Colheita 2016

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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um pouco de nacionalismo não faz mal!

Pedi para o Julio Kunz, da vinícola Dunamis (pequena e jovem vinícola da campanha gaúcha, cujos vinhos começam lentamente a ganhar espaço) para que me mandasse a imagem abaixo que eles divulgaram ontem.
Resolvi reproduzir aqui pois achei de bom gosto, e faz mais sentido para a pessoa que eu tento ser do que a palavra 'boicote', que anda rondando o diálogo de muita gente que se diz apreciadora dos vinhos brasileiros na mídia.
Não tenho vergonha dos vinhos que degusto e nem dos que bebo.
Tenho vergonha de diálogos irracionais.
Mas também entendo que eles servem para separar o joio do trigo, ou como prefiro dizer, o grão do engaço. Tem muita gente mostrando finalmente a sua verdadeira cara, embora ainda exista muito para descobrir, e confesso que algumas vezes me coça a mão para 'puxar alguns véus'.
Tenho vergonha de gente que não favorece a discussão (de todos os lados), de gente para as quais a política do "Gérson" (de levar vantagem em tudo) ainda continua sendo a melhor política.
Sim, existem interesses de todos os lados, sim a disputa é sobre dinheiro e poder (como tem sido desde o começo dos tempos), mas há também o vinho. Há muitos bons vinhos e muitos bons profissionais inclusive por detrás das empresas que estão mais enroladas nessa história do que parreira que cresce solta. Esses profissionais não podem ser desprezados, esses vinhos não merecem ser deixados de lado por conta de disputas empresariais.
Eu não me orgulho dos políticos brasileiros em geral, da mesma forma que não me orgulho de viver num país lindo e com o potencial que tem, onde a corrupção corre solta, permitindo turismo sexual no nordeste, comercialização de máquinas de caça-níquel no sudeste, entrada de celulares em presídios, agressão a menores e a animais, racismo e homofobia, contrabando de vinhos na fronteira, comércio de documentos como carteiras de habilitação e passaportes e todas essas coisas que vemos todos os dias na mídia, e que fazemos de conta que não é conosco, que não está ligado à nossa vista grossa, à nossa maneira de pensar que se 'não fui eu quem causou isso, não tenho como remediar'.
Não somos figurantes neste país e não conseguiremos mudar nada se a nossa resposta for simplesmente ignorar ou criticar.
Eu tenho vergonha de muitas coisas neste país, mas não tenho vergonha da maioria dos vinhos que são feitos aqui. Por isso eu ergo minha taça, sem preconceito, sem salvaguarda, sem boicote!
Bom final de semana!


4 comentários:

  1. Buenas..
    uma postagem excepcionalmente perfeita...
    mas um "contrabandinho" pra consumo interno é o único jeito de degustar uns rótulos q ficam a preços impraticáveis pro cidadão comum aqui no Patropi....
    saludos
    Zzé

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  2. Silvia, concordo plenamente,deixar de consumir vinho nacional, não resolve nenhum problema é preciso sim discutir o problema pelo qual o vinho passa, (imposto, financiamento,logistica, distribuição, ganância, etc)ai sim os interesses poderão aparecer e quem sabe nos tornaremos consumidores mais bem tratados.

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  3. Como sempre, precisa e adequada nas palavras! Aproveito para ressaltar que tenho gostado muito de ler o teu blog, tem um colorido especial!

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