Colheita 2016

Colheita 2016
Seja bem-vindo! E que nunca nos falte o pão, o vinho e a saúde e alegria para compartilhar!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Sabores da Serra


Estava frio lá pela Serra Gaúcha, especialmente no sábado quando fomos ao distrito de Pinto Bandeira. Por lá é sempre um pouco mais frio, e nem o sol que deixava o céu muito azul era forte o suficiente para aquecer.
Felizmente, preparados como são para os rigores invernais, os gaúchos fazem com que o frio esteja limitado somente às àreas livres.
São lareiras, aquecedores, salamandras e fogões à lenha que aquecem todos os lugaresm e ainda acrescentam charme.
Mas o mais bacana é que nesta viagem provei uma porção de sabores novos. Na quinta-feira, pouco depois de chegarmos, fomos com o Diego Bertolini e a Andréia Gentilini Milan do Ibravin, para um agradável jantar no CantaMaria. É sempre bom comer lá, pois mesmo sendo parada obrigatória para turistas, também é frequentado pela massa crítica local, o que obriga o ambiente a estar sempre bem cuidado e a cozinha atenta.


Nessa foto acima está a mesa de saladas de um local que eu não conhecia (embora tenha passado em frente inúmeras vezes), é o Sapori & Piaceri, ao qual fomos com o Vinícius da Salton. 
Uma casa antiga, remodelada e decorada para ser um 'histórico chique'. E funcionou muito bem. É um buffet de saladas (tem sempre uma sopa para aquecer a boca ao chegar) com opções bem cuidadas e apresentação mais contemporânea.
Depois é servido um prato quente do dia que, na sexta-feira, era bacalhau desfiado cremoso e gratinado, acompanhado de arroz integral com grãos (foto abaixo). Delicioso e substancioso, caiu muito bem acompanhado de uma taça de Chardonnay Volpi!


No jantar tivemos o prazer de estar em um dos restaurantes que conheço bem, na Casa Valduga.
O que é interessante por lá é que, embora esse seja o restaurante mais antigo da Casa - apenas dentro do complexo de pousadas da vinícola são três restaurantes - o cardápio foi renovado pelo chef Daian, assim provamos uma sopa creme de cenoura com gengibre e mel (estava deliciosa!), um prato de massa que faço questão de mostrar aqui (foto abaixo), que é o mesmo capeletti que vai na sopa, só que para esse prato é feito um pouquinho maior, com creme de queijo, lâminas de amêndoas e sálvia. Uma forma criativa e saborosa de 'revisitar um clássico', como se diz no mundo da gastronomia.


Depois da massa, comemos um filé ao ponto, com molho reduzido de vinho tinto, acompanhado de purê de abóbora, que aqueceu o paladar.
No dia seguinte fomos recebidos para almoçar pela família Giovaninni, naquele que - para mim - é um pedaço da Toscana brasileira. Toda vez que vou até a Pousada e vinícola Don Giovanni volto com duas dúzias de fotos. Desta vez fotografei um carramanchão de kiwis, bem em frente da pousada, e o André Giovaninni me explicou que eles não amadurecem no pé, precisam ser colhidos em um ponto ideal e deixados para amadurecer. 


Antes do almoço fomos levados para uma visita às caves e também aos vinhedos e depois de chegarmos ao mirante um de nossos anfritiões apareceu com um balde, espumante rosé e taças e brindamos entre os parreirais, na linda (e fria!) manhã de sábado.


Quando voltamos para a sede, a mesa no restaurante do subsolo da pousada estava quase pronta. Dona Beatriz, a matriarca do Giovaninni, é uma conhecedora de alcachofras e há muitas plantas em sua propriedade. Ela nos contou que colheu 20 mil kg no ano passado e que congela uma boa parte para continuar servindo seus pratos mais típicos, como a salada com fundo de alcachofra e o risotto que foi preparado para nós com os pedaços saborosos e firmes, como se tivessem sido colhidos ontem.


Partilhamos da refeição com a família e ainda provamos a cassata com calda de espumante e com calda de vinho tinto, que aparece na foto abaixo (acreditem, essa luz é natural, e vinha de um raio de sol que passava pelo vitral da janela ao lado), acompanhada de uma taça de espumante DG Nature.



Os gaúchos da serra, como bons descendentes de italianos que são, adoram uma pizza. Embora muitos deles tenham o costume 'meio carioca' de estragar a pizza com catchup e mostarda.
Mas os amigos com os quais eu fui jantar eram "meio" paulistas (uma de Campinas e outro daqui da capital, mas que vive em Bento Gonçalves há mais de 4 anos), assim nossa pizza era muito tradicional: 1/3 com presunto tipo Parma, 1/3 portuguesa e 1/3 atum. Tudo devidamente comido com bons goles de Pinot Grigio da campanha gaúcha.
Infelizmente, como a fome era grande, a foto mostra apenas o final da pizza...


