Colheita 2016

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quarta-feira, 14 de março de 2012

Seção 'dedo na ferida'

Antes de mais nada sugiro que leiam dois artigos, se é que vocês se interessam realmente pelo mundo dos vinhos. Se só quiserem saber das novidades, nem percam tempo e voltem amanhã.
E mais, sugiro que no caso do artigo do site da Veja, comecem pelos comentários e depois leiam o texto, e desconsiderem o que a jornalista chama de 'uva de qualidade', ela quis dizer 'uva fina' mas como deve ser mais da área de economia, o erro até se justifica (vá lá...).

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/vinho-tambem-entra-na-mira-do-protecionismo

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/79417_AFASTA+DE+MIM+ESSE+CALICE


Agora faço algumas considerações que são minhas e que não representam necessariamente a visão de nenhuma das empresas para as quais eu sou prestadora de serviços (não trabalho para nenhuma importadora ou produtora nacional de vinhos), que isso fiquem BEM claro:
1- Estamos olhando para o lugar errado. O protecionismo aqui está relacionado a ENORME indústria dos vinhos de mesa, ela sim a grande prejudicada pela entrada dos 'reservados', 'santas do pau oco' e os lambruscones genéricos no mercado nacional.
Como eu disse há alguns dias, o brasileiro bebe mal. Todos os brasileiros bebem mal, inclusive a maioria dos muito ricos que só bebem bebidas estrangeiras pois elas têm marcas famosas.
O consumo de vinhos finos é ínfimo quando comparado ao consumo de vinho de mesa. Esses vinhos custam infinitamente mais barato, pois as uvas de mesa são muito produtivas, o vinho é mais fácil de fazer e se ficar muito ruim é só colocar açúcar que resolve.
Essa é uma das verdades que ninguém quer encarar.
Quando as pessoas pensam nas instituições representativas do setor, elas não pensam que esses setores representam também os vinhos de mesa.
É como se fosse possível olhar o Rio de Janeiro e não ver as favelas encostadas no morro. É impossível, mas mesmo com tudo aquilo na 'cara' da gente, chamamos a cidade de 'maravilhosa' e mudamos o nome das favelas para 'comunidades'.
Nós, arrogantes do mundo do vinho, fazemos questão de não ver nada disso.
E quando o mercado é inundado de produtos de baixa qualidade (muitas vezes feitos especialmente para o 'gosto' brasileiro por grandes empresas estrangeiras do setor) corremos para proteger o Bordeaux nosso de cada dia.
É fácil não ver que a conta de alguns dos bons vinhos finos nacionais é paga com muito Sangue de Boi, Chalise e São Tomé.
Quase todo mundo nesse chatíssimo mundo do vinho nacional (importadores, pseudojornalistas e enófilos) prefere não saber que existem centenas de milhares de famílias que vivem (isso mesmo VIVEM) da produção de uvas de mesa para a fabricação de vinho. 
Eu, em minhas andanças pelo sul, já cansei de escutar de produtores rurais que fizeram a mudança dos vinhedos de uvas de mesa para uvas finas e que estavam considerando voltar atrás. Por que? Pois é mais barato e mais rentável produzir uvas de mesa. Não há tanta necessidade de cuidados nos vinhedos (como os compradores de uvas finas exigem), os parreirais em latada podem produzir toneladas por hectare (no caso das uvas finas, pequena produção é uma das condições para a compra de uvas) e a diferença de preço entre as finas e as de mesa muitas vezes não compensa o investimento.
Dirigir essas uvas para o suco de uva tem sido uma alternativa viável e que tem mostrado bons resultados, mas ainda não a ponto de dar vazão à toda a produção.
E esse vinho de mesa é o que a enorme maioria das pessoas bebe. Que ninguém se engane.
Vou mais além: o gosto pelo açúcar domina nossos paladares e é por isso que os 'reservados' chilenos e argentinos ganham tanto mercado, são vinhos de uvas finas adoçados (demi-sec) e isso só está escrito no contrarótulo.
A briga para a mudança nos rótulos não se relaciona com os vinhos de alta gama e sim com essas coisas que entram no mercado dizendo que são uma coisa e são outra. Ninguém lê contrarótulo, só nós, os chatos dos enófilos.
É claro (quem nunca escutou?) que o consumidor médio vai dizer: "mas eu tomo aquele chileno reservado e ele não é amargo como o brasileiro que eu tomo".
Recentemente fiquei sabendo que uma importante marca argentina, vendida em muitos restaurantes do RS por mais de 60 reais, é um Malbec 'suave', mas isso está bem pequenino no contrarótulo.
Nós bebemos mal.
2- Muitas das pessoas que estão se colocando contra as medidas protecionistas (não estou dizendo que sou a favor delas, por que não sou) são pessoas malacostumadas a beber de graça, a fazer viagens de graça. Pior, muitas delas são pessoas que recebem bons salários como consultores das importadoras, como professores de 'instituições', como pseudojornalistas e que tem os grandes vinhos ganhos em suas adegas a perder, se essas medidas entrarem em vigor. Do meu lado, gente conhecida e até amiga em certos momentos, já pediu para o produtor brasileiro mandar uma caixa de vinhos para a casa dele, para ele 'divulgar'.
