Colheita 2016

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domingo, 1 de julho de 2012

Bem Vindo JULHO!


Foi n'uma Tarde de JulhoFoi n'uma tarde de Julho. 
Conversávamos a mêdo, 
- Receios de trahir 
Um tristissimo segrêdo. 

Sim, duvidávamos ambos: 
Elle não sabia bem 
Que o amava loucamente 
Como nunca amei ninguem. 
E eu não acreditava 
Que era por mim que o seu olhar 
De lagrimas se toldava... 

Mas, a duvida perdeu-se; 
Fallou alto o coração! 
- E as nossas taças 
Foram erguidas 
Com infinita perturbação! 

Os nossos braços 
Formaram laços. 

E, aos beijos, ébrios, tombámos; 
- Cheios d'amôr e de vinho! 

(Uma suplica soáva:) 

«Agora... morre commigo, 
Meu amôr, meu amôr... devagarinho!...» 

António Botto, in 'Canções' -  Poeta português (1897 - 1959)

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