Eu quis falar desse assunto hoje pois tenho observado com grande interesse a evolução da gastronomia na região. Claro que ainda existe muito galeto, sopa de capelim, salada de radicci e polenta brustolata, e eu nem acho que isso deva sumir, é gostoso e tradicional. Mas como a região começa a atrair ainda mais turistas e já há um bom grupo de pessoas (como eu) que visita a região com frequência, é bom saber que existem opções de qualidade na mesa assim como existem na taça.
Bons bocados e bons goles!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Homens do Vinho

Esta é a tricentésima postagem do blog, então o que era para ser uma coisa mais séria acabou de se transformar em um misto de seriedade e descontração.
Cheguei ontem do sul do país com algumas histórias para contar e várias fotos, mas resolvi separar algumas delas em torno de um assunto diferente.
Eu costumo dizer que, quando um dono de vinícola ou enólogo está abrindo uma garrafa de seu próprio vinho ele deve ser fotografado.
Não chega a ser um momento 'íntimo' no sentido que a maioria das pessoas pensa, mas sim no sentido de que aquele produto - no qual está o trabalho, a crença e a expectativa de um homem/uma família/uma empresa - é sempre uma nova surpresa, uma nova descoberta até mesmo para quem o faz.
Por isso selecionei, entre as fotos que fiz nos últimos dias, as imagens desses homens para compartilhar com vocês.


Na foto acima, está o sommelier Vinícius Santiago na ponta esquerda e o enólogo e diretor da Salton Lucindo Copat na ponta direita. Entre eles estão Juliana Reis (do SENAC) e Fernanda Orellano (diretora  da Escola Argentina de Sommeliers) brindando com o espumante Reserva Ouro.


Acima, o enólogo Flávio Pizzato, na sede da empresa no Vale dos Vinhedos, abrindo uma garrafa de seu Cabernet Sauvignon.


Servindo uma taça de espumante 130 está o enólogo Eduardo Valduga, adivinhem de qual vinícola?


Nascido no Chile  mas convenientemente adotado pelo Brasil, o enólogo Carlos Abarzua aparece no meio da foto, apresentando as instalações da Vinícola Geisse, em Pinto Bandeira. 


André Dreher Giovannini, da Vinícola Don Giovanni, abrindo um espumante rosé no mirante em meio aos vinhedos, em Pinto Bandeira.


Daniel Panizzi, abrindo um Merlot 2006 da Don Giovanni, deixado para mim pelo enólogo Luciano Vian, que estava (mui acertadamente) viajando com a esposa que fazia aniversário.


Vilmar Bettú, um dos personagens míticos da vitivinicultura brasileira, abrindo uma garrafa de seu Chardonnay, em Garibaldi.

As últimas duas fotos não são, obviamente, desta última viagem, mas resolvi colocá-las aqui pois o assunto está em pauta. O personagem da foto abaixo, André Peres, é um jovem e promissor enólogo que tive o enorme prazer de reencontrar neste final de semana, com sua esposa Gisele (também enóloga). Ele trabalha na Vinícola Aurora e na foto está analisando a rolha do vinho tinto comemorativo aos 80 anos da empresa.


Por fim, abaixo está o enólogo Desiderio Bisol, da vinícola Bisol, na região do Vêneto, (Itália) um dos maiores produtores de espumantes Prosecco (a uva agora se chama Glera), que conheci em fevereiro deste ano.


Sei que as mulheres provavelmente vão apreciar mais do que os homens, mas repito que o objetivo não é (apenas) esse. O vinho é um produto que há milênios pertence à história da humanidade, e é um dos poucos que além de alimentar e dar prazer, é capaz de integrar pessoas.
Um enólogo brasileiro muito importante (professor Firmino Splendor) me disse uma vez: "O vinho é um dos poucos produtos que, mesmo depois de ser consumido, muita gente ainda quer saber como ele é feito e, se puder, quer conhecer quem faz e participar do processo". Assim, em homenagem aos homens (e também às muitas mulheres) do vinho, fica aqui esta 300a postagem.
Bons goles e excelente semana para todos!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A caminho de Bento Gonçalves!

Faz pouco mais de três meses que estive lá pela última vez, mas confesso que já estou com saudade de Bento Gonçalves e vou aplacá-la um pouco a partir de hoje.
Sigo para Porto Alegre na hora do almoço (se tudo der certo com avião, aeroporto e nevoeiro) e de lá subo para a serra.
Ficarei até a manhã de domingo, trabalhando ao lado de pessoas amigas, o que é uma sorte e um privilégio!
Claro que voltarei com notícias fresquinhas, pois vou visitar sete vinícolas, uma das quais eu não conheço e duas que faz muito tempo que não visito.
Deixo aqui uma foto linda do gaúcho Gilmar Gomes, que mostra o outono nas parreiras do Vale dos Vinhedos.
Bons Goles e até a volta!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Locanda da Lino - Solighetto (Treviso) - Itália


