domingo, 1 de julho de 2012
Bem Vindo JULHO!
Foi n'uma Tarde de JulhoFoi n'uma tarde de Julho.
Conversávamos a mêdo,
- Receios de trahir
Um tristissimo segrêdo.
Sim, duvidávamos ambos:
Elle não sabia bem
Que o amava loucamente
Como nunca amei ninguem.
E eu não acreditava
Que era por mim que o seu olhar
De lagrimas se toldava...
Mas, a duvida perdeu-se;
Fallou alto o coração!
- E as nossas taças
Foram erguidas
Com infinita perturbação!
Os nossos braços
Formaram laços.
E, aos beijos, ébrios, tombámos;
- Cheios d'amôr e de vinho!
(Uma suplica soáva:)
«Agora... morre commigo,
Meu amôr, meu amôr... devagarinho!...»
António Botto, in 'Canções' - Poeta português (1897 - 1959)
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