Colheita 2016

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sexta-feira, 12 de março de 2010

Dia da Colheita na Pizzato

Amanhã, dia 13 de março, terminam quase todas as festas de colheita no Vale dos Vinhedos.
Terei o prazer de participar do Dia da Colheita na Vinícola Pizzato, ao lado de pessoas que são muito, mas muito queridas para mim, a família Pizzato.
Aqui fica uma confissão: depois da partida prematura de Ivo Pizzato (jovem e promissor enólogo da família, falecido em 2007), eu tive muita dificuldade de voltar a visitar a Vinícola. Ivo foi e continua sendo uma pessoa muito querida, um homem talentoso e discreto, inteligente e dedicado como poucos (na primeira foto abaixo - esquerda-, nos vinhedos da família em 2006).
Mas no ano passado, ao final da Avaliação Nacional de Vinhos, seu irmão e também enólogo, Flávio Pizzato (na segunda foto abaixo), convidou a mim e a mais três amigos participantes para visitarmos com ele a vinícola. Não tive como negar e isso foi muito bom, pois voltei a um lugar especial no Vale, onde são feitos vinhos exemplares e por uma família que consegue fazer de cada dia uma vitória e uma homenagem.
Então, eu também vou fazer isso. Ao participar desse último dia da colheita da safra 2010, ao lado da família Pizzato e desta vez acompanhada de meu marido (que também admira essa família), terei em meu coração a transitoriedade da vida e a verdade de que só há o momento presente para sermos felizes, só existe uma chance para dizer obrigado e parabéns e ela é agora. O 'depois' pode ser tarde demais. Não percamos tempo pois!
Obrigado desde já para TODA família PIZZATO, por esse convite maravilhoso!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Os Vinhos de Altitude


A foto acima é da propriedade da Vinícola Santo Emílio em Urupema, Santa Catarina. Tudo por lá é lindo, a paisagem, os vinhedos, a casa onde os visitantes são recebidos para almoçar e os proprietários, claro. Os irmãos Binotto, levados ao mundo do vinho pela paixão da irmã Elizabeth, cuidam do negócio com profissionalismo e carinho (combinação que só pode dar certo). Para facilitar, eles têm a consultoria da enóloga argentina Susana Balbo (que dispensa comentários) e o talento da jovem enóloga gaúcha Patrícia Poggere.
Os vinhos são, por enquanto, três: um tinto assemblage chamado Leopoldo e dois espumantes, um rosé brut (Stellato) e um Moscatel (Cellebrato). Só não provei ainda o Moscatel, mas os outros valem o quanto custam.
Elizabeth B. Binotto me avisa que a vindima só deve começar por lá no final de março e que os cachos pesados nas videiras estão muito bonitos!


Acima estão os parreirais da vinícola Suzin, em São Joaquim. Implantados com a dedicação de dois irmãos que já dividiam com o pai o cultivo das terras altas para outras frutas e tubérculos. Everson Suzin foi, inclusive, fazer uma pós-graduação em enologia para poder entender melhor a nova cultivar.
Os resultados estão em dois vinhos tintos varietais, um Cabernet Sauvignon e um Merlot, que dividem atenções, gostos e opiniões aqui em casa. Melhor provar os dois e emitir seu próprio parecer.
(Observação: a Suzin tem também um rosé e um varietal Pinot Noir que eu ainda não provei, mas estão na lista).
Everson avisa que este ano as coisas pareciam mais graves nos vinhedos do que se revelaram na hora da colheita. Muita chuva, muito calor e a impressão de que as perdas seriam grandes. Mas a colheita da Pinot Noir, que terminou ontem, foi bastante satisfatória. Já a Merlot, ainda nas parreiras, está com 21 Brix e sua colheita só está prevista para o final do mês, o que sem dúvida é um bom prognóstico. A Cabernet só virá em abril, para o meio do mês e também vai indo bem. Boas notícias, sem dúvida.

Para finalizar, uma linda imagem do lago na fazenda da vinícola Villaggio Grando ao por do sol, em Herciliópolis, zona central de Santa Catarina. Ainda não sei como estão as coisas por lá, mas tenho aqui o novo espumante da empresa para provar. Espero que sejam bons goles!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Meno Male...