Para aqueles que me perguntaram qual era o restaurante na Itália com aquele atrativo prato de antepastos, aqui estão algumas fotos e informações.
A foto acima não é minha, pois estive lá no inverno e esse lindo jardim externo só funciona na primavera e no verão.
Chama-se 'Locanda da Lino' e fica na estrada do Prosecco, saindo da cidade de Conegliano com destino a Brennero, no pequeno vilarejo de Soligheto. Tudo isso fica na região de Treviso, no que eles chamam de 'sopé dos Alpes', bem embaixo das montanhas Dolomitas.
É uma 'Locanda' pois se pode comer e dormir. São vários ambientes, como uma enorme casa que foi se expandindo e acomodando cada vez mais espaços. Pequenas salas para refeições mais privativas, salões para festas, uma incrível adega subterrânea (que pode ser fechada para um evento) e vários quartos na frente, cada um com uma decoração diferente e rebuscada, alguns até com pequenas cozinhas e sala de jantar, onde o hóspede pode receber amigos com o serviço do restaurante e toda a discreção de estar em uma casa.
Sinto que minhas fotos não são muito boas, pois era noite e eu havia viajado muito naquele dia, além do ambiente ser bastante rebuscado. Mas vou colocá-las assim mesmo:

A entrada

Um dos salões principais acima e abaixo (são caldeirões de cobre pendurados por todo o teto)


Parede-vitrine que divide espaços e guarda uma parte da coleção de cristais e vidros

Uma das salas de refeição fica dentro da cozinha, onde há o 'menarosto', grill giratório à carvão também utilizado em algumas de nossas cidades do sul, como em Flores da Cunha

Parte da adega subterrânea, onde ficam os vinhos que saem mais - por isso as garrafas em pé

O prato de antepastos. Foi pedido assim: uma seleção do que estivesse disponível naquele dia em pequenas porções. Estávamos em cinco pessoas e vieram sete pratos diferentes, cada um com uma quantidade suficiente para ser dividida entre todos e mais uma bela cesta de pães

O prato quente também foi escolhido entre os que estavam disponíveis no dia, sem olhar cardápio nem nada e para 'me agradar' de certa forma, pois eu disse que desejava comer o que fosse mais típico. Assim foi servida uma longa travessa com frango ao menarosto (um assador lento), pedaços de costela de vaca, polenta mole branca, feijões brancos em molho de tomate, pequenas batatas jovens sautês e escarola refogada.


A sobremesa foi diferente para cada pessoa. A minha era um sorvete de pistache, cuja foto ficou realmente impublicável, desculpem-me.
Tudo isso foi acompanhado de espumante Prosecco Superiore, duas garrafas diferentes, o primeiro um pouco mais frutado e o segundo mais seco. Infelizmente nenhuma das duas marcas é comercializada no Brasil.
Óbvio que não sei quanto custou esse jantar, pois eu estava acompanhada pelo diretor do Consorcio de Produtores de Prosecco, entre outras pessoas.
Eles estão na foto abaixo.


Completando o que escrevi ontem, acredito que abundância é, como dizia minha família, quando não há falta e não quando há excesso. Quando existe equilíbrio entre o que precisamos e o que apreciamos, quando existe disposição para aproveitar o que a vida lhe dá de bom, pois de nada adianta ter muito e não usar, ser mesquinho ou viver com medo de perder.
E mencionando uma música infantil do desenho Mogli na versão da Disney: "Necessário, somente o necessário, o extraordinário é demais! Eu uso, o necessário, somente o necessário, por isso é que essa vida eu vivo me paz!"
Bons goles!



terça-feira, 24 de maio de 2011

O que é abundância?


Em minha família era costume dizer de forma jocosa (e talvez até pouco 'educada' para um blog) que aquilo que abunda não falta (ou não prejudica).
Ou seja, quando algo é abundante, é porque está disponível largamente e facilmente.
No entanto, lendo aquele livro 'Mil Dias na Toscana', a autora Marlena de Blasi fala sobre o conceito de abundância ligado ao fato de 'ter de mais' e também ao fato de 'ter qualidade' em relação à quantidade.
Por isso meu questionamento: o que é abundância para você?



Como tantas outras pessoas eu já passei (e passo ainda) por fases onde há mais dinheiro e menos dinheiro, mais amor e menos amor, maior facilidade em fazer as coisas e menor, saúde em ordem e em desordem, ou seja, tenho fases onde as coisas boas abundam e fases onde as ruins também.
Embora para mim, o conceito de abundância esteja ligado a uma visão mais positiva do que negativa das coisas.
Gosto de ver minha adega cheia, mas não tenho nenhum problema em esvaziá-la para uma festa ou para meus amigos. Gosto de ter em minha mesa um excelente azeite, mas se não posso comprá-lo neste mês, talvez possa no próximo e isso não me fará menos feliz hoje.
É óbvio (ainda ontem estava pensando nisso enquanto dirigia para minha casa), que eu gostaria de ter um tempo em que meus recursos financeiros não fossem totalmente direcionados para pagar as contas e sustentar a própria vida. Eu gostaria - não de ser milionária -, mas de saber que o meu trabalho me proporciona rendimentos suficientes para mais do que o absolutamente necessário. Isso seria muito bom e talvez me mostrasse um novo lado da abundância.
Mas, o interessante é que me considero rica. Rica em pessoas que me querem bem (embora nem sempre, como tudo o mais na vida...rs), rica em saúde, rica em bons sentimentos, em boas experiências (e nas más que nos ensinam esse conceito), enfim, rica naquilo que é importante para mim.


A autora do livro falava de experiências e sentimentos utilizando a metáfora da comida. Dizendo que os americanos da Califórnia (onde ela vivia e trabalhava como crítica de gastronomia) exageram nas produções e nas invencionices que deixavam a comida igual a maior indústria do estado: "comida cenográfica", linda de ver, mas sem alma per se.
Quando foi viver na Toscana, ela se deu conta que a comida é uma coisa muito, mas muito séria, porém encarada com simplicidade, onde a abundância significa ter coisas boas, na época certa, a preços justos. E não ter "tudo ao mesmo tempo agora" como parece ser a moda na velocidade da web e que gera tanta ansiedade e tanto conflito em nossa sociedade.
Vejam o prato acima, por exemplo, de antepastos de um restaurante do norte da Itália, na cidade de Conegliano. São produtos locais, que estavam na safra ou foram preparados e preservados seguindo as tradições de um povo onde a industrialização foi tardia, e o frio e as guerras não permitiam desperdícios.
Pão caseiro, presunto de dois estilos, alcachofras em conserva, salada de feijões brancos, verduras amarguinhas que suportam o inverno e queijos.
Tudo em abundância, certo?
O que mais seria necessário, além da fome? Uma taça do bom espumante local, em preço justo, em qualidade sempre compatível com o que é servido. 
Vale lembrar que esse não é um restaurante qualquer, é o melhor da cidade, elegante, 'classudo', bem frequentado. Mas sem frescuras, sem embelezar o que é bom naturalmente.
Como conseguir isso por aqui?
Em SP é quase impossível. Comer fora em SP é muito bom, mas não raro é um abuso de preço e de arrogância.
Abundância por aqui é comparada muitas vezes com 'uma montanha de comida' como frango frito, polenta e batatas, rodízio de sushi, churrascarias com buffets de salada que mais parecem a Ceasa (com a seção de peixes inclusa). Parece-me que abudância e fartura são sinônimos por aqui.
Mas não são. Até porque a fartura não garante a qualidade.
Quando se fala em vinhos então, a coisa fica ainda mais grave. Um bom vinho, a preço justo parece ser uma coisa impossível de se conseguir e quem consegue passa por bobo às vezes, pois para muita gente beber bem ainda é beber caro e beber raro.
Bem, eu gosto de vinho, gosto de vinho sempre e não tenho fundos para beber 'caro e raro' todos os dias.
Ainda por cima acredito que vinhos devem combinar com o momento, com a disposição, com a comida e com a companhia. Por isso, nem todo parente é boa companhia para um Grand Chateau de Bordeaux, nem todo arroz branco vai com o melhor espumante.
Felizmente, existem exceções. No final de semana passado tive a grata surpresa de ir visitar a pequena importadora 'La Cave Jado', de propriedade de 3 franceses que estão agradavelmente se 'aculturando' no Brasil.
Seus vinhos são de pequenos produtores e custam preços justos, entre 44 e 170 reais (o mais barato é um Muscadelle e o mais caro é um Champagne super saboroso). Para todos os gostos e estilos, eles são no geral fáceis de beber e servem para a gente parar de pensar que todo vinho francês é caro e que os mais em conta são ruins.

A loja (na foto acima), é despretencisosa e agradável de estar. Não tem frescura nenhuma. É como um bom baguete, um cacho de uvas frescas doces, um copo de água mineral geladinho e fatias de um bom embutido. Tudo combina, com delicadeza e abundância.
Para completar, nesse final de semana ainda tive a agradável possibilidade de degustar um tinto brasileiro de uma região nova - Campos de Cima da Serra - perto de Vacaria, um Cabernet Sauvignon 2008 que custa apenas 25 reais e vale bem mais do que isso. A vinícola é a Aracuri e o enólogo é o jovem Cristiano Zorzan. 

Por fim, acredito que muitas vezes confundimos abundância com sofisticação, qualidade com aparência, oferta com propaganda.
Separar tudo isso é complicado e envolve pararmos para pensar um pouco sobre o que é importante, o que é necessário no momento e como devemos fazer nossas escolhas.
Bons goles e boa semana para todos!

Ah! os sites: www.cavejado.com.br e www.aracuri.com.br


sábado, 21 de maio de 2011

Comida para o Pensamento!

