Colheita 2016

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Milão 2

A Galleria Vittorio Emanuele II é considerada um dos principais pontos turísticos de Milão.
Fica na Piazza Duomo e faz a ligação com outro importante ponto turístico, a Piazza della Scala, onde fica o teatro ópera da cidade.



Construída na segunda metade do século XIX, a galeria é um ponto comercial de luxo, e ao seu estilo imponente, grandioso, agregam-se nomes importantes da moda e do estilo milanês, cidade conhecida como a capital da moda na Itália e, para muitos conhecedores do meio, até mais importante em termos de estilo do que Paris.
Fui dar uma passeada lá, depois da visita à Duomo e fiz várias fotos bem no centro dela, a área conhecida como 'octágono' cujo piso é marcado por um mosaico com a representação da fundação de Roma e no teto, 47 metros acima, há um vitral com o brasão da casa de Savoia, a casa imperial de onde saiu Vittorio Emanuele, o rei que unificou a Itália.


É um lugar que me impressionou quando alí estive a primeira vez, num longínquo inverno dos anos 1980, e que voltou a me impressionar agora, na primavera de 2012.




 Louis Vuitton, Gucci, Prada e...McDonald's?


 Sim, há uma grande loja da rede americana de comida plástica rápida bem no coração da galeria. E é bem movimentada, acreditem-me.


Para ver o movimento com mais calma resolvi ir a um dos restaurantes de lá. Sentei-me, pedi uma taça de vinho branco e descobri que, no mesmo caro cardápio de especialidade milanesas, haviam pizzas feitas no forno à lenha. Não resisti, é claro, afinal estava há quinze dias sem comer pizza, tempo demais para uma brasileira...



Na mesa ao meu lado (não fiz fotos) estava um casal de muçulmanos, assim imagino pois a bela moça estava com a cabeça coberta, apesar da unhas bem pintadas, da bolsa de grife e de outros sinais externos de riqueza, que lá são bastante comuns a qualquer crença religiosa.
Embora o cardápio do restaurante estivesse escrito em cinco línguas (isso mesmo, cinco!), o casal não parecia capaz de se entender com o garçom em nenhuma delas. A longa explicação do atendente (que tateava em várias dessas línguas) para a salada caprese merecia ter sido gravada de tão hilária, com um ingrediente explicado em cada língua.
Na verdade, sempre me deixa perplexa como as pessoas são capazes de viajar o mundo entendendo apenas a sua própria lingua. É claro que sei que a linguagem do dinheiro fala mais alto do que qualquer outra, mas me pergunto que espécie de conhecimento e interação se estabelece quando não há possibilidade de comunicação mais efetiva.

 Vejam a pizza, que linda, era individual: mussarela, cogumelos, alcachofrinhas e azitonas pretas em massa bem fina.


Mas o melhor de tudo (mesmo a pizza sendo bem boa!) era a visão das pessoas que por ali circulavam. Turistas de todas as raças e estilos, milaneses e italianos com sua certeza 'de alma' de que são o povo mais bacana e chique do mundo (até acho que concordo -em parte- com eles), garçons que quando perceberam que eu falava um pouco de italiano, que pedi pizza e duas taças de vinho, se tornaram meus grandes amigos em segundos, contando que atualmente são os chineses que dominam o turismo na região, sempre em enormes grupos, sempre gastando muito.
Nós, brasileiros, também desfrutamos da fama de gastões, embora pareça para eles que nossas compras são mais profissionais, que sabemos melhor o que queremos. Segundo essas fontes tão divertidas, nós também comemos melhor e damos gorgetas melhores. Quem diria?



 Parlando, parlando e comentando as pessoas, a crise e as comidas, a minha pizza acabou (!!!) e resolvi que como aquele era um almoço/jantar, que eu iria exagerar e pedi um sorvete para arrematar. O cafezinho veio como cortesia, claro!

Milão é uma cidade elegante e cara, onde gente de todos os estilos convive em razoável harmonia, afinal não há como saber se o esquisito da esquina está vestindo o que estará em vitrines do mundo inteiro na próxima estação. É uma cidade movimentada e confusa, com muito tráfego, muita gente, mas também com aquele ar de que 'deu certo' o que quer que tivessem projetado para ela.
Novo, velho, muito velho e o futuro do estilo estão por lá. Vale a pena ver, olhar, passear, subir num salto alto, caprichar no batom e, quem sabe, você pode até ser confundida com uma nativa bella!

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