Sim, o produtor que faz isso está errado. Amarra-se à ilusão de que ganhou um aliado.
Mas pior, o enófilo que age assim é um canalha. E (felizmente não é a mesma pessoa da qual escutei o pedido da caixa de vinhos) já ouvi de outros - assim que o produtor nacional saiu da sala - o seguinte comentário "eu estou tentando tomar o vinho dele para ele não ficar chateado, mas que é ruim, é ruim".
Sinceridade pessoal! Sinceridade! Se não está bom fale, mas não em meio a outros 'formadores de opinião'. Se você tem cara de pau suficiente para pedir uma caixa de vinho, então tenha cara de pau de chegar ao produtor com colocações bem fundamentadas, para dizer para ele o que achou do vinho dele.
Pedir uma coisa pela frente e enfiar a faca pelas costas é coisa de gente que merece o governo que tem.
3- O vinho brasileiro custa caro. E o importado também. Semana passada, almoçando com uma amiga portuguesa, ela pediu um vinho de sua terra que custava na carta R$ 102,00. Um vinho caro, no meu entender. Perguntei para ela quanto esse vinho custava em Portugal e a resposta foi 8 euros! OITO! Algo em torno de 20 reais, que chegou à nossa mesa custando cinco vezes mais.
Sim, os impostos são caros, mas quanto custa a ganância? Ah! dessa ninguém fala não é?
Não falam pois é 'chique' poder tomar vinhos caros, vinhos importados. Se você está tomando um (bom) vinho caro nacional você é bobo, mas se está pagando cem reais por um vinho de oito euros você é bacana. E isso, como se explica? A margem de lucro dos importadores é insana, dos donos de restaurantes é impensável. Lembram daquele link do Oscar Daudt que eu reproduzi aqui, no qual ele fazia um estudo do preço de alguns vinhos na origem e aqui no país?
Pois é, dessa ganância do distribuidor nacional ninguém fala não é?
4- Uma pergunta: vocês acham justo que os vinhos chilenos, argentinos e uruguaios entrem no país sem pagar impostos enquanto os produtos nacionais pagam uma carga tributária altíssima (todo mundo sabe que os impostos no Brasil estão entre os mais altos do mundo)? Isso faz sentido? Isso gera alguma espécie de competitividade?
Isso posto, sou contra medidas protecionistas que afetariam muito mais o Chile e Portugal, pois existem acordos do Mercosul que viabilizam as trocas com Argentina e Uruguai.
Isso é sacanagem, é cobrir um santo descobrindo outro. (E estou apenas mencionando os países que mais exportam para o Brasil). É pensar que os consumidores não irão reagir.
Por que, ao invés disso, não discutimos impostos (em geral) mais razoáveis e damos à indústria nacional a possibilidade de ser competitiva mostrando qualidade e preço? Por que não proibimos (sim proibimos) a entrada de produtos adoçados no país ou aqueles carbonatados (como os Lambruscos genéricos)? Proíbam de vez, façam o consumidor encontrar alternativas, sejam elas importadas ou nacionais, mas em igualdade de condições e de preço.
Proteger os nacionais que continuam pagando impostos absurdos e sacanear com os importados que trabalham direito é uma vergonha. É querer ganhar inimigos onde precisamos encontrar aliados. É fazer com que as pessoas que já têm preconceito contra os vinhos nacionais alimentem um ódio nada silencioso. É um retrocesso.
Que o Brasil é a bola da vez, isso é verdade. E que ninguém se engane que alguém (produtor, importador, e muitos enófilos) está nessa história por amor à camisa ou pela 'arte' do vinho. O negócio é dinheirto gente, como sempre foi. Dinheiro grande, e essa briga é de 'cachorro grande'.
Com a crise européia e americana, os maiores mercados consumidores de vinhos estão retraídos e o Brasil se apresenta como a tábua de salvação para muitos países produtores, e não adianta querer ser graveto nessa enxurrada, pois ela vai continuar.
O brasileiro bebe mal, bebe marca e nome estrangeiro no rótulo e contra isso só educação e preço competitivo, que eu não acredito, será atingido com nenhuma salvaguarda.
Alternativas pessoal que manda!
Respeito pessoal que consome!
Bom senso pessoal que escreve sobre vinhos (a questão nunca tem apenas um lado)!
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OBS: Este assunto teve inúmeros desdobramentos em variadas mídias nos dias subsequentes à publicação desta postagem. Para saber um pouco mais do que foi publicado aqui no blog leia também:
http://vinhoverdeamarelo.blogspot.com.br/2012/03/os-varios-lados-de-uma-mesma-historia.html
http://vinhoverdeamarelo.blogspot.com.br/2012/03/algumas-observacoes.html