Quando eu era adolescente, tinha em minha mesa de cabeceira muitos livros.
Era uma leitora ávida desde criança, mas de coisas até bastante específicas: eu sempre gostei de estórias (e de algumas histórias também). Sempre apreciei mais a ficção do que a não-ficção e nunca suportei biografias e teses mirabolantes sobre a vida alheia ou sobre como o mundo deveria ser.
Já na faculdade, escutei de um professor bem humorado que o sujeito que escolhia ser jornalista era aquele único aluno do primário que ficava feliz em escrever a redação 'Minhas Férias'.
Esse era eu, claro.
Hoje, continuo apreciando a leitura, mas percebo que ela é atualmente uma espécie de 'válvula de escape'. Quando passo muito tempo escrevendo sobre vinhos, pesquisando sobre vinhos e degustando, quero ler coisas diferentes. Gastronomia talvez...ha ha ha.
Sei que esse tempo mais frio estimula as pessoas a ficarem mais dentro de casa e por isso os livros acabam voltando para as mãos de muita gente.
Por isso escolhi alguns que li (e reli), um que estou lendo e outro que lerei na sequência, para dar algumas sugestões para quem está sem ideias.


Da esquerda superior para a direita: "Mil dias na Toscana", de uma jornalista e chef americana que casou-se com um italiano e foi viver lá. Um pouco de ficção e bastante realidade. Gostoso de ler. É a continuação de "Mil duas em Veneza", mas eu não li esse. A mesma autora escreveu "Um certo verão na Sicília". São os típicos livros para se ter ao lado uma taça de vinho, doce de preferência, e uns biscotti para molhar dentro.
"O Livro do Vinho" é excelente para consultar, estudar e ler, pois é agradável, bem escrito e bonito de ver. Eu diria até que é um belo presente para aquele amigo enófilo.
"Os Sentidos do Vinho" é coisa séria, para quem gosta do assunto mesmo. Escrito por um jornalista especializado, é cheio de informações importantes escritas de forma muito competente. No meu entender, um dos mais importantes livros para quem gosta de vinhos.
"Meditando na cozinha" da Sonia Hirsch é uma delícia em vários sentidos. Tem histórias, tem receitas fáceis e simpáticas, poesias, desenhos lindos e explicações sobre ingredientes e seus benefícios para a saúde. Melhor impossível.
"Lições de Francês" e "Um ano na Provence" (aqui aparece a versão americana "A Year in Provence") fazem parte do 'curriculum básico' de todo o gourmet ou interessado em comida/bebida/viagens que se preze (ou seja, uma enorme parte da população que não vive de barrinhas de cereais e líquidos repositores de eletrólitos de um lado e nem de macarrão com quatro queijos e batida de morango do outro). Tem que ler. Nada mais a dizer. E se você gostar de bebidas com aniz, tenha ao seu lado um copinho com ela. Se não gostar, como eu, um vinho rosé vai resolver bem.
"Banquete", que eu ainda não li, é um livro que conta a história dos rituais à mesa e da gastronomia ao longo dos séculos. Parece interessante, não? 
Por fim, para os que tiverem estômago forte, o livro "Maus Bocados" do ex-chef Anthony Bourdain é diversão na certa. A prosa fria, sem maquiagem de Bourdain e seus muitos anos nas cozinhas se combinam em histórias que só podem acompanhar um Cognac, ou melhor, um chá preto!

Qualquer que seja a sua escolha, leia muito e leia coisas diferentes. Não deixe o cérebro se acostumar com um mesmo assunto. Variedade e exercício são, ao meu ver, os segredos de uma inteligência vivaz, ativa, alegre.
Bons goles e boa leitura, se houver uma lareira como essa que eu tinha na semana passada, melhor ainda!


A propósito: também não quero meu cérebro travado na cozinha ou na cave, por isso também estou lendo "Você está aqui" e "A cauda longa" , dois livros de não ficção, para me lembrarem como é o mundo dos que não bebem...he he he.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Nas Montanhas das Gerais

Depois de mais de dois anos sem viajar a passeio com meu marido, tiramos um final de semana prolongado e fomos até a cidade de Extrema, divisa de SP com Minas Gerais, já do lado mineiro, claro.
Subimos mais de 1400 metros até o chalé localizado dentro da mata, na reserva natural do Saúa. A vista da varanda está abaixo.


Fizemos trilha por mais de 3 horas na montanha (na Serra do Lopo) com um grupo animado e de fôlego. 



O caminho é lindo, e nos leva até mirantes de pedra, rampas de vôo e a bela natureza da montanhas de Minas. A foto abaixo foi tirada de um dos mirantes, de onde se avistam represas e algumas cidades, como Joanópolis.


Quando descemos, quase 3 da tarde, estávamos famintos e a comida mineira nunca pareceu tão apetitosa.
Fomos para um armazém de estrada que serve comida preparada no forno à lenha. Para quem gosta, segue uma foto do melhor torresminho que já comi na vida, acompanhado de mandioca e uma cachacinha em caneca de ágata. Detalhe do limão-cravo, coisa rara de se encontrar aqui em SP nas últimas décadas. 


