Na última sexta-feira, 23 de março (logo antes de entrar em meus dias abstêmios que antecedem a Expovinis) estive no restaurante Ávila (no Itaim) a convite da vinícola Villa Francioni de São Joaquim (SC).
Conheci a nova assessora de imprensa deles, a Rute Enriconi, editora e apresentadora do Record News Sul em Santa Catarina e a Ana Skaf, representante do Marketing da empresa.
Para minha felicidade estava lá o enólogo-chefe, o gaúcho Orgalindo Bettú (é ele quem aparece no meio da foto ao lado, entre eu e o jornalista Marcus Mendonça) que é uma dessas pessoas muito especiais. Fala tranquila, modos contidos, sorriso discreto que desponta entre as sardas do rosto e um conhecimento de vitivinicultura que é monstruoso. Costumo dizer que não consigo editar as entrevistas que ele me concede. Quero reproduzir absolutamente tudo o que ele diz.
Mas vamos aos vinhos: o grupo de enófilos e jornalistas se encontrou no restaurante para provar dois lançamentos da vinícola, o Michelli 2005 e o Colheita Tardia também 2005. Para mim havia mais uma novidade, o rosé Joaquim 2008, pois eu só conhecia o rosé de garrafa quadrada, um brasileiro feito no melhor estilo provençal, que leva em sua composição oito diferentes uvas.
Esse novo rosé leva Cabernet Sauvignon e Merlot e serve a dois propósitos, o primeiro é colocar um rosé com a qualidade dos vinhos da Villa em uma faixa de preço mais acessível (trinta e poucos reais) e também ter um vinho bastante gastronômico e vivaz e um pouco mais opulento do que o delicado rosé da garrafa quadrada (que continua delicioso, convenhamos).
Mas os dois novos vinhos são um sinal inequívoco do caminho da excelência para onde vão alguns vinhos brasileiros.
Na foto ao lado vocês veem o Bettú no vinhedo da Villa em São Joaquim, em uma imagem feita há dois anos. Nesse mesmo dia eu tive o prazer de provar os vinhos que foram lançados aqui em São Paulo na última sexta-feira. Eles ainda estavam descansando nas barricas, onde ficaram por cinco anos e, na visão de Bettú, ainda não estavam prontos. Eu, como não sou enóloga, posso dizer que ao menos o tinto era escandalosamente bom, já naquela época. Agora que está pronto e engarrafado ele é uma potentíssima combinação de Sangiovese (80%), Cabernet Sauvignon e Merlot (10% cada), com 14% de álcool e tempo previsto de guarda de 15 anos. Custa caro, não vou negar, e muito. Mas acredito que para quem aprecia os vinhos do estilo dos Toscanos modernos, esse é um exemplar que vai agradar em cheio o paladar de muita gente.
Já o vinho de sobremesa é (como acredito que quase todos os bons vinhos de sobremesa são) uma surpresa. As uvas (100% Sauvignon Blanc) foram submetidas a dois métodos, segundo contou Bettú. Foram deixadas no vinhedo o maior tempo possível até que teve início a botrytização, ou o início da 'podridão nobre' que seca as uvas e concentra os açúcares sem, no entanto, prejudicar o grão.
Depois, quando não era mais possível permanecer com as uvas no vinhedo, elas foram submetidas a baixíssimas temperaturas sem oxigênio, a crio concentração de mosto, que pomove o restante da desidratação necessária para conseguir esse tipo de vinho. Ao final, seu teor alcoólico é de 16,4% e o vinho é claro, brilhante, com marcante aroma de peras cozidas e arruda. Bettú contou que cada 5kg de uvas resultaram em somente 500 ml de vinho. Raro e impressionante.
Essas são as novidades muito bem vindas da Villa Francioni de São Joaquim (SC).
Na verdade fico bem feliz em abrir essa semana de tantas novidades nos vinhos brasileiros como as que estarão na Expovinis, com vinhos tão interessantes. Certamente é um bom presságio.
Boas feiras e não exagerem nas doses. Tomem MUITA água, não esqueçam de comer alguma coisa além de castanhas e torradas e, principalmente, usem as cuspideiras. É feio mas é importante para nossa saúde e percepção. Bons goles!
domingo, 25 de abril de 2010
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