Acabo de ler no site da BBC um artigo que dá a entender que o aumento da violência em uma determinada região da Escócia estaria ligada à compra de uma certa marca de vinho. Na verdade um produto derivado de vinho que eles chamam de 'tonic wine'. Uma das sugestões do artigo era, que se as garrafas fossem de plástico, as ocorrências com as pessoas atacando umas às outras com garrafas de vidro deixariam de ocorrer.
Ora, tenho grande respeito pela imprensa inglesa, mas para mim ou isso é um "primeiro de abril" adiantado ou então alguém está deixando de ver o que realmente interessa. O consumo excessivo de álcool é um problema seríssimo. Quer sejam fermentados de graduação abaixo de 20 graus como vinhos e cervejas (mesmo as inglesas), quer sejam destilados mais fortes (tão apreciados por aquelas terras frias). Como se diz na homeopatia, a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem.
A garrafa faz diferença? O preço provavelmente faz. Uma garrafa de vinho genérico de baixa qualidade pode custar algo como uma libra (menos de três reais), mas vir acondicionado na mesma garrafa pesada de vidro que um vinho de dez libras.
Então mudar a garrafa é capaz de mudar as estatísticas da violência certo? Bem, se só os números de ataques que resultam em perda de sangue forem computados, parece que sim.
Tampando o sol com a peneirinha de chá, deixamos de ver as pessoas que bebem em excesso, certo? A violência muitas vezes gratuita (advinda de baixo nível cultural, poucas opções de trabalho e lazer, lares desfeitos etc...) deixa de existir porque não provoca mais a perda de sangue? Não será mais necessário controlar a produção de bebidas de qualidade duvidosa, vendidas sem critério pois elas não estão causando estragos 'visíveis'?
Custo a crer que essa equação se resolva simplesmente com o resultado chegando a zero.
O objetivo deste post é mostrar que muitas questões que parecem só existir em países de terceiro mundo são, por vezes, mascaradas por outras considerações em países economicamente bem desenvolvidos.
Boa semana, bons goles e muito discernimento!
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
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