Claro que tomamos vinho em todos os jantares, mas eu levei daqui, pois a lista (não 'Carta de Vinhos') da pousada era deprimente...
Visitamos cascatas, cachoeiras e fizemos amizade com os animais locais, seja o Kimba (o lindo pastor suiço que ficou comportado na porta da casa da mulher que faz geléias artesanais) ou os dois gatos sem nome, um deitado sobre um toco de madeira no armazém, que minutos depois me permitiu o prazer de servir de colo para ele, ou o clarinho, tomando banho de sol em uma manhã muito fria, sobre o teto de zinco coberto com palhas de pinheiro (gato em teto de zinco quente, claro).






Retornamos para a civilização com um pouco de alma lavada em ribeirão, com bastante ar puro nos pulmões e vontade de trabalhar e cuidar da vida.
Lindas montanhas de Minas!



terça-feira, 17 de maio de 2011

Um bom vinho, uma boa história


Pessoal, a foto que vocês vêem acima é dos vinhedos de Cabernet Sauvignon da Pisani/Panceri, em março de 2008, em Tangará, Santa Catarina, quando eu os visitei.
O motivo deles estarem aqui é o texto que reproduzo a seguir, com a devida autorização de seu autor, o enófilo, escritor e publicitário Didú Russo (que além dos blogs tem um programa de TV), falando de um dos grande vinhos que a vinícola Panceri produziu em parceria com a Pisani. Em 2008, quando eu fui lá, o Reserva Pisani Panceri custava R$ 54,00 na loja da vinícola.
Um grande vinho, sem dúvida, ao lado de outro produto muito bacana da Panceri, o Nilo, da uva Teroldego, também das terras frias e altas de Santa Catarina.
Muita coisa ocorreu de lá para cá e Panceri e Pisani não trabalham mais em parceria.
Mas o texto do Didú fala de outras coisas do vinho brasileiro que acho MUITO relevantes para quem, como eu, vê essa indústria com um misto de admiração e muitas, muitas dúvidas.
Da forma que eu vejo, existem bem poucas pessoas no mundo do vinho como um todo que têm verdadeiro respeito pelo vinho brasileiro. Felizmente, Didú é uma delas e é por isso que eu pedi para reproduzir o texto dele aqui.
Aproveitem, visitem o blog http://blogdodidu.zip.net e façam seus comentários tanto aqui quanto lá.
A discussão é uma das ferramentas que temos para tentar modificar o status quo.
Segue o texto:

Panceri Reserva Cabernet Sauvignon

Comentei aqui, que no dia das Mães abrimos "para a Nazira..." algumas garrafas de vinhos brasileiros evoluídos (são muito superiores) e que meu predileto havia sido o Pisani Panceri, que lamentavelmente não existia mais. Um nariz de pimentão fantástico e um animal, um couro e uma classe européia. Estava evoluído, não vá procurar esses aromas em vinho novo.
Recebi então um e-mail de Carolina Panceri, contando que o mesmo Pisani Panceri que não existia mais, tinha agora o nome de Panceri Reserva Cabernet Sauvignon e continuava sendo o mesmo vinho. Adorei a informação vinda de Santa Catarina (que vinhos estão saindo de lá...) e pedi que a Carolina me informasse onde encontrar seus vinhos em São Paulo. PUÔÔUUUMMMM... difícil responder.
Bem, gostaria de informar que a Carolina vende pelo seu site a R$ 48,00 a garrafa desse vinho e entrega em cinco dias. Vale comprar algumas garrafas e guardar para consumir daqui uns anos e conferir.
Carolina ela está lutando para sobreviver com todo esse problema de distribuição que enfrentam os brasileiros, principalmente os pequenos. Não é fácil neste país enorme e com as condições fisicas e de custos distribuir vinhos. É um grande caos. A saída é certamente cooperativa. Mas em cooperativa as pessoas precisam ser unidas e ter critéricos claros condensados, o que não é fácil com o ser humano.
Quando o Marcio Marson montou sua distriubuidora, a finada Eivin, veio cheio de vontade e ficou dando murros em ponta de faca e machucando suas mãos. De um lado ouvia de produtores que ele era um "Marson", portanto não poderia vender um vinho de um concorrente... PUÔÔUUUMMMMM... é verdade, acredite.
De outro lado, visitava os pontos de venda, que vendem o que o cliente quer. 99% dos estabelecimentos comerciais, lojas e restaurantes, vendem o que o Cliente quer e ponto final. Não estão aí para divulgar o que acreditam não. Estão para ganhar dinheiro. Só que vinho, como sabemos, não é bem isso, vinho é antes de tudo "PAIXÃO", mas poucos têm.
O ponto de venda, portanto, vende malbec argentino e cabernet chileno. Escrevi em minúsculo, pois são os que vendem, os minúsculos em qualidade. É o que o consumidor compra e quer taça Riedel para ele.
Se o malbec argentino ou o cabernet chileno forem maiúsculos, acontece o pior, pois com o mesmo valor de um nacional, encontra-se um sul americano em nivel superior de qualidade, fácil. Tudo nesses países custa menos para o produtor. Garrafa, caixa, rótulo, capsulas, tudo. E o peso fiscal e trabalhista então nem se fale, os governos de lá parecem ser um pouco menos gulosos.
Resultado, o Marcio fez as contas direito e viu que com os 8% que ganhava de margem, para buscar, guardar, entregar, manter funcionários, custos administrativos, etc e tal, para vender o que ninguém queria comprar não valia à pena. Jogou a toalha e foi com as mãos feridas dos murros nas lâminas das facas, trabalhar para uma empresa grande. PUÔÔUUUMMMMM....
O vinho brasileiro perdeu um distribuidor competente e entusiasmado em São Paulo. A Miolo ganhou um ótimo e bem quisto vendedor. O Brasil perdeu um empresário. Os consumidores perderam a possibilidade de encontrar bons vinhos brasileiros em lojas e restaurantes. PUÔÔUUUMMMMM....
Eu gostaria que toda importadora vendesse os vinhos de um produtor brasileiro. Isso ajudaria muito.
Eu gostaria que os restaurantes fossem um pouco menos gulosos. Isso ajudaria muito.
Eu gostaria que todos os importadores e produtores se unissem para financiar uma campanha publicitária pelo consumo do vinho como saudável complemento alimentar. Isso ajudaria muito.
Eu gostaria que os restaurantes tivessem 20% de suas caratas com vinhos brasileiros. Isso ajudaria muito. Aliás se o IBRAVIN tivesse se empenhado politicamente nesse sentido, como se empenhou para o Selo Fiscal, teria sido mais útil ao nosso vinho.
Eu gostaria que o vinho fosse considerado alimento. Isso ajudaria muito.
Eu gostaria que toda cadeia produtiva do vinho trabalhasse com a mesma paixão de um pequeno produtor. Isso ajudaria muito.
Eu gostaria que o IBRAVIN levasse Sommeliers paulistanos conhecer a Serra Gaucha e provar os nosos bons vinhos. Isso ajudaria muito.
Eu gostaria que o consumidor amadurecesse. Isso ajudaria muito.
Enquanto tudo o que eu gostaria não acontece, compre o Panceri pela web, diretamente da Carolina.


