Colheita 2016

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Tanto há por conhecer...

Volta e meia lembro-me de uma música que a Elis Regina cantava que, não por coincidência, postei aqui há quase exatos 365 dias, quando visitei o Salão do Turismo e me deparei com quão pouco conhecemos nosso próprio país. Os versos dizem: "O Brasil não conhece o Brasil, o Brasil nunca foi ao Brasil..."


E se isso é verdade para nós mesmos, seja em vinho, gastronomia, turismo, música, comportamento, diferenças culturais, literatura, que dirá então do que não conhecemos sobre nossos vizinhos (e quase vizinhos) de língua espanhola?
Fiquei sabendo, através de um amigo chileno no facebook, do assassinato de um cantor, poeta e compositor argentino chamado Facundo Cabral, na Guatemala neste final de semana.
Chamou-me a atenção a comoção que a notícia gerou entre as pessoas na rede social. Fiquei me perguntando quem ele era e estendi a pergunta ao meu amigo, enólogo-chefe da Viña Aresti.
Ele me escreveu não apenas contando um pouco sobre o desapego e lirismo manifestos na vida e obra de Facundo Cabral, como também me enviou hoje o poema que reproduzo a seguir:

Que espera Dios?
que el hombre vuelva a ser un niño
para recibirlo en su seno
perfecto, perfecto

No crezca mi niño, no crezca jamás
los grandes al mundo le hacen mucho mal

El hombre ambiciona cada día mas
y pierde el camino por querer volar

Vuele bajo porque abajo
esta la verdad
esto es algo que los hombres
no aprenden jamás

Por correr el hombre no puede pensar
que ni el mismo sabe para adonde va

Sigue siendo niño y en paz dormirás
sin guerras ni maquinas de calcular

Vuele bajo...

Dios quiera que el hombre pudiera volver
a ser niño un dia para comprender

Que esta equivocado si piensa encontrar
con una escopeta la felicidad

Vuele bajo...
Vuele bajo...

Imagino que entre os estudiosos e apreciadores de música, literatura, filosofia e (provavelmente) política latinoamericana, esse artista seja bem conhecido. Triste de minha parte não ter sabido dele quando em vida, pois nós aqui no Brasil estamos tão próximos e tão distantes ao mesmo tempo de nossos vizinhos.
Com certeza isso nos faz mais pobres culturalmente, ainda que acreditemos que somos 'globalizados'. É bem provável que a globalização tenha nos atingido muito mais através de produtos de consumo do que de produtos culturais. Que pena, perdemos todos...
Gracias Jon, por ese envío!



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