Todos os meses a equipe de degustadores da revista ADEGA faz uma prova de vinhos completamente às cegas.
Nesta semana foram 28 rótulos entre espumantes, rosés, tintos e vinhos de sobremesa.
Sempre temos o editor da revista para nos orientar e um sommelier para fazer todo o serviço e usamos cuspideiras, água mineral e pão. Nada mais.
Parecemos todos muito, muito sérios para as pessoas que passam ao lado da sala reservada no restaurante que nos acolhe, mas na verdade os dois homens do grupo (que aparecem na foto acima) fazem muito menos piadas e falam muito menos bobagem do que as duas mulheres.
Os vinhos não são escolhidos pelos degustadores e chegam à revista de diversas procedências: importadoras, produtores, lojas e são sempre avaliados numa escala até 100 pontos, sendo que vinhos abaixo de 70 pontos nem são levados em consideração para publicação.
Por outro lado, raramente nos deparamos com vinhos acima de 90 pontos. Não é nem uma questão de procedência ou faixa de preço, afinal não sabemos nada disso durante a degustação.
Degustar não é fácil e exige um pouco de dedicação, estudo e muita prática.
Para as mulheres, é importante ficar atento a alguns detalhes: embora nossos narizes sejam mais sensíveis aos aromas e nossa memória olfativa seja um pouco mais ampla do que a dos homens, muitos fatores podem comprometê-la, entre eles o período pré-mentrual e o costume de usar perfume. Qualquer aroma externo, seja perfume, cigarro, comida, atrapalha na hora de degustar.
Para os homens as coisas são um pouco mais simples, uma vez que é natural nos machos da espécie compartimentar, segmentar e dividir assuntos. São mais objetivos e sintéticos e isso facilita na hora de degustar muitos rótulos.
É por esses fatores que uma boa equipe de degustadores deve ter um equilíbrio de homens e mulheres e de conhecimento também, para que os preconceitos e os pré-conceitos não atrabalhem em nada.
No final das contas, degustar é para quem gosta de novidades, não para quem tem costumes arraigados e só gosta de um país, de uma uva, de um produtor. Esse não é um degustador, pode ser até um bom bebedor, mas não é um degustador.
Bons e diversificados goles!
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
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Cara Silvia,
ResponderExcluirÉ sempre um prazer, para mim, compartilharmos esses momentos. De fato, mês a mês estamos nos conhecendo melhor e tudo vai ficando mais descontráido e divertido, o que torna esse trabalho que exige bastante concentração bem mais agradável e prazeroso.
Abraços
Eduardo Milan