 Escrito por Didú às 08h36



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Coisas da APAS 2011

Uma dessas frases que eu escuto o tempo todo é: "Nossa, você deve conhecer todos os vinhos e vinícolas do Brasil certo?".
Errado. Eu adoraria, mas não conheço todas as vinícolas brasileiras, muito menos todos os vinhos que elas produzem. E, francamente, desconfio dos que dizem que conhecem.
O mundo do vinho brasileiro, mesmo sendo tão jovem, já é bastante grande e movimentado. E nossas distâncias geográficas não facilitam a integração que os enófilos tanto apreciam.
Assim, quando temos oportunidade de viajar ou de visitar feiras onde estão vários produtores, temos que otimizar o tempo e 'xeretar' o mais possível.
É importante, também, voltar aos velhos conhecidos, pois eles sempre têm novidades.
Foi o caso da Domno do Brasil, que tem duas linhas de produtos, a Alto Vale e a Ponto Nero, além de uma grande linha de importados.
As instalações ficam na estrada que liga Garibaldi a Bento Gonçalves, onde antigamente era a Allied Domeqc, bem em frente da Chandon.
Todos os espumantes são feitos pelo método Charmat, mas em estilos diferentes. Sou fã confessa do Prosecco deles, que no meu entender vai super bem com comida oriental (mesmo que seja apimentada).
Na foto abaixo está a linha de engarrafamento de espumantes deles.



Mas 4a feira na APAS descobri que a linha Alto Vale tem também um Brut e um Demi Sec, com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling. A Riesling é uma uva que sempre foi muito utilizada nos espumantes brasileiros, mas conforme a indústria foi buscando um estilo mais europeu para esses vinhos (e a Chardonnay e a Pinot foram obtendo melhores resultados de produção), ela perdeu um pouco de terreno. Atualmente, sua utilização é mais uma escolha de estilo do produtor. A Chandon usa, a Casa Pedrucci também e a Domno resolveu até aumentar sua quantidade nesses dois espumantes para que o frutado fique mais marcante. 
Na foto abaixo, André Valduga está abrindo uma garrafa do Alto Vale Demi Sec, que provei ontem e achei muito gostoso, como devem ser os bons Demi, ligeiramente mais adocicados do que os Brut, mas sem serem essencialmente vinhos para sobremesa. Ah! E sem esquecer do essencial: são espumantes de excelente preço, baratos na verdade.


Outra surpresa bacana foi no sempre movimentado estande da Cooperativa Aurora. Para eles a APAS é até mais importante do que a Expovinis, pois a maior parte de sua produção é realmente voltada para os supermercados, então esse é o momento dos compradores - muitos deles que jamais terão oportunidade de visitar a empresa no sul - se aproximarem mais de quem faz os vinhos que eles vendem.
Conversei com a Lourdes Conci, a Gerente de Marketing da Aurora e tive o prazer de provar o espumante comemorativo aos 80 anos da empresa - completados no começo do ano.
Ele não está à venda no mercado, pois foi feito especialmente para os cooperados (toda a volta do rótulo é adornada com os nomes da famílias que produzem as uvas dos vinhos da Aurora) e uma pequena parcela de garrafas foi separada para ser apresentada em eventos. Tenho que dizer que é um desses privilégios que os enófilos têm! Na foto abaixo, Lourdes segura a garrafa desse espumante brut tão especial.