Estou de volta do calor da Serra Gaúcha para o calor, engarrafamento, poluição e sujeira da cidade de São Paulo. Mas ao menos sou portadora de algumas boas notícias.
Recém começou a vindima das uvas tintas por aqueles lados, então é cedo para dizer quais as uvas mais afetadas pelo excesso de chuva em novembro (época da brotação) e em janeiro/fevereiro (época de amadurecimento). Coisa certa é que a safra do RS deve ter uma diminuição de 30%, aproximadamente, dizem vários enólogos e proprietários da região. Grande parte da tintas utilizadas nos vinhos mais especiais da Serra (Storia da Valduga, Lote 43 da Miolo, Tannat da Don Laurindo, entre outras) ainda permanecem no parreiral esperando o ponto certo de maturação, que deverá acontecer somente na primeira semana de março (se as chuvas fortes derem trégua).
"Meno male" que as uvas brancas, principalmente aquelas para espumante e algumas para varietais, foram colhidas em muito bom estado. Acreditem-me, existem alguns espumantes feitos pelo método charmat (as duas fermentações dentro do tanque de inox) que já estão quase prontos.
Abaixo, um dos parreirais de Cabernet Sauvignon da Valduga, que tem recebido atenção redobrada da equipe de agrônomos e enólogos.

E antes que eu deixe passar: agradecimento especial ao pessoal da Valduga, que mais uma vez me recebeu tão bem que só minha família e minha gata para me fazerem voltar.
Meu sincero abraço para João e Juarez Valduga, Jones e Eduardo Valduga, Juciane Casagrande e Fabiano (Comercial e Marketing), os enólogos Daniel e Lucas, o agrônomo Silvano, a enóloga Aline, na pousada minha xará Silvia e a Andréia, o chef Laércio e o garçom Walter e na Casa de Madeira o chef Daian. Meu muito obrigado para todos!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"Viajar Ensina Tolerância" (Benjamin Disraeli-1º Ministro Britânico - séc.19)

Começo a receber dos assessores de imprensa do sul as primeiras imagens da colheita de uvas de 2010.
E apesar das condições meteorológicas menos favoráveis do que tivemos nos últimos anos, algumas regiões terão vinhos de boa qualidade e possivelmente até algumas boas surpresas.
Como jornalista especializada, esse tipo de informação já faz crescer em mim o desejo de ir lá ver.
E francamente, não importa quantas vezes você já tenha visto uma árvore ou uma planta carregada de frutos, o deslumbramento é sempre renovado. A beleza, a força, as cores e os aromas da natureza em fruto são uma força tão poderosa, que imagino que até mesmo os depressivos de plantão conseguirão ter um vislumbre de alegria.
O sul do país é, assim como algumas partes de nosso nordeste, região de tradições folclóricas bem preservadas. E muito embora as gerações que hoje fazem das festas tradicionais uma realidade já sejam a terceira geração nascida em solo brasileiro, as raízes italianas, alemãs e portuguesas, explodem em cor, som e harmonia para todos os visitantes, como se as cidades não estivessem localizadas em um país tropical e moderno.
Visitar o sul nesta época é conhecer um Brasil diferente, regado a vinho, suco de uva de verdade, fortaia (ovos mexidos com queijo colonial), pão de peito, salada de radichi (almeirão temperado com vinagre de vinho e bacon), polenta cortada com fio e tantas outras delícias.
Estar sob a sombra da videiras de uvas de mesa, ou andando entre as longas fileiras de uvas finas, escutando os homens e mulheres da terra que colhem aqueles frutos com reverência e cuidado, como os serem humanos fazem há milhares de anos, é uma viagem no tempo e nas sensações que a proximidade com a terra, nossa mãe primordial, nos transfere se tivermos um pouco de tempo para olhá-la.
Se você tiver essa oportunidade, não deixe de visitar o sul nesta época. Nos finais de semana a grande maioria das vinícolas organiza passeios para turistas com a possibilidade de colher ouvas, fazer um piquenique sob o parreiral, enfim, aproximar-se de uma realidade que para a maioria de nós parece ficção. Mas não é. Vinho não dá em garrafa...e nem suco nasce em caixinha. É bom ensinar as crianças também.
Bons goles e bom passeio!
As fotos abaixo mostram uma mesa posta, típica da colônia italiana do sul do Brasil (na passeio Caminhos de Pedra em Bento Gonçalves) e um cacho de uva sendo colhido no Vale dos Vinhedos. A foto da colheita é de Gilmar Gomes.