Colheita 2016

Colheita 2016
Seja bem-vindo! E que nunca nos falte o pão, o vinho e a saúde e alegria para compartilhar!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tannat, conoces?

Daniel Arraspide é um sommelier e jornalista uruguaio (cujo blog está ao lado em minha lista de preferidos) que conhece mais (e melhor) os vinhos brasileiros do que muita gente que eu conheço daqui mesmo.
Mas desta vez estamos em lugares trocados: é nossa vez de conhecermos mais os vinhos de nossos vizinhos cisplatinos, principalmente os da casta Tannat, através do concurso 'Tannat al Mundo'. 
Na foto abaixo está o vinhedo da Bouza, uma importante vinícola de lá que produz não apenas Tannat, como também interessantes vinhos brancos.
A Tannat, casta do sul da França, tem sua história no Uruguai diretamente ligada a um imigrante basco, Pascual Harrigue, que trouxe as primeiras mudas no século XIX.
Quem nos conta um pouco mais é Daniel Arraspide, no texto abaixo:


Pascual Harriague foi um homem de visão, que fez uma aposta forte com uma variedade de uva quase desconhecida para a época (e que já no ano 1877 ganhou o primeiro prêmio com um vinho elaborado com essa uva casta). Tal era sua influência nessa viticultura que por muitas décadas a Tannat ficou conhecida como 'Harriague' no Uruguai. Atualmente é comum dizer que essa uva se tornou a uva ícone do país.

Com uma extensão próxima de 3 mil hectares cultivados com essa uva, o Uruguai é o maior produtor dessa uva, seguido pelo Brasil, país no qual a casta se vem multiplicando em vinhedos, e claro, em rótulos de vinho que também vem chamando atenção devido à qualidade atingida.
Conhecedores da potencialidade que essa uva apresenta, a Asociación de Enólogos del Uruguay (AEU) promove o Concurso “Tannat al Mundo”, que chega a sua quarta edição entregando as premiações Gran Terruño de Oro, além de ouro e prata para os melhores vinhos (os de maior pontuação eleitos por um painel de degustadores locais e internacionais.

Esta edição 2011, que já está recebendo amostras de diversos países – pois o caráter do concurso é internacional – acontecerá em Montevidéu nos dias 28 e 29 de novembro de 2011, contando entre seu júri (degustadores) um seleto grupo de técnicos na matéria, que contará com pelo menos 70% de enólogos.
Como nas edições anteriores, são esperadas amostras não apenas das vinícolas do Uruguai, mas também da Argentina, Brasil, França, e Peru. Amostras essas que serão avaliadas em degustação às cegas, e em diferentes categorias, subcategorias e tipos de elaboração.
As categorias são: VINHOS ROSÉS, VINHOS TINTOS, VINHOS LICOROSOS, DESTILADOS DE TANNAT, e EXPERIMENTAL (categoria especial que permite apresentar os vinhos que ainda não estão disponíveis no mercado)

Um dado muito importante para ter em conta, é o que o Enólogo Fernando Pettenuzzo comentou: “- No caso de vinhos varietais, para poder participar do Concurso “Tannat al mundo”, esses devem estar elaborados com um mínimo do 85% de Tannat, e se foram cortes (blends) devem ter declarado, e bem claro no rótulo o nome da casta Tannat em primeiro lugar. Esses últimos, devem possuir no mínimo de 50 % deste cultivar.”

Para as vinícolas que tenham interesse em enviar suas amostras, o procedimento é o seguinte:
As fichas de inscrição devem ser solicitadas, e após preenchidas com todos os dados solicitados, apresentadas na data limite de 28 de outubro de 2011 via e-mail para:
As amostras serão recebidas no Instituto Nacional de Vitivinicultura (I.NA.VI), Av. Dr. Enrique Pouey 463 – C.P. 90200 – Las Piedras - Canelones, Uruguai; com data limite de 18 de novembro de 2011, acompanhadas do comprovante de pagamento e da ficha de inscrição original impressa, junto com os rótulos correspondentes. (As amostras estarão sob o cuidado do I.NA.VI).

O Concurso Tannat al Mundo é uma realização da Asociación de Enólogos del Uruguay
www.enologosuruguay.com  e conta com o apoio e chancela da OIV www.oiv.int e a UIOE www.uioe.org


Por fim, é importante dizer para os leitores que, os vinhos varietais da uva Tannat são, em geral, vinhos que devem ser acompanhados de comida (na foto acima o assador típico uruguaio, cujo ponto da carne é bem mais rosado do que o nosso). Não são vinhos ideais para aperitivos, dada sua alta carga de taninos, seu corpo que tende de médio para mais alto e, principalmente sua estrutura potente e - quando bem feito - muito elegante.
Existem vários rótulos disponíveis no Brasil e alguns deles são das vinícolas Pisano, Gimenez Mendez, Bousa, Alto la Ballena, Carrau, Filgueira, H.Stagnari e Castel Pujol. Muitos desses vinhos têm bom potencial de guarda, podendo ser degustados mesmo sendo de safras mais antigas.
Entre os rótulos produzidos no Brasil já existem alguns bastante sugnificativos como o Tannat da Cordilheira de Sant'anna (da cidade de Livramento), o da Gheller e da Pizzato (de Guaporé) e o da Aurora e da Dom Cândido, de Bento Gonçalves.
Bons brindes e bom final de semana!


2 comentários:

  1. Un Assado a la Parrilla y una botella de un bueno tannat..... un tanguito y una percanta, tambien no se puede olvidar....
    saludos
    Zzé

    ResponderExcluir
  2. Silvia, belo post. Me permito acrescentar um produtor que foi o pioneiro na elaboração de vinhos Tannat no Brasil: o Ademir Brandelli, da Don Laurindo. Ele elabora grandes tannats. Um, inclusive, acaba de vender uma degustação em SP com os melhores vinhos do Brasil.
    Entre os novos produtores, temos a Campos de Cima, de Itaqui, que desde 2006 tem feito bons rótulos varietais desta uva. E o 2011 que provei tirado das barricas é supimpa! bjos, Orestes Jr.

    ResponderExcluir