14 comentários:

  1. Sílvia, simplesmente fantástico! Eu sempre quis encontrar argumentos inteligentes para respaldar minha posição e poder discutir com os "xenófilos" e agora os encontro prontinhos para serem servidos.

    Parabéns pela lucidez.

    Oscar

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  2. Quando bebo um vinho Cabernet Sauvignon, quase sempre é nosso, pois o nosso é melhor...

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  3. Fantástico Silvinha. Espero que suas palavras se multipliquem.
    E ainda temos o caso do contrabando dos importados que deve chegar a um quinto do numeor de garrafas no Brasil.

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  4. Silvia ,
    concordo plenamente quando vc diz que " , o brasileiro bebe mal. Todos os brasileiros bebem mal, inclusive a maioria dos muito ricos que só bebem bebidas estrangeiras pois elas têm marcas famosas." ..ÉSSA É A MANIA DE BRASILEIRO QUE NÃO TEM RESPITO A SUA IDENTIDADE E CULTURA , PENSAR QUE SÓ O VINHO ESTRANGEIRO É BOM .Desconsiderando a qualidade de muitos vinhos brasileiros !

    Quanto a:
    "É como se fosse possível olhar o Rio de Janeiro e não ver as favelas encostadas no morro, é impossível, mas mesmo com tudo aquilo na 'cara' da gente, chamamos a cidade de 'maravilhosa' e mudamos o nome das favelas para 'comunidades'."
    AS FAVELAS NÃO ESTÃO PRESENTES NA MINHA NEM NA SUA REALIDADE , MAS PRESENTES, PRINCIPALMENTE NAS GRANDES CIDADES E NÃO SÓ DO BRASIL
    POR CAUSA DAS FAVELAS , NÃO PODEMOS DIZER QUE A CIDADE NÃO TENHA OS SEUS ENCANTOS, E UMA MORFOLOGIA PROPRIA DERIVADA DESTA .EM FACE A REALIDADE APRESENTADA NO RIO DE JANEIRO COM SUAS FAVELAS, É MELHOR QUE ESTAS "COMUNIDADES" ESTEJAM ORGANIZADAS E QUE A GESTÃO DA CIDADE FAÇA A SUA PARTE POR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA E HABITABILIDADE DESTA POPULAÇÃO.
    abç
    Arq.Urb. Marilei Piana Giordani

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  5. Excelente!
    ótimos argumentos e essa situação precisa disso, diferentes pontos de vista.

