Colheita 2016

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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Para onde o vinho leva - 2

Olhe as fotos abaixo:




Não, eu não fui para a Europa.  As fotos que aparecem aqui são de Campos do Jordão, a mais famosa cidade serrana do estado de São Paulo.
Foi lá, na semana passada, que aconteceram duas palestras sobre o Vinho Verde. Nas fotos que seguem, a fachada do Senac, que fica dentro do Grande Hotel Senac de Campos e a sala de aula, pronta para o começo do seminário.



Como tenho um pouco mais de meio-dia de folga entre uma palestra e outra, fui passear. Primeiro tentei ir fazer uma caminhada no Horto Florestal, mas 12 km de serra depois, descobri que o parque fica fechado às 4as feiras. Uma simples placa no começo da estrada facilitaria bem o passeio, não?
Fui ao Morro do Elefante, de onde fiz uma das fotos que aparecem no começo e me rendi a ir passear entre as lojinhas do centro, buscando um lugar bacana para comer uma das especialidades de região, a truta.
 Confesso que não foi fácil. Primeiro que ainda está bem difundida a ideia de que os pratos devem ser para duas pessoas, e por isso quem come sozinho acaba pagando muito mais caro, o que chega a ser um contrasenso uma vez que uma porção de truta para dois serão dois peixes, enquanto que para um é um peixe só. Explicar isso fica até ridículo, mas verdade seja dita, andei olhando cardápios por todo lado, bem boquiaberta com os preços que vi. Nos lugares que tinham o prato individual ele custava em média 45 reais. Um peixe com alcaparras, manteiga e batata cozida. Ai, ai, ai...
Finalmente vi um banner que anunciava um 'prato turístico', com opções como truta, carne de porco, frango ou carne de vaca, com acompanhamentos de uma salada de entrada, por R$ 38,50.
 Não é barato, mas valeu a pena. O restaurante é bonito (chama-se La Gália), suas especialidades são as carnes de caça. É muito bem cuidado e eu fui super bem atendida pelo garçon David.
Pedi, inclusive, uma entrada, a porção de pinhões salteados no azeite e alho dourado. Acompanhei com uma taça de Torrontés da Susana Balbo.
O vinho fez boa companhia, mas sempre me chama a atenção o fato de não haver mais opções de vinhos brancos em taça e poucas em meia-garrafa. Brasileiros então? Quatro ou cinco rótulos apenas. Fiquei salivando uma meia garrafa do Chardonnay da Pizzato, confesso.
 Não fotografei a salada, mas estava boa e bem servida, mas segue aqui a foto da saborosa truta!
 Café bem tirado para finalizar e uma sensação boa de comer bem num local bonito e envolvido pela luz do outono. Os vinhos poderiam (e deveriam) ser um pouquinho mais baratos, mas todo mundo que frequenta Campos do Jordão sabe que é uma cidade cara. No entanto, com o turismo forte que existe lá, duvido que não venderiam mais vinhos se os preços não fossem um pouquinho mais acessíveis.
A foto abaixo é bem no centro do bairro de Capivari, onde as oliverias estão assim, carregadas!

Já perto do hotel onde eu estava hospedada (fora da parte turística) achei a linda lojinha das fotos abaixo. Um charme e um bom gosto na escolha dos objetos como raramente se vê em lojas assim. Fiquei perdida lá dentro xeretando as coisas, uma delícia...


Campos do Jordão tem lá seu charme, as belas montanhas que fazem divisa com o estado de Minas Gerais, o clima frio, as construções que recriam uma história que não é exatamente nossa - mas têm um apelo simpático e são bonitas de ver - algumas lojinhas atraentes como essa acima e alguns bons passeios pela natureza. No entanto, é uma cidade cujo objetivo turístico são os ricos, por isso tudo lá custa muito caro e algumas vezes parece carecer de um pouco mais de 'alma'.
Pessoalmente eu prefiro as cidades ao redor, bem próximas de Campos para repartirem a mesma natureza, mas distantes o suficiente para terem uma personalidade mais marcante, interiorana e ao mesmo tempo bem preparada para o turismo.
No entanto, como eu estava com saudade do frio e das montanhas, confesso que foi uma boa mudança de cenário. Na volta, é quase obrigatório passar pelo 'Leite na Pista', uma loja/café/entreposto bem gostasa, logo ao pé da serra, com seus animais de fazenda que passeiam tranquilos à volta do casarão que recebe os turistas e, nos finais de semana, as pessoas podem beber leite tirado diretamente da vaca (por isso o nome do local) o que - para muita criança paulistana - é uma experiência quase surreal.



Nesta semana fico com dedicação exclusiva para a Expovinis e para tantos amigos gaúchos e catarinenses que estão chegando em São Paulo. Estou curiosa para saber das novidades e provar os novos vinhos.
Mas na semana que vem retomo o caminho do Vinho Verde no Brasil, indo para Guaratinguetá.
Desejo à todos uma excelente semana, com bons brindes, saúde e alegrias!

Um comentário:

  1. Silvia, acabei de conhecer seu blog e gostei muito. Seus textos são muito bem escritos e interessantes. Vou acompanhar.
    Saúde!
    Tiago Bulla
    www.universodosvinhos.com

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