A Aurora também estava lançando na feira uma nova bebida. Mas essa eu vou fazer uma postagem em separado nos próximos dias.
Bons goles e muito bom final de semana!


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Hoje é dia de Suco de Uva!

Estive hoje na Apas, a feira de negócios em supermercados que é a maior do mundo, e que ocupa todos os pavilhões da Expo Center Norte.
Aquilo lá é uma loucura de gente e de estandes.
Como me disse a Stella Salton, a Expovinis é uma feira de relacionamento e essa é uma feira de fazer negócios.
Mas o engraçado é que, embora eu tenha ido até lá para assistir a uma palestra sobre comercialização de produtos online e offline (a feira tem um concorrido Congresso de Gestão, Finanças e Marcas), com um professor de Marketing Online da Whaton University ( EUA), e também para ver alguns dos produtores brasileiros que não consegui ver na Expovinis, o que me chamou a atenção foi o suco de uva.
Claro que aqui em casa só entra suco de uva integral, ou seja: uva processada e mais nada (nem água, nem açúcar, nem conservantes) e quem ainda não provou não sabe o que está perdendo.
O Brasil é tão forte e tão sério nisso que dentro do Ibravin existe um grupo somente para cuidar desses negócios, o 'Programa de Desenvolvimento Setorial do Suco de Uva', junto com o Instituto Brasileiro de Frutas e com a Apex, uma vez que uma das metas é aumentar as exportações.
Tradicionalmente, o Brasil faz três tipos de suco de uva, o natural (ou integral), o refresco (que é pó diluido em água) e o néctar (que leva polpa de uva, água e açúcar) e o consumo vem aumentando de uma forma impressionante, quase chegando a fazer frente ao onipresente suco de laranja.
Não vou entrar nos méritos do suco integral para a saúde (e são muitos), pois não é o que quero mostrar aqui. Quero mostrar as novidades!
Visitei o estande da Cooperativa Aliança (que tem um espumante brut que eu adoro), e vi uma máquina nova para servir os sucos que eles produzem. A foto está abaixo (numa delas está o Diego Bertolini, do Marketing do Ibravin, que foi quem me levou para conhecer a máquina.


Funciona ligada na eletricidade, pois assim os sucos são refrescados e cabem três 'bolsas' de dez litros cada (foto acima). Uma com suco branco, uma com rosé e outra com tinto, funcionando simplesmente com o apertar de um botão.
Claro que as vendas estão estourando e o gerente comercial, Marciano Paviani, me contou que a rede de postos Graal aderiu com tudo ao estilo de comercializar os suco. Não há nada melhor para self service, para lanchonetes e até mesmo para alguns estilos de restaurantes e fast food. Achei o máximo.
Os sucos da Aliança são vendidos em garrafas também e existe até mesmo um orgânico, eu costumo comprar no Záfari, lá no shopping Bourbon.
As opções de sucos integrais brasileiros são muitas e todos são feitos com uvas americanas, como a Bordô, a Isabel e a Concord entre outras.
Ou melhor, todos não, pois a Casa de Madeira (a empresa de produtos gourmet do grupo Valduga) lançou lá na feira dois sucos de uvas finas, um de Moscatel e outro de Cabernet Sauvignon (eles têm também um suco de uvas americanas que já estava no mercado).


Em uma apresentação linda (garrafas longas de meio litro com tampa de rosca, na foto acima), vão ficar bem nas mesas onde colocamos nossas garrafas de vinho e vão alegrar aqueles que compartilham conosco mas não podem (ou não gostam) beber vinho.
Mas o melhor é o seguinte: não tem açúcar adicionado, não tem álcool, não tem conservantes e é delicioso!
No ano passado, quando fui ao Wine Day de uvas brancas da Miolo, no Vale dos Vinhedos, provei o mosto de uvas Chardonnay e achei que aquilo tinha um potencial imenso para ser um suco elegante, saboroso, naturalmente doce e que faria bonito nas mesas, ao invés da química dos refrigerantes. E agora, aqui está, pelas mãos da Juciane Casagrande. Excelente trabalho desse pessoal!
Para quem não sabe o que provar (entre os bons sucos integrais de uvas americanas), vale dizer que além da Aliança e da Valduga, a marca Casa de Bento é muito boa e pertence à Cooperativa Aurora, existe também o Salton que não tem nome fantasia, o tradicional Sinuelo (branco e tinto), o Suvalan e também o Da Casa, produzido pela Cooperativa Garibaldi. Todos valem a pena.
Bons goles, nada alcoólicos e muito saborosos!