Pouca gente sabe, mas uma enorme parte das videiras plantadas no nordeste brasileiro e que hoje nos rendem bons vinhos finos, foram implantadas para fazerem vinho base para vinagre.
Isso mesmo! Há algumas décadas só era permitida no Brasil a produção e comercialização de vinagre de vinho, nada de vinagre de álcool (o tal do agrin) que agride demais as paredes do estômago. Aliás, se não for feito de vinho, não é vinagre, afinal a própria palavra quer dizer vinho azedo/ vinho acre.
A Fazenda Lagoa Grande no estado de Pernambuco (foto) que hoje pertence ao grupo português Dão Sul, já pertenceu a uma empresa italiana, que construiu a linda sede da fazenda, com vista para o rio São Francisco, e lá plantava uvas Syrah para fazer vinho e em seguida vinagre. Algumas das videiras foram mantidas e hoje compõem uma plantação enorme com castas portuguesas como a Touriga Nacional e francesas como a Cabernet Sauvignon entre tantas outras. Mas a Syrah é, obviamente, a que se dá melhor sob o sol nordestino.
E como tudo na vida anda em círculos, os bons vinagres (assim como o Aceto Balsâmico da cidade italiana de Módena), voltaram à moda. Tanto que a empresa Latinex está trazendo para o Brasil uma linha gourmet de vinagres de espumante e de vinho, diretamente da Califórnia. A linha 'O Olive Oil' (foto abaixo).
Esses produtos sofisticados, produzidos a partir de vinhos cabernet, pinot noir, zinfandel, porto e xerez envelhecidos em barris de carvalho, juntam-se a alguns poucos produzidos no Brasil com grande qualidade, como a linha Izidro da Piagentini que tem uma parceria com a empresa de mesmo nome em Funchal, na Ilha da Madeira (de onde chegam os vinhos base), e algumas outras marcas importadas de qualidade.
Fato é que vinagres devem ser utilizados com moderação, mas dão um toque muito especial a diversos pratos e se a qualidade vem desde o começo do produto, melhor para o corpo que a recebe.
domingo, 9 de maio de 2010
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