    Parabéns!

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  6. Silva , leio sempre as suas reportagens na revista ADEGA.
    Resumindo tudo isto é a incopetência administrativa de varios governos , e principalmente , a famosa "Lei de Gerson".

    Parabéns!

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  7. Silvia, sou absolutamente contra qq salvaguarda, seja ela no setor automobilístico, de informática, têxtil ou de vinhos. Defender "o nosso" apenas por ser "nosso" (e não é nosso coisa nenhuma, pertence apenas aos que vão se beneficiar pela medida) é ingenuidade pueril.

    Se há muitos pequenos produtores querendo voltar ao plantio de uvas de mesa, será que não é porque os que compram (as vinícolas) estão pagando muito pouco? Será que não estão errado o alvo? Pensar que o vinho importado é o culpado por isso é desviar a atenção. Quanto a Miolo ou a Salton estão pagando no Kg da uva fina? Será que o problema não está aí???

    Outro ponto é a questão dos impostos. No seu ponto 4 vc fala que os importados não pagam impostos enquento o vinho nacional tem uma carga tributária forte. Imagino sinceramente que vc esteja desinformada, mas o único imposto que os importados (da Argentina, Uruguai e Chile - apenas) não pagam é o imposto de importação. Vinhos de outras nacionalidades pagam 27% por esse conceito. Os impostos que o vinho nacional paga (ipi, pis, cofins, icms, ir) são pagos por TODOS os vinhos importados, independente de sua origem. Então, vale a pena pesquisar um pouco mais sobre isso antes de publicar.

    Uma última nota interessante foi a que li no jornal Valor de hoje: "Carlos Paviani, diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), outra entidade que pede as salvaguardas, pensa diferente. Para ele, a proteção é necessária para permitir que o setor ganhe competitividade e cresça de forma equilibrada com os importados no mercado nacional. O setor afirma ainda que os importados forçaram uma redução de 20,3% nos preços do vinho nacional no mercado interno de 2006 a 2010". Essa afirmação apenas prova que a competição é a melhor defesa para o consumidor e que a adoção da salvaguarda apenas vai gerar aumento no preço do vinho ao consumidor. Ou vc duvida?

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    1. Olá Anônimo!
      Caso você não tenha entendido nas duas postagens que escrevi, eu sou CONTRA a salvaguarda. Acho um tiro no pé (ou na cabeça como outros estão dizendo) do vinho nacional e acredito totalmente que o consumo de vinho cresce na diversidade e na igualdade de direitos e deveres.
      Mas, e aqui discordamos profundamente, sou contra a visão rasa de que há 'mocinhos' e há 'bandidos' nessa história. De que todos os importados são bons e bacanas e de que todos os nacionais são canalhas, de que a 'indústria' do vinho é apenas aquela dos vinhos finos que alguns enófilos bebem e valorizam para poderem mostrar que bebem bem.
      Ela é muito mais do que isso, é muito maior do que essa visão e foi isso que eu quis dizer. Inclusive em relação à carga tributária.
      E, mais um detalhe que deixei de lado no texto: nem toquei na questão dos supermercadistas, que só compram se for uma quantidade enorme e com preço muito baixo, sendo que esse é o local onde a enorme maioria dos consumidores compram seus vinhos.
      Contrabando, vamos entrar nessa? Pirataria, vamos falar disso?
      Há muito mais para dizer e muita gente grande e de nome importante se beneficiando dessa podreira toda.
      Mas para finalizar, caso você não tenha entendido ainda: sou CONTRA a salvaguarda, acho um retrocesso, um absurdo e uma falta de vontade do setor de sentar para discutir os pontos importantes e de fazer algumas concessões que sejam necessárias de ambos os lados (como em todos os negócios).

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  8. Silvia, tudo bem? Li seu blog hj pela primeira vez e fiquei muito feliz com diversas idéias.

