Colheita 2016

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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Milão 1

Tenho estado ausente e custa até para mim mesma admitir que minha (má) administração de tempo não tem me permitido escrever aqui.
Mas agora deixei de lado algumas coisas igualmente importantes para contar para vocês algumas histórias ainda da Italia.
As três histórias que aparecerão aqui na sequência podem parecer turísticas (e em parte são), mas elas têm para mim em comum uma enorme carga de emoção inesperada, até para uma viajante razoavelmente preparada como eu.
Vamos lá: como eu tinha pouco tempo em Milão, decidi que uma das coisas que iria fazer de qualquer maneira era visitar o topo da catedral gótica, a Duomo.
Custa caro entrar, é bom saber, e o local onde se compra o ingresso é mal sinalizado e mesmo para quem entende italiano razoavelmente como eu, me custou umas voltas em volta do rabo...ridículas para dizer a verdade.
Mas consegui comprar o ingresso e chegar ao elevador, pequeno, totalmente fechado.
Mostro a seguir algumas imagens da chegada à Piazza Duomo, no centro de Milão, onde eu não ia há mais de 25 anos.
 As ruas adjacentes vão se abrindo e ao fundo vamos vendo as torres. Nas calçadas as mesas ocupadas por italianos e turistas saboreando os aperittivi, eram o claro sinal da chegada do verão.
 A praça, enorme, descortina a igualmente grande catedral. Sempre impressionante. Reparem no guindaste à direita na foto, vocês o verão novamente.
 O meu objetivo não era visitar a igreja por dentro, mas como estava procurando a tal da bilheteria, entrei. Claro que é sempre chocante o interior de uma catedral gótica, especialmente dessa. Daí resolvi fotografar por dentro (acima) e por fora (abaixo) o mesmo vitral. Um trabalho maravilhoso.

 Os detalhes da fachada e da lateral são igualmente belos e olhando de baixo para cima é possível sentir o princípio básico da construção de uma igreja gótica: todas as suas linhas são feitas para elevar o olhar ao alto, para Deus. Todo seu estilo é feito para nos deixar menores (embora não oprimidos) diante da imensidão do poder do 'criador'. Funciona para mim que não sou religiosa, imaginem só para quem é.
Preciso dizer que não tenho medo de altura, seria até um contrasenso uma vez que tenho mais de 1,80m. Mas nada (nada!) preparou meu peito, meu coração, minha vias respiratórias para a visão que tive ao chegar ao topo da catedral.
Se você tem um pouco de medo de altura, vá assim mesmo, principalmente se é apreciador de arquitetura. Mas prepare-se, pois é como andar de montanha-russa sem motor.



 Olhem a perspectiva dos arcos, como eles vão se alinhando...
 Na foto acima um pedacinho da galeria Vittorio Emmanuelle, outro marco dessa praça.
 Bem no alto da foto acima, a torre mais alta, que está sendo reformada, com um pedaço do guindaste que vocês viram algumas fotos atrás, do chão.
 São impressionantes e inesperados os 'jardins' de pedra no alto da igreja. Cada um com uma imagem diferente e elas nem sempre são religiosas.
 Vejam na imagem acima e na abaixo a convivência de variados estilos arquitetônicos que foram ocupando a cidade.
 Os detalhes são tantos que em alguns momentos não nos damos conta de estar andando no telhado!
 Na foto acima a Galleria, vista do chão, bem ao lado da Catedral, na foto abaixo a mesma Galleria, vista do alto.
 Detalhes...cada um com um acabamento diferente. Preciso perguntar aos meus primos arquitetos como se chamam essas partes, pois gosto de dar nomes corretos às partes (risos).
 Claro que as uvas como parte importante da mitologia co cristianismo não poderiam faltar. E estão por vários lugares...

Tenho que confessar que algumas escadinhas estreitas, como essa na qual eu estava quando fiz a foto abaixo, me fizeram tremer um pouco (estou envergonhada de dizer que meu coração tinha subido para a boca há tempos), mas não sei se era medo ou pura emoção. Cada passagem, cada detalhe, cada vista, me faziam pensar nas coisas que o homem é capaz de construir e de destruir. Creio que estava zonza da altitude e da profusão de pensamentos e ideias que o local me trouxe.


 Mais uma vez uma vista do chão e do alto, do mesmo Museo del Novecento. Que me deixou com uma maior sensação de estar ficando velha (puxa, já existe um museu que fala do século no qual eu nasci e cresci) do que a Catedral gótica ás minhas costas....
Por fim, lembram-se do guindaste visto em algumas fotos anteriores? Olhem a parte da foto no centro à direita. É onde a imagem da Madonna está em obras. Na foto abaixo ele é visto do chão.
 A aqui, para vocês terem uma ideia da altura, estou no topo da nave central da catedral e ao fundo, à minha direita, a parte em reforma. Alto não?
 Por conta dessa obra não dá para dar a volta completa que normalmente é feita, só 75% dela está aberta. No entanto, como temos que voltar pelo mesmo caminho por conta disso, algumas das maravilhas se repetem, e o coração, cérebro e pulmões são submetidos à mais uma carga grande de adrenalina. Da boa, claro!
Saí de lá com a respiração ainda alterada, com apenas uma infelicidade: o fato de estar sozinha e não poder contar isso para ninguém, compartilhar, comentar, dizer UAU!!! em alto e bom som sem parecer uma turista louca do 'Maluquistão'.
Mas está aqui agora, compartilhado com vocês. Quem for para Milão é um passeio imperdível...como se eu ainda precisasse dizer isso...

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