A vinificação desses cachos parcialmente congelados também aconteceu sob baixas temperaturas, para que o gelo se separasse e levasse com ele o excedente de água, deixando um mosto doce e concentrado.
Os cachos colhidos na propriedade da vinícola Pericó em São Joaquim (SC) foram vinificados no RS, sob a supervisão do enólogo Jefferson Sancineto Nunes que, apreensivo, teve que estudar todos os processos conhecidos nos poucos países que têm a chance de elaborar um vinho do gelo, uma das mais raras classes dos VDN (Vinhos Doces Naturais).
Na semana passada, tive o imenso prazer de provar o vinho praticamente pronto. Jefferson e sua esposa Sandra (ela é a responsável pela FISAR no Brasil) me trouxeram as amostras coletadas diretamente das barricas de carvalho francês novo de média tostagem em que os 695 litros de vinho repousavam. Usei a palavra 'amostras' no plural, pois Jefferson se deu ao trabalho de preencher dois pequenos frascos e submetê-los a diferentes temperaturas de serviço (8 e 18 graus centígrados) para afzermos um comparativo.
Jefferson afirma que o vinho está 'quase' pronto e que provavelmente precisa de apenas mais alguns dias de repouso no carvalho. Francamente, acho fantástico isso que fazem os enólogos. Provam um vinho e dizem: "Ah, precisa de mais uns dois ou três dias na madeira". Um entende o outro e nós, pobres mortais de paladar de coxinha e suco de laranja, ficamos nos sentindo o ó do borogodó....
Mas voltemos ao que 'eu' consegui perceber nessa primeira prova. A coloração é linda, ....., quase ..... (para quem não sabe que cor é ....., veja a foto ao lado). Os aromas são delicados, um toque ...... - que Jefferson acha semalhante a ....., mas sua esposa não concorda totalmente - um pouco de ....... e madeira ......
Na boca está muito ......., ......... por conta do açúcar residual e do grau alcoólico (......%), mas principalmente e acima de tudo ........, guarda um certo ......., uma lembrança da ............, boa ......... e até (se possível) certo ........
Confesso que estou muito curiosa para prová-lo assim que estiver pronto e engarrafado, pois sabemos que o vinho ainda evolui muito durante esses processos. Mas o resultado já é .......... e creio, irá surpreender até a enormidade de críticos que disseram que a Pericó estava doida ao tentar fazer isso. Quem viver verá!
Bons e doces goles e meus sinceros agradecimentos ao Jefferson e a Sandra e também aos Sr. Wandér, que me concedeu esse privilégio!
P.S.: Dia 2 de março, troco minhas palavras da análise preliminar do vinho por pontinhos (.....), por conta de várias pessoas que, incapazes de suportar a espera até o lançamento do vinho, reclamaram que eu estava estragando a surpresa e que não iriam querer provar depois. Sinto por elas (risos) eu mesma que já provei, adorarei provar de novo daqui a alguns meses, para saber como o vinho se transformou. Mas por respeito a algumas pessoas amigas, ocultarei minhas opiniões até lá.
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