    Gostaria de ressaltar uma, O LUCRO EXORBITANTE QUE AS IMPORTADORAS IMPÕEM NOS PREÇOS. Coloco isso pq nunca responsabilizo o consumidor, n acredito nessa idéia do cada um faz sua parte e o mundo será melhor (estudei e estudo política para alguma coisa né?), mas responsabilizo as empresas que simplesmente fazem CARTEIS, é isso mesmo, C A R T E I S e decidem margem de preços entre elas, visando lucrar muito. Esse fato acontece em toda a industria, na automobilística fica óbvio se vc assistir ao programa da Globo News sobre as margens de lucro das produtoras de carros.
    Por último, pq o Chile e a Argentina conseguiram mudar os hábito dos consumidores de vinhos em seus países, eles bebia mos mesmos vinhos adocicados e de uvas n veneficas que se bebe no Brasil, e nos não mudamos. É falta campanha.

    Beijos e parabéns.

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  9. Olá Silvia,

    Concordo com você contra salvaguarda. Protecionismo gera protecionismo de volta.

    Com certeza os problemas dos produtores menores são mais ligados ao custo de capital no Brasil. O que existe no mundo inteiro é que há produtores grandes que conseguem fornecer vinhos em grande escala com menor custo.
    Vinhos importados realmente baratos são como você falou do Uruguai, Chile e Argentina. Para produtores de vinho de mesa isso seria o verdadeiro problema, não França, Portugal, Espanha, Austrália ou África do Sul. A medida não vai mudar nada com as importações do Uruguai e Argentina. Se no final de todo esse processo os vinhos da Europa que custavam 30 reais agora vão custar 60 reais, será completamente irrelevante para um produtor de vinho de mesa. Isso não vai ajudar em nada se o consumidor continuar a comprar Ariano ou Medrano (ou Almadém) por 11 ou 12 reais.

    Abraços
    Ulf

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  10. Será que a solução não seria diminuir a tributação para os nossos produtores e dar a eles incetivos fiscais para que o preço seja mais "em conta"? Outro ponto, há sim um enorme preconceito quanto ao produto nacional (que tem excelentes vinhos, contudo sofre preconceito). Será que um incentivo fiscal e uma melhor apresentação ao brasileiro de seu próprio produto não resolveriam esta questão? A salvaguarda não traria mais antipatia para os nossos produtores? Quem se beneficiaria não seria tão somente os grandes em detrimentos dos pequenos? Parabéns pelo artigo, muito bom mesmo.

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    1. Lica, você tem toda a razão, em todos os pontos. E mesmo que essa atrocidade não passe, as discussões em torno dela já se transformaram numa coisa tão desagradável a ponto de comprometer a imagem (já frágil) dos bons produtos brasileiros.
      Tudo muito triste...e enquanto isso a gente pagando os maiores impostos sobre tudo, nacional e importado.
      Abraço!

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  11. Ei, Silvia. Td. bem contigo? Excelente seu comentário e concordo com ele. Bebe-se mal, infelizmente. Já fui chamada de chata, exigente etc pq leio o contra rótulo. Não adianta explicar, as pessoas preferem rótulos reluzentes, fazer o que né? Na recente ed do jornal Vinho&Cia, a 64, escrevi sobre o Vale dos Vinhedos/Festa da Vindima e o descaso dos Governos para com o vitivinicultor, simplesmente lamentável. Eles tem que sobreviver e no suco é uma saída. Tempos atras um representante me contou que foi convidado para representar os produtos de uma grande do sul, entretanto, ficou na dúvida: como largar uma grife para vender "chatô champã", carro-chefe e fôlego financeiro da vinícola. Se tivesse aceitado o convite, talvez hoje ele não penaria tanto. Envie notícias. Bj e sucesso pra vc. Andréa Pio

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  12. Silvia excelente artigo. Eu mesmo dou muita risada de alguns brasileiros que pagam num bordeaux R$ 96,00, que na França, onde residi alguns anos, o mesmo vinho, além de ser considerado ruim, custa 2,8 euros. E vejo as pessoas fazendo pose com aquela porcaria.

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