Colheita 2016

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Entre as videiras da Pericó - SC

Amanhã, 4a feira, vou para Florianópolis para depois seguir com um grupo até a cidade de São Joaquim.
Passaremos a noite (fria) lá e na manhã da 5a feira vamos visitar os vinhedos da Vinícola Pericó (aquela que fez o primeiro IceWine brasileiro, do qual já falei aqui).
São Joaquim é onde estão os vinhedos mais altos do país, numa média acima dos mil metros. A Pericó está a 1.300m (foto abaixo de um dos pontos mais altos do vinhedo, em 2008).


A Cabernet Sauvignon é uma das estrelas lá, mas a Pinot Noir e a Sauvignon Blanc também vão muito bem nesse terroir gelado e alto.
O enólogo responsável pela boa linha de vinhos da Pericó é o gaúcho Jefferson Sancineto Nunes, dono do Enolab em Flores da Cunha. Estudioso, dedicado e muito atento ao mercado, Jefferson é daqueles que gostam do que fazem e têm uma abordagem não apenas do vinho mas também do 'negócio' do vinho. Coisa que atualmente ninguém pode deixar de lado.
O dono da Pericó é o empresário catarinense Wandér Weege (foto abaixo), que deixou - depois de mais de trinta anos - as atividades cotidianas de sua empresa, a Malwee Malhas, para dedicar a maior parte de seu tempo aos vinhedos e aos negócios do vinho.
Em 2008, quando o conheci em São Joaquim, ele me falou que preparava o terreno não só para as vinhas mas também para uma aposentadoria ativa, bem ao seu estilo.
Cumpriu com a palavra.


Que venha o frio de São Joaquim e as uvas da altitude!
Sexta-feira, quando eu voltar, contarei as novidades.
Bons goles!



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ice Ice Wine


Em junho do ano passado, sob um frio de -7,5 graus, mãos corajosas recolheram os cachos acima, de uvas Cabernet Sauvignon com uma concentração de açúcares de 35 brix.
A vinificação desses cachos parcialmente congelados também aconteceu sob baixas temperaturas, para que o gelo se separasse e levasse com ele o excedente de água, deixando um mosto doce e concentrado.
Os cachos colhidos na propriedade da vinícola Pericó em São Joaquim (SC) foram vinificados no RS, sob a supervisão do enólogo Jefferson Sancineto Nunes que, apreensivo, teve que estudar todos os processos conhecidos nos poucos países que têm a chance de elaborar um vinho do gelo, uma das mais raras classes dos VDN (Vinhos Doces Naturais).
Na semana passada, tive o imenso prazer de provar o vinho praticamente pronto. Jefferson e sua esposa Sandra (ela é a responsável pela FISAR no Brasil) me trouxeram as amostras coletadas diretamente das barricas de carvalho francês novo de média tostagem em que os 695 litros de vinho repousavam. Usei a palavra 'amostras' no plural, pois Jefferson se deu ao trabalho de preencher dois pequenos frascos e submetê-los a diferentes temperaturas de serviço (8 e 18 graus centígrados) para afzermos um comparativo.
Jefferson afirma que o vinho está 'quase' pronto e que provavelmente precisa de apenas mais alguns dias de repouso no carvalho. Francamente, acho fantástico isso que fazem os enólogos. Provam um vinho e dizem: "Ah, precisa de mais uns dois ou três dias na madeira". Um entende o outro e nós, pobres mortais de paladar de coxinha e suco de laranja, ficamos nos sentindo o ó do borogodó....
Mas voltemos ao que 'eu' consegui perceber nessa primeira prova. A coloração é linda, ....., quase ..... (para quem não sabe que cor é ....., veja a foto ao lado). Os aromas são delicados, um toque ...... - que Jefferson acha semalhante a ....., mas sua esposa não concorda totalmente - um pouco de ....... e madeira ......
Na boca está muito ......., ......... por conta do açúcar residual e do grau alcoólico (......%), mas principalmente e acima de tudo ........, guarda um certo ......., uma lembrança da ............, boa ......... e até (se possível) certo ........
Confesso que estou muito curiosa para prová-lo assim que estiver pronto e engarrafado, pois sabemos que o vinho ainda evolui muito durante esses processos. Mas o resultado já é .......... e creio, irá surpreender até a enormidade de críticos que disseram que a Pericó estava doida ao tentar fazer isso. Quem viver verá!
Bons e doces goles e meus sinceros agradecimentos ao Jefferson e a Sandra e também aos Sr. Wandér, que me concedeu esse privilégio!

P.S.: Dia 2 de março, troco minhas palavras da análise preliminar do vinho por pontinhos (.....), por conta de várias pessoas que, incapazes de suportar a espera até o lançamento do vinho, reclamaram que eu estava estragando a surpresa e que não iriam querer provar depois. Sinto por elas (risos) eu mesma que já provei, adorarei provar de novo daqui a alguns meses, para saber como o vinho se transformou. Mas por respeito a algumas pessoas amigas, ocultarei minhas opiniões até lá.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Porto Alegre 40 graus...


Cedo ou tarde vamos ter que nos dar conta de que esta é uma era de extremos, principalmente em relação ao clima. Dois meses seguidos de chuvas no estado de São Paulo já levaram 70 vidas na correnteza.
Na cidade de Porto Alegre, a capital mais fria do Brasil, a temperatura ontem chegou aos 41 graus e com sensação térmica de 44 graus. Meu termostato interno me avisa que qualquer coisa abaixo de 7 graus é muito frio e acima de 27 é muito quente.
Como só há de ser, minha preocupação recai sobre  a qualidade das uvas que vamos conseguir sob condições tão extremas. Fico sabendo através de alguns releases que no Vale dos Vinhedos as uvas brancas para espumantes estão melhores do que o esperado (assim informa a Salton e o Daniel Dalla Vale da Valduga), obviamente que isso se refere aos produtores que tiveram cuidados extras com o vinhedo no final de 2009 e começo de 2010. As tintas parecem estar amadurecendo bem, sob o sol de 33/34 graus que tem esquentado a vindima no Vale.
Ontem consegui informações do proprietário da Vinícola Pericó, em Santa Catarina, e fiquei sabendo que as chuvas por lá não foram tão intensas e o terroir de algumas partes de São Joaquim se beneficiou da altitude, com os ventos ajudando as plantas a ficarem secas mais rapidamente. Como a colheita por lá só começa em março, podem ser esperadas boas notícias.
O sol também segue inclemente na fronteira com o Uruguai (Campanha Gaúcha), onde todas as grandes vinícolas brasileiras têm vinhedos ou produtores associados. Espera-se um resultado muito bom com uvas difíceis, como a Tannat e a Pinot Noir, para os varietais.
Enquanto isso, aqui nesta cidade quente e úmida de São Paulo (faz 30 graus dentro de casa agora às 16h50), só nos resta comer frutas, saladas com verduras, legumes e grãos, e saborear um espumante muito, mas muito brut!
Bons goles!