Ontem, dia de jogo do Brasil, resolvi fazer vinho quente - que acabou por ser servido morno por conta dos 24 graus que fazia em São Paulo.
Fui xeterar algumas receitas e acabei por adaptar uma que deu bastante certo e que reproduzo aqui, dá para umas seis pessoas. (A história dessa bebida está ao final)
1 maçã grande firme cortada em cubos sem casca (fuji ou pink lady)
5 damascos turcos fatiados
1/2 limão em fatias finas e o caldo da outra metade
1 xícara de café de passas
6 cravos
1 colher de sobremesa de paus de canela
1 xícara de chá de açúcar
3 xícaras de chá de água
1 garrafa de vinho tinto demi-sec
Em uma panela de fundo grosso e boca larga misture 1/2 xícara de açúcar e 1/2 xícara de água. Leve ao fogo médio misturando até a calda tomar cor.
Deve ficar um granada pálido. Continue mexendo e coloque as maçãs, os damascos, cravos, canela e as passas. Misture bem e deixe que tomem um pouco mais de cor por uns 3 minutos.
Abaixe o fogo e acrescente a água e o vinho, misture e deixe levantar fervura.
Quando ferver coloque as rodelas de limão e o caldo restante, prove e coloque mais açúcar se for preciso (dependendo do vinho e do doce das frutas pode não ser).
Deixe ferver por mais alguns minutos e desligue. Está pronto para servir e pode ser conservado em geladeira de um dia para o outro.
Qual vinho usar? Por favor, evite os vinhos de garrafão. Não pelo fato de serem feitos de uvas não viníferas, mas sim pelo fato de que a maior parte deles leva mais do que uva e açúcar e isso não combina com o vinho quente, combina com ressaca.
Algumas rótulos que não farão feio, custam barato e são fáceis de achar: Castell Chambert e Chalise da Salton, Saint Germain Merlot ou Cabernet (da Aurora).
Para fazer a versão sem álcool, coloque metade do açúcar e troque o vinho por suco de uva integral. Não deixe ferver muito, pois não há necessidade de evaporar o álcool e pode amargar.
Sirva em uma linda caneca de barro ou louça com uma colherinha para comer as frutas.
Aproveite!
Um gole de história: O nosso vinho quente, assim como o quentão de cachaça, faz parte de uma das divisões da coquetelaria chamada 'grogues'. Os mais famosos são preparados com rum, brandy ou whisky e podem ser servidos em chamas.
As versões brasileiras disputam a história com os ponches, bebidas mais frutadas onde o álcool é só parte do atrativo e que podem ser servidos quentes ou frios. A história dos ponches começa na Índia, com os chás sendo incrementados com especiarias e frutas e a dos grogues e vinhos quentes tem raiz na Europa, quando os vinhos que já estavam para ficar avinagrados eram fervidos com frutas, mel e especiarias para serem servidos aos soldados.
Até os dias de hoje, nas feiras de Natal em muitas partes da Europa são servidos vinhos cozidos com frutas e especiarias (Gluhwein), muitas vezes com a adição de um destilado de cerejas (foto ao lado no mercado de Dresden e abaixo do mercado de Estrasburgo- ambas as fotos são do arquivo da Latin Stock).
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