Colheita 2016

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Luiz Argenta


Domingo à tarde, quase final de outono na Serra Gaúcha, deixo um saboroso almoço na mais tradicional cantina do Vale (a Di Paolo) para uma viagem de pouco mais de uma hora até a cidade de Flores da Cunha, a Brasília do vinho brasileiro - ou seja, a cidade onde efetivamente são tomadas as decisões políticas sobre vinho em nosso país.
Ninguém vai admitir, ninguém vai contar, mas acredite-me, o Planalto Central do Mundo do Vinho é lá.
Mas isso não vem ao caso. O que quero MESMO mostrar é que conheci a mais surpreendente vinícola que já visitei no Brasil. Dá para começar só olhando a foto que fiz acima, sem absolutamente nenhum recurso extra, a não ser a luz local e uma maquinha bem simples (pero cumpridora...).
As terras foram compradas da extinta (e muito antiga) vinícola Granja União (a marca foi comprada pela Vinícola Cordelier) e recuperadas e replantadas com muito capricho pelo empresário Deunir Argenta, que adquiriu a propriedade junto de seu irmão. As instalações ficaram prontas há pouco tempo (nem 3 meses) e tiveram o projeto feito pela arquiteta Vanja Hertcert (proprietária da pousada Borghetto Sant'anna, da qual já falei neste blog).
Desde a entrada tudo surpreende, a imensa rampa, a ampla varanda com móveis modernos que convida o olhar a se debruçar sobre os vinhedos e todas as instalações técnicas, estudadas para produzir vinhos com o que há de mais moderno em termos de tecnologia. Praticamente todos os processos são feitos por gravidade, garantindo o menor movimento possível em todas as etapas e a mínima interferência de bombas e quetais.
Internamente a vinícola é bem dimensionada e equipada e os muitos pontos onde se pode sair dela e observar o entorno revelam uma impressionante capacidade de integração entre a construção e a topografia dos vinhedos que a circundam.
A geometria está em todos os cantos, desafiando o olhar, derrubando obviedades como folhas secas de outono e intrigando o visitante.

Mas nada nos prepara para o momento em que a porta de ferro gigantesca da cave subterrânea se abre. A pouca iluminação revela detalhes aos poucos e não permite fotos de muita qualidade, mas talvez seja possível perceber um pouco do espaço onde descansam as barricas de carvalho da vinícola. Um paredão de pedra escavada revela formas, forma desenhos, desenha imagens que transformam o espaço a cada passo do visitante. Uma sequência de concavidades no teto completa o sentido da audição, amplificando e modificando vozes.
Os responsáveis por esse espaço  (além de meus dois companheiros de viagem) aparecem na foto seguinte. Em primeiro plano Deunir Argenta, à sua direita no fundo o enólogo Edegar Scotergagna e Daiane Argenta, Gerente Comercial da Vinícola. À esquerda estão Iris Zimpel e Sergio Inglez de Souza, começando a prova dos vinhos que, depois de toda essa longa história, merecerão um post só para eles.


Um brinde à elegância da Vinícola Luiz Argenta!

2 comentários:

  1. Ainda não visitei a Luiz Argenta depois de concluída. Valeu muito pelas fotos! Aguardo ansiosa tuas impressões sobre a degustação. Degustei Luiz Argenta em três ocasiões, duas com a Confraria (COFEV, Confraria Feminina do Espumante e do Vinho do Vale do Sinos) e uma em visita técnica (!).
    P.S. Não, estudar enologia não é só passear, kkkkk. Muita química, mas nada que algumas tardes de domingo dedicadas ao estudo não deem jeito.
    Bjks

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  2. Silvia,
    Meus parabéns pelos comentários, realmente fazem jus ao projeto e à qualidade dos vinhos que a Luiz Argenta se propoe a elaborar.
    Também conheci o projeto e considero hje um dos mais respeitados do Brasil.
    Aproveitando, confirmo que os vinhos LA já estão disponíveis aqui na Eivin / www.eivin.com.br
    Abraço.
    Marcio Marson

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