Bem, como nem todo fígado vive apenas de vinho e de alcachofra (entre outros alimentos bons para a saúde do fígado) eu também tenho meus momentos de cerveja e caipirinha, então esta postagem é para dar inveja ao meu amigo gaúcho trés chic.
Há alguns dias estive no bar-restaurante de alguns amigos (com os quais trabalhei no restaurante uns 5/6 anos atrás) e eles (que têm extremo bom gosto para bebidas) me apresentaram uma vodca nova, que eu não conhecia pois vodcas não são exatamente o meu destilado preferido. Essa é produzida no Brasil, pela mesma empresa que faz a cerveja Itaipava, e que decidiu entrar no segmento das vodcas premium (onde estão rótulos como a Absolut, a Ciroc e a Belvedere).
O nome dessa nova vodca é Blue Spirit e eu a achei bem agradável, e realmente muito mais elegante do que outros rótulos nacionais mais conhecidos.
Preferi pura do que na caipirinha, embora entenda o porque das pessoas apreciarem tanto as caipiroscas. Elas deixam as frutas mais aparentes do que o álcool e isso 'disfarça' a bebida para muita gente.
Eu, como sou mais séria do que a maioria das pessoas quando se trata de bebidas alcoólicas, só vou colocar para dentro do meu corpo bebida boa. Não preciso de disfarces. Nada de beber porcaria. Se não for para beber bem, eu não bebo. E ponto.
Aliás, é sempre bom lembrar que com álcool não se pode brincar.
Beber sim, se você não tiver nenhum problema associado ao consumo de álcool. E vou ainda mais longe: mesmo que você não tenha 'hoje' nenhum problema associado ao consumo de álcool, lembre-se de que excesso é ruim em tudo e que o consumo fora da medida de hoje pode se transformar em doença amanhã, portanto, cuidado!
Mas voltando às caipiras...
Quando eu fiz o curso de Bartender meu professor, um português porreta, profissional super-capacitado, explicou que caipirinha mesmo, só de limão com cachaça, todo o resto chama-se stick, no jargão do bar. Ou seja, fazem parte dessa classe todas as bebidas servidas com um mexedor e gelo, onde os sabores vão se misturando aos poucos.
Quando eu estava terminando meu curso consegui um estágio no Bar Veloso, na Vila Mariana, recém-aberto mas já com a presença de uma 'fera' dos sticks, o Souza.
Fui treinada por ele e até hoje, quando vou fazer um desses coquetéis, lembro-me de seus ensinamentos. E foi precisamente pela presença desse mestre das 'caipiras' que resolvi voltar ao Veloso com um grupo de amigos não-paulistanos, num domingo à tarde, quente e ensolarado.
Pedi para o Souza que nos fizesse as variedades que ele desejasse e, além da tradicional de limão, provamos a de jaboticava, de cajú com limão, tangerina com pimenta vermelha e de physallys.
Também pedidos uma das especialidades da casa, o Mojito. Um desses coquetéis cuja simplicidade dos ingredientes não entrega sua elegância e muito menos a dificuldade de fazê-lo, pois seu equilíbrio e frescor dependem da delicadeza do bartender.
O chopp no Veloso, aliás, é um caso à parte. Sempre cremoso, com generosos dois dedos de creme (chopp tem creme viu pessoal! sabão é que tem espuma) e servido sempre na tulipa de cristal.
Por detalhes como esses, sei que meus amigos saíram satisfeitos de lá. Aliás, Gustavo teve até seu momento 'Ases Indomáveis', como se vê na foto abaixo.
E peço uma especial atenção para a placa que fica numa das paredes do bar: "Visitem nossa coxinha", pois o petisco é um dos carros-chefes da cozinha desse boteco.
A foto abaixo, por fim, é onde tudo começou. Durante um almoço em uma casa típica coreana, no bairro da Aclimação.
Do outro lado da cidade, no Brooklin, fica meu bar preferido em toda a SP, o Zur Alten Mühle. Um bar de (e para) alemães, que frequento há mais de uma década.
Para o meu paladar é o melhor chopp da cidade. Saboroso, leve sem ser insosso, na temperatura certa e, se você quiser, pode acompanhar um schnapps (que eu adoro), e alguns dos pratos da gastronomia botequeira alemã, como o rosbife caseiro com salada de batatas, ou canapés de salsichão, de carne crua moída e temperada etc.
Eu e meu marido adoramos a atmosfera, cheia de gente falando a 'língua de lá', tipos que frequentam a casa há tantos anos que até já nos cumprimentam (embora tenha levado uns 7/8 anos para os donos nos cumprimentarem), madeira pesada e escura nas paredes e nos móveis, latas de cerveja e camisetas de futebol alemãs enfeitando as paredes e aquele ar 'quase autêntico' da Europa, raro de encontrar numa cidade que tem de tudo um pouco como esta.
Meu marido costuma dizer que sempre quando vamos até lá temos conversas sérias sobre o sentido da vida e outras coisas que por lá parecem importantes. Deve ser porque fica valendo a velha máxima de que 'só se pode filosofar em alemão'.
Bons brindes!
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