Hoje para mim não é dia de comemoração. Hoje para mim não é feriado. Hoje é dia de luto.
No Brasil enquanto as centrais sindicais oferecem 'pão e circo' para centenas de milhares de trabalhadores mal treinados e mal remunerados, no restante do mundo (que está ciente de crise séria que nos assola) é dia de protesto, de passeatas.
Pão e circo para os brasileiros, que continuam protestanto pelo 'bordeaux nosso de cada dia', que continuam trabalhando por migalhas e favores, que continuam desmerecendo suas profissões para poderem ficar de bem com poderosos, com privilégios e outros luxos.
Salário e direitos, para que? Para quem?
A política do 'cada um para si' cobra seu preço de todos nós algum dia. Mas quem a sente primeiro somos nós, que teimamos em trabalhar sério, que teimamos em acreditar que para exercer bem qualquer profissão é necessário não apenas inteligência e bom senso como também treinamento correto.
Ando triste com as poucas chances para os profissionais experientes, com as poucas chances para quem quer (e precisa) começar a trabalhar.
Ando triste com os favorecimentos ilícitos que só fazem manter a bandalheira e a rede de mentiras no ar. Uma das coisas mais sérias quando somos professores é que a 'cola' é sempre vista, sempre. O professor é quem escolhe deixar passar.
Para mim, combinar as profissões de jornalista, sommeliére e professora é ver muito, mas muito mais do que eu gostaria em variados lugares e ter que me calar muitas vezes. Mentir não, pois não está em minha natureza, mas calar sim, pois ainda tenho que tentar pagar as contas.
Hoje é dia de luto, pela falta de respeito com todos nós, profissionais que lutam todos os dias para ter uma vida digna, para pagar impostos, para sustentar nossas famílias, para termos direito a um pouco de prazer.
Não é feriado, desculpem-me.
A linda e triste ilustração abaixo é da Corbis.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário