Sei que o pessoal da Associação Brasileira de Enologia (e alguns de seus parceiros) trabalham muito para organizar esse evento, que reuniu neste ano 820 degustadores.
Mas esse número não leva em conta os bastidores de montagem e desmontagem, de estruturas necessárias para tv, vídeo, som, degustação, coquetel e almoço para toda essa gente!
Após o intervalo (há uma parada de 15/20 minutos depois da degustação de metade dos vinhos) sempre há uma apresentação musical, que neste ano foi dos Irmãos Fagundes, um importante grupo de música tradicionalista gaúcha (foto abaixo).
Uma das músicas que eles cantaram me fez lembrar um longínquo ano de 1983 (ou 1984, não sei bem) no qual estive, com uma amiga de escola, na Fenachamp em Garibaldi.
Nossa excursão (com professoras aposentadas, casais em lua-de-mel, alguns estrangeiros e um grupo de moleques como nós) voltava todos os dias cantando alguma canção gauchesca de nossos (já lautos) jantares. Uma delas nunca me saiu da memória: "É o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor. Onde tudo o que se planta cresce e o que mais floresce é o amor".
Escutar os Irmãos Fagundes cantando essa música me deu uma alegria tremenda. Daquelas que fazem a gente acreditar que "o melhor lugar do mundo é aqui (e agora)".
Outra coisa boa dessa festa é ver tanta gente que, no dia-a-dia de seu trabalho nas vinícolas e nas empresas, parece estar de lados opostos (ou no mínimo em concorrência comercial) conversando, bebericando, trocando ideias.
É sim um lugar para ver e ser visto, mas para mim - que não faço parte dessa indústria - é o lugar perfeito para encontrar pessoas que admiro nesse meio, algumas que não conhecia pessoalmente mas apenas por telefone e, por fim, abraçar alguns amigos que sei que fiz, ao logo desses mais de quatro anos de cobertura jornalística de vinhos brasileiros.
Na foto acima (feita pelo Gilmar Gomes) está um grupo poderoso de enólogos junto aos irmãos Fagundes. O primeiro da esquerda para a direita é Luciano Vian (da Don Giovanni), ao lado dele está Dirceu Scottá (da Dal Pizzol), de chapéu um dos cantantes e ao lado dele o enólogo Carlos Abarzúa (da Geisse), outro músico e o enólogo Dario Crespi.
Quando termina a degustação dos 16 vinhos e as premiações que se seguem, todos são convidados para um coquetel com espumante Chandon e as agradáveis tábuas de frios e queijos, tão comuns na serra.
É o momento de começar a relaxar e encontrar os amigos.
Na foto acima (que eu adorei mais do que tudo por conta das expressões das pessoas) um dos melhores momentos da tarde: após o almoço (que tem mesas com lugares marcados para que todos os convidados especiais, comentaristas da mesa principal e autoridades estejam acompanhados de - no mínimo - um diretor da ABE), os amigos vão mudando de mesas, levando seus vinhos, contando histórias.
É nesse momento que sabemos das novidades mais bacanas, que provamos outros vinhos e a hora da sobremesa e do cafezinho se extende como o quê...
Da esquerda para a direita estão os enólogos André Peres Jr (Aurora), Gisele Gugel (Cefet), Marcos Vian e Anderson Schmitz (consultores responsáveis por vinícolas como a Gheller, Sanjo, Zanella etc) e Gabriela Poletto (do Ibravin, além de ser a Primeira Dama da festa).
A mesa na qual estávamos ficou assim ao final do almoço. É claro que não bebemos todos esses vinhos, pois alguém sempre vai chegando com uma garrafa já começada e com a irresistível frase: "Você já provou este aqui?".
É uma festa de enólogos e quase nada pode ser melhor do que isso.
Mas não termina aí.
Algumas horas depois desse 'regabofe' há um jantar, para os comentaristas da mesa e alguns convidados da ABE. Neste ano ele aconteceu na Ristorante Enoteca Dal Pizzol, em Faria Lemos e é, de longe, o evento mais descontraído de todos, pois os diretores da ABE já relaxaram com o término do evento principal, as gravatas não são mais necessárias e não há discursos.
Contamos com o carinho de um dos donos da Dal Pizzol, Antonio Dal Pizzol, que arregaçou as mangas, serviu seus vinhos, trocou pratos e sentou-se um pouco para papear com seus convidados.
Ele está na foto abaixo.
Nas duas fotos acima, os convidados bebendo um espumante rosé, enquanto o jantar não começava. Brasileiros e estrangeiros em mistura quase imperceptível.
Na foto abaixo estão o jornalista da RBS Irineu Guarnier (que tem um programa sobre vinhos no Canal Rural), o presidente da ABE Christian Bernardi e a jornalista e assessora de imprensa Lucinara Masiero.
Enquanto o pessoal papeava, o chef Avelino ficava de olho no chicho, um espetinho típico da região, com frango, cebola, tomate, pimentão e um bom tempero, tudo cortado miudinho e assado na churrasqueira.
Típicas do restaurante, as batatas assadas levam uma cobertura de queijo, funghi secchi e ervas. É de matar...
Com esse jantar encerrou-se o 'dia' da Avaliação Nacional de Vinhos, que para muitos de nós havia começado antes das oito da manhã - e só terminou a meia-noite.
Algo a reclamar? Ao contrário! Já à postos para o ano que vem!
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