (que aí em São Joaquim deve ser mais ou menos em novembro certo?). E não querendo copiar o Sr. Wandér, é quase o blog do vinho 'do gelo' verde amarelo.

Mas o frio não é mau para as videiras nesta época, faz parte do ciclo vegetativo das plantas e auxilia em vários aspectos que vão contribuir para um fruto que poderá transferir cor e várias substâncias importantes para o vinho. É neste momento que muitos produtores fazem a chamda 'poda seca'.
Quando começa o outono e as plantas deixaram de produzir frutos, os produtores deixam que a natureza tome seu rumo sem nada fazer. As folhas deixam os galhos pois a planta está se preparando para o frio, com menos luminosidade disponível e assim com menos seiva percorrendo os galhos. É um processo absolutamente natural e que todas as plantas com ciclo vegetativo semelhante fazem.
Quando o inverno já começou (ou neste caso vai pela metade), é momento de podar os galhos, já determinando aí os brotos para a próxima safra. É um processo longo de explicar, no qual eu não vou entrar em detalhes aqui para não entediar os leitores que preferem beber a estudar (risos, nada contra!).
Como tenho falado bastante da Campanha Gaúcha nas últimas postagens, resolvi colocar um mapa aqui para dar uma localizada nas coisas. Infelizmente, nesse mapa não aparece Bento Gonçalves, para que vocês possam ver como as duas regiões produtoras são distantes uma da outra, mas aparece Caxias do Sul, e assim é só pensar que Bento fica um pouquinho mais a noroeste no mapa (para os curiosos de plantão, São Joaquim também não aparece, mas fica no meio da diagonal que une Lages a Criciúma, ambas no mapa).


Nesta semana falei da loja que abriu em Santana do Livramento, cidade que é divisa com Rivera, já na Uruguai. Dom Pedrito e Bagé juntam-se a ela como importantes áreas produtoras de uvas e hoje com algumas vinícolas também. Mas a cidade marcada no mapa com a letra 'A' é Itaquí, quase na divisa com a Argentina e é lá que está a vinícola Campos de Cima (os vinhedos ficam em Maçambará).
É um projeto de Hortência e José Ayub (junto de suas filhas), gaúchos que resolveram investir no potencial para boas uvas dessa região, nas terras de uma fazenda centenária. Há alguns anos eles vem cuidando da terra (são 15 hectares) pesquisando junto com a Embrapa de Bento Gonçalves, e estudando para conseguir alguns vinhos diferenciados por lá.
Conheci o casal na Expovinis do ano passado, quando estavam lançando seus vinhos no mercado e fiquei muito impressionada com o espumante brut e com o Ruby Cabernet, um cruzamento das uvas Carignan e Cabernet Sauvignon, desenvolvido nos anos 1940 por um enólogo/pesquisador da Universidade de Davis, nos EUA.
Aqui no Brasil quem sugeriu essa cultivar para os donos da vinícola foi o Dr. Celito Guerra, da Embrapa, um especialista no potencial das regiões brasileiras para cada tipo de uva. Em uma entrevista no ano passado, Celito me contou: "É uma região ímpar, de solos profundos, noites frias e os verões mais quentes da Campanha, realmente um lugar privilegiado".
Neste ano provei também o Viognier que em chamou a atenção de forma muito positiva e, como é uma região fronteiriça, creio que o Tannat há de se revelar em breve, com todo seu potencial.
A assessoria de imprensa da vinícola enviou fotos feitas nesta semana dos vinhedos cobertos de geada, assim como o início da poda seca, que estão abaixo.



Quem quiser conhecer um pouco mais, o link para o site da vinícola é: http://www.camposdecima.com.br/

Felizes dias de inverno e bons goles para todos!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Loja de Vinhos da Campanha

Volta e meia aparece uma notícia que dá gosto de dar, mesmo que seja longe 'daqui de casa'.
Quando estive na Campanha Gaúcha em março deste ano fiquei sabendo dos planos (já em ação) para uma loja coletiva dos produtores de vinhos finos de lá.
Quem me contou foi a Gabriela, enóloga da Guatambu, cujo pai, Valter Pötter, é vice-presidente da Associação dos Produtores de Vinhos da região.
Pois não é que a loja foi inaugurada na última sexta-feira? Ela ocupa um grande espaço na sede da Associação.
Localizada no centro da cidade de Livramento, a poucos passos da divisa com a cidade uruguaia de Rivera, a loja está no subsolo do Palácio do Comércio e reune mais de 100 rótulos das vinícolas Guatambu, Rio Velho, Almadén, Seival State, Bela Vista State, Cordinheira do Santana, Peruzzo, Rigo, Dunamis, Campos de Cima, Camponogara, Nova Aliança e  Routhier & Darricarrerè.
"Rivera recebe cerca de 40.000 turistas em cada feriadão, e queremos oferecer produtos da região a este público, com preços diferenciados para encarar a competição com os free-shops" afirma Gabriela. 
Na inauguração estavam presentes, entre convidados e produtores, o secretário da agricultura do estado do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, o governador Tarso Genro (na foto acima com Isadora e Valter Pötter), o presidente da Associação, o enólogo da Almadén Afrânio de Morais e Roberto Menezes, da vinícola Rio Velho que é o responsável pela loja.
Fico feliz em dar essa notícia pois essa é uma iniciativa sem precedentes no mundo do vinho brasileiro e uma ação efetiva (e conjunta) para colocar produtos nacionais e importados em (quase) pé de igualdade.
Ao menos os gaúchos que frequentam a região saberão onde comprar os vinhos lá produzidos e os turistas terão mais coisas para conhecer. Quem sabe aquele meu sonho de ver algumas enotecas como as italianas e as francesas está mais perto de se concretizar, mesmo que seja na divisa com o Uruguai?
Parabéns e sucesso aos produtores da Campanha Gaúcha!


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Feliz mês de Agosto para todos!