Esse convite vinha muito a calhar pois eu estava me dedicando a conhecer todos os terroirs brasileiros para meu trabalho na revista ADEGA.
Assim, parti para Florianópolis e fui ciceroneada por um representante do Sebrae (que tinha uma parceria com os produtores de lá), e por vários produtores que me receberam em suas casas, vinhedos ou em suas vinícolas, nos 4 dias que passei viajando pelo estado e por suas regiões produtoras de uvas.
Naqueles tempos as únicas vinícolas com estrutura realmente bem montada eram a Villa Francioni e a Villaggio Grando, embora a Sanjo e a Santa Augusta já tivessem todo o básico para fazer seus vinhos.
Voltei impressionada pois, na época em que comecei a ouvir falar dos vinhos finos de Santa Catarina, só acreditei que a coisa era séria pois a pessoa que me contou era de confiança (um antigo professor do curso de Sommelier). E isso já fazia uns 2 ou 3 anos.
A verdade era que a realidade dos produtores daquele estado já estava bem mais adiantada do que eu imaginava, tanto que, naquele mesmo 2008, eles compareceram em peso na Expovinis e mostraram que tinham vindo com força (foto abaixo).
Na foto acima estão os representantes (e/ou proprietários) das vinícolas Sanjo, Villa Francioni, Villaggio Grando, Quinta da Neve, Santo Emílio, Santa Augusta, Suzin e Quinta Santa Maria. Os presentes eram em maior número, mas não consegui reunir todos para a foto.
Tenho para comigo que, a organização desse pessoal (sob a sigla ACAVITIS) até influenciou a maneira como os outros produtores brasileiros (que já se organizavam sob a babuta do Ibravin) resolveram se apresentar na Expovinis. Os estandes coletivos fizeram história.
Faz pouco tempo pessoal. São apenas três anos.
Em 2009 eu, infelizmente, não consegui fazer essa mesma foto, embora tenha estado no estande deles, provado as novidades e observado o crescimento significativo do grupo.
Mas em 2010 eu consegui e a foto está abaixo.
Nela já estão dois outros produtores que não apareceram na foto de 2008, a vinícola Pericó e a vinícola Kranz (embora já existissem em 2008). O estande já era maior, muito bem montado e movimentado.
Neste ano de 2011 eu tomei um choque! Fazer a foto já era impossível. O estande tinha ainda mais produtores (alguns até que eu conheci os vinhedos em 2008 e cujos primeiros vinhos estão sendo lançados somente agora) e um movimento de pessoas intenso.
Fiz a foto acima, que é bem 'genérica' apenas para ter um registro.
Sei que houveram mudanças na Acavitis e que agora eles estão organizados também em uma cooperativa, que pretende baixar custos de compras para todos os produtores e também promover uma comercialização conjunta. Sei também que nem todos aderiram, mas convenhamos que em 3/4 anos esse pessoal cresceu e apareceu e parece-me "quase" natural que existam discordâncias.
Fico feliz, como consumidora e como profissional da notícia, em ver que tanto esforço, tantos desafios, tanto dinheiro investido tem sido transformado em muitos (e bons) vinhos, que reforçam a produção nacional, diversificam a noção de terroir brasileiro e agradam cada dia mais paladares.
Por força das circunstâncias da semana passada provei poucos vinhos de lá, mas vou recuperar esse tempo perdido, pois sempre tenho boas surpresas com os catarinenses (que começaram com os vinhos brancos de guarda da Villa Francioni e da Villagio Grando e com o inesquecível Sauvignon Blanc da Sanjo).
Os espumantes começam a aparecer com maior frequência (antes eram apenas 3, começando pela Pericó, depois pela Santo Emílio e pela Santa Augusta), agora temos espumantes da Villaggio Grando, da Suzin, da Kranz etc. E parece-me que os vinhos de sobremesa vem fazendo escola nesse estado, começando com o Portento da Quinta Santa Maria (que agora já tem mais dois companheiros de linha), O IceWine da Pericó e o novíssimo Passito da Santa Augusta.
Muita coisa boa e diferente para provar. Feliz de quem teve a oportunidade de estar lá!
Bom dia,
ResponderExcluirgostei muito da reportagem que sempre nos deixa muito informado dos novos vinhos do Brasil, no entanto, gostaria de acrescentar que a Villaggio Grando já há uns 4 anos produz um colheita tardia com as uvas petit manseng e gros manseng colhidas em junho! é fantástico!
Puxa, vou ter que me informar a respeito desse vinho, pois eu o havia visto no catalogo da vinicola mas nem tinha ideia de que sua producao fosse comercial.
ResponderExcluirObrigado pelo alerta!
Olá, de fato eu visito a vinícola já faz alguns anos e sempre vi lá mas não sei há quanto tempo já comercializam pelo Brasil mas lá já tem faz tempinho! até mais!
ResponderExcluirolá silvia, gosto muito de ler seu blog, tenho algumas perguntas à fazer, falo isso, por ver em você, uma expert em vinhos e viagens... rsss... pode passar seu e-mail para mim? muito obrigada, Rafaela.
ResponderExcluirOlá Rafaela,
ResponderExcluirobrigado pelos elogios.
Espero ser realmente merecedora deles!
Você pode me mandar mensagens no personaldrinker@terra.com.br
Abs,