Envolvida como estive em uma porção de viagens, compromissos profissionais, doenças em família e mais outros percalços da vida, vi novembro passar como se houvesse uma névoa na minha frente que permitisse somente programar os próximos 20 passos...
Então é dezembro, época de finalizar as coisas, época de pensar em reuniões familiares e de amigos, em compras de presentes, em cardápios de festas, e em um pouco de descanso ao fim de tudo isso.
Mas a minha confissão pública é de que neste ano eu não me sinto muito festiva e sei que esse sentimento tem que ser combatido com figuras natalinas de montão, luzinhas nas janelas, listas de compras e consultas a livros de receitas. Alguma forma de resgatar o espírito festivo do porão das obrigações e frustrações cotidianas.
Então, saí ontem à tarde (deixando de lado por algumas horas um serviço importante) e me 'joguei' em um shopping de SP. Fui ao que é mais perto de minha casa e me arrependi. A decoração de lá, sempre atrativa, este ano está infeliz, desastrosa mesmo.
Por terem conseguido alguma parceria com empresas de vinho (vejam como não existe acaso e onde eu fui parar...) eles estão fazendo uma daquelas promoções de troca de notas fiscais por cupons para concorrer a viagens para Itália, França e Chile e para kits de taças, decanters, essas coisas. Para conseguir preencher UM cupom você tem que gastar um mínimo de 800 reais no shopping. A metade, se for com um cartão de crédito que faz a promoção lá.
Até aí tudo bem, o valor é absurdo mas o shopping está em uma das áreas nobres da cidade. Mas a decoração tem elfos (ou papais-noéis verticalmente prejudicados) segurando cachos de uvas sobre barricas. Que absurdo!
Que mundo é esse que associa uma coisa tão importante no imaginário infantil ao consumo de uma bebida alcoólica?
Antes que chovam críticas, não estou sendo puritana não. Aliás para todos os efeitos nem mesmo católica eu sou. Mas sou totalmente contra qualquer insinuação de bebidas relacionada com o mundo infantil. Eles estão expostos sim, na tv, em suas próprias casas também, mas nada disso deve vir 'casado' com o imaginário do Natal, seja ele ligado ao nascimento de Jesus ou aos presentes de Papai Noel.
O marketing algumas vezes perde o senso...o bom e o mau...e coloca tudo no mesmo saco vermelho.
Mas chega de desabafo!
Comprei algumas revistas com ideias de decoração e refeições (importadas, claro, pois as nacionais fingiram que nada está acontecendo em dezembro) e resolvi fazer um coquetel que há muito não tomava, já no aconchego de minha casa, montando minha árvore super clean.
Mas eu tinha uma garrafa de um bom espumante brut nacional e fiz o delicioso e requintado coquetel. Segue a receita para quem quiser tentar:
Coquetel de Espumante Brut
Em uma taça flute colocar um cubo de açúcar, algumas gotas de angostura (um bitter feito na ilha de Trinidad e Tobago, vendido em garrafinhas como as de molho inglês), uma casquinha de limão e completar a taça com espumante brut gelado.
Como decidi combater de todas as formas a falta de espírito das festas que se abateu sobre mim, vou me propor um desafio e a partir de amanhã vou colocar aqui no blog ideias de presentes relacionados ao mundo dos vinhos e da gastronomia, como sugestões para meus leitores.
Claro que preciso avisar desde já que muitos deles são sugestões que eu mesma recebo das assessorias de imprensa, então não há como confiar cegamente. Ainda assim, sei que muita gente sente falta de ideias para presentear e de tempo para perambular pelos shoppings em busca de opções e bons preços.
Por enquanto, jingle bells, jingle bells, jingle all the way!!!