Colheita 2016

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terça-feira, 1 de junho de 2010

Champagne! Espumante!



Com a chegada do dia dos namorados muita gente que quase nunca toma espumante resolve que esse é o dia.
É mais ou menos como noiva. A mulher passa a vida de cabelão comprido, horas de chapinha e um monte de produtos para deixar os cabelos lisos como crina de puro-sangue. Daí, no dia do casamento essa mesma moça resolve que, para suportar todos os enfeites que lhe vão na cabeça, ela precisa prender todo o cabelo, com gel e uma centena de grampos. Consequência? O pobre do noivo olha de lá do altar e nem reconhece aquela sujeita de cabelo preso, coroa, véu, maquiagem etc...
Então em relação aos espumantes, vale falar que como tudo na vida, é bom começar devagar. É bem diferente de entrar em uma piscina gelada, quando é mais fácil pular de uma vez.
O paladar da gente aprimora, mas não de uma hora para outra.
Se você está acostumado com os sabores mais cítricos, picantes e nervosos da maioria dos Champagnes, sorte sua. Se o bolso permite o consumo e o parceiro também vai apreciar, mande ver e aproveite.
Existem boas opções no mercado embora com preços muitas vezes impeditivos e, como diz um jornalista amigo meu apaixonado por Champagne, infelizmente aqui no Brasil chegam pouquíssimos rótulos diferenciados e safras especiais. Para conhecê-los é necessário ir mesmo à França.
Uma sugestão deliciosa que conheci na Expovinhoff no final de abril foi a da pequena importadora La Cave Jado, daqui de São Paulo. Eles trazem o Champagne Millésime 2004 do Domaine Louise Brison (foto ao lado), que custa R$ 170,00 para o consumidor final. É muito raro encontrar um bom Champagne (principalmente um Millésime) por esse preço. Dê uma olhada no site deles: www.cavejado.com.br
Na importadora Mistral o Champagne de melhor preço é o Brut Ayala, que custa R$ 208,00. O produtor é conceituado e o produto é acima de qualquer suspeita.
Vale procurar por preços mais interessantes se a vontade é mesmo tomar o verdadeiro Champagne, mas cuidado com prateleiras empoeiradas e rótulos em mau estado.
As temperaturas médias brasileiras não são ideais para a conservação desse diferenciado líquido, que aprecia lugares sem luz direta e temperatura controlada tendendo a baixa. Então, se o preço estiver tentador demais, desconfie. Pode se tornar uma grande decepção naquela hora importante.
Para não desperdiçar dinheiro aposte nos espumantes brasileiros. A qualidade média é bem alta (o que equivale a dizer que uma enormidade de rótulos são ao menos muito bons) e existem muitos tipos, dos mais frutados àqueles que guardam grande semelhança de estilo e sabor com os Champagnes.
Os espumantes da uva Moscatel são muito apreciados por homens e mulheres (embora os homens adorem dizer que só bebem por que as mulheres gostam) que encontram segurança no açúcar residual dessa uva e no discretamente menor teor alcoólico. Vale dizer que são mais indicados para acompanhar as sobremesas, pois seus aromas frutados e seu dulçor no paladar se sobrepõem a um enorme número de pratos salgados.
A escolha mais eficaz, para ficar no meio termo, são os demi-sec e os extra brut, que retêm parte do frutado tanto no aroma quanto no paladar e são um pouco menos secos do que os brut.
Mas não esqueça, somente um bom espumante brut é capaz de acompanhar uma refeição do começo ao fim, como nenhum outro vinho é capaz.
Rótulos não faltam e os preços vão agradar aos bolsos de qualquer um. Portanto, aventure-se nas gôndolas das lojas e dos supermercados e prove um dos excelentes espumantes brasileiros!

A foto acima é de Orestes Andrade Júnior.


2 comentários:

  1. Oi Silvia! Adorei a comparação com os cabelos...coisa que só mulher entende! Parabéns por exaltar os espumantes nacionais, que estão frescos, deliciosos e acessíveis, finaceira e logisticamente.
    Bjks

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  2. Muito bom o artigo Silvia!!!! Marcio

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