Colheita 2016

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sábado, 21 de maio de 2011

Comida para o Pensamento!

Quando eu era adolescente, tinha em minha mesa de cabeceira muitos livros.
Era uma leitora ávida desde criança, mas de coisas até bastante específicas: eu sempre gostei de estórias (e de algumas histórias também). Sempre apreciei mais a ficção do que a não-ficção e nunca suportei biografias e teses mirabolantes sobre a vida alheia ou sobre como o mundo deveria ser.
Já na faculdade, escutei de um professor bem humorado que o sujeito que escolhia ser jornalista era aquele único aluno do primário que ficava feliz em escrever a redação 'Minhas Férias'.
Esse era eu, claro.
Hoje, continuo apreciando a leitura, mas percebo que ela é atualmente uma espécie de 'válvula de escape'. Quando passo muito tempo escrevendo sobre vinhos, pesquisando sobre vinhos e degustando, quero ler coisas diferentes. Gastronomia talvez...ha ha ha.
Sei que esse tempo mais frio estimula as pessoas a ficarem mais dentro de casa e por isso os livros acabam voltando para as mãos de muita gente.
Por isso escolhi alguns que li (e reli), um que estou lendo e outro que lerei na sequência, para dar algumas sugestões para quem está sem ideias.


Da esquerda superior para a direita: "Mil dias na Toscana", de uma jornalista e chef americana que casou-se com um italiano e foi viver lá. Um pouco de ficção e bastante realidade. Gostoso de ler. É a continuação de "Mil duas em Veneza", mas eu não li esse. A mesma autora escreveu "Um certo verão na Sicília". São os típicos livros para se ter ao lado uma taça de vinho, doce de preferência, e uns biscotti para molhar dentro.
"O Livro do Vinho" é excelente para consultar, estudar e ler, pois é agradável, bem escrito e bonito de ver. Eu diria até que é um belo presente para aquele amigo enófilo.
"Os Sentidos do Vinho" é coisa séria, para quem gosta do assunto mesmo. Escrito por um jornalista especializado, é cheio de informações importantes escritas de forma muito competente. No meu entender, um dos mais importantes livros para quem gosta de vinhos.
"Meditando na cozinha" da Sonia Hirsch é uma delícia em vários sentidos. Tem histórias, tem receitas fáceis e simpáticas, poesias, desenhos lindos e explicações sobre ingredientes e seus benefícios para a saúde. Melhor impossível.
"Lições de Francês" e "Um ano na Provence" (aqui aparece a versão americana "A Year in Provence") fazem parte do 'curriculum básico' de todo o gourmet ou interessado em comida/bebida/viagens que se preze (ou seja, uma enorme parte da população que não vive de barrinhas de cereais e líquidos repositores de eletrólitos de um lado e nem de macarrão com quatro queijos e batida de morango do outro). Tem que ler. Nada mais a dizer. E se você gostar de bebidas com aniz, tenha ao seu lado um copinho com ela. Se não gostar, como eu, um vinho rosé vai resolver bem.
"Banquete", que eu ainda não li, é um livro que conta a história dos rituais à mesa e da gastronomia ao longo dos séculos. Parece interessante, não? 
Por fim, para os que tiverem estômago forte, o livro "Maus Bocados" do ex-chef Anthony Bourdain é diversão na certa. A prosa fria, sem maquiagem de Bourdain e seus muitos anos nas cozinhas se combinam em histórias que só podem acompanhar um Cognac, ou melhor, um chá preto!

Qualquer que seja a sua escolha, leia muito e leia coisas diferentes. Não deixe o cérebro se acostumar com um mesmo assunto. Variedade e exercício são, ao meu ver, os segredos de uma inteligência vivaz, ativa, alegre.
Bons goles e boa leitura, se houver uma lareira como essa que eu tinha na semana passada, melhor ainda!


A propósito: também não quero meu cérebro travado na cozinha ou na cave, por isso também estou lendo "Você está aqui" e "A cauda longa" , dois livros de não ficção, para me lembrarem como é o mundo dos que não bebem...he he he.

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