A primeira foi uma degustação às cegas, mas não como vocês estão acostumados a ver - literalmente - foi uma degustação na qual usamos vendas sobre os olhos!
Conduzida por uma das enólogas da Dal Pizzol, Simara Troian, esse tipo de degustação faz parte de um projeto chamado "tour da experiência" no qual as pessoas são convidadas a mais do que ver e provar, elas são convidadas a experenciar as coisas e os locais.
A degustação com vendas sobre os olhos nos leva a buscar interiormente mais recursos para essa prova, pois estamos muito acostumados a confiar em nossos olhos e a tirar conclusões precipitadas utilizando apenas o sentido da visão. Quando a visão se vai, precisamos olhar para dentro e depois afiar os outros sentidos.
Fomos servidos de um vinho branco e um tinto e convidados a "ver" nossas reações à eles.
Não vou entrar em detalhes, pois considerei uma prática extremamente interessante e particular. Assim, deixo o convite para que façam a mesma coisa algum dia. Peçam para alguém lhe servir um vinho que vocês não conhecem e estejam vendados. Olhem para seu interior e deixem que os outros sentidos falem mais alto. Pode levar alguns minutos até calar a 'voz' da visão, mas vale a pena!
Depois da degustação e da apresentação do projeto pelo Diretor Técnico da vinícola, o enólogo Dirceu Scottá, fomos para o restaurante e enoteca da Dal Pizzol.
Enquanto a chuva caia silenciosa sobre o lago e a paisagem se recobria de uma fina névoa, fomos recebidos por uma fresca taça de espumante rosé e depois nos acomodamos no salão para um delicioso almoço, com saladas, carnes e massas.
Durante o almoço fomos servidos do tinto 1808, com a uva Touriga Nacional, que me pareceu muito mais agradável e macio agora do que quando o provei há pouco mais de um ano, do tinto Ancelotta (uva rústica que aprendi a respeitar justamente em uma degustação feita especialmente para minha ignorância na própria Dal Pizzol) e por fim provamos uma garrafa especial (que Dirceu Scottá aparece abrindo na foto abaixo), que foi um vinho comemorativo feito para a passagem do milênio com vinhos das safras de 1997, 98 e 99. Esse formato de garrafa é conhecido como Jeroboam.
Tive, logo após o almoço, a possibilidade de conversar um pouco com três dos irmãos sócios da Dal Pizzol (estavam quatro deles lá) e fiquei impressionada com o quanto o vinho brasileiro ganha por ter gente assim trabalhando.
No dia anterior eu havia estado na Wine Park, empresa que comprou os vinhedos da antiga Maison Forestier - que foi um dos mais bem sucedidos empreendimentos vitivinícolas do Brasil no passado - e fiquei sabendo que Rinaldo Dal Pizzol foi "o" homem da Forestier. Nada é por acaso em nenhum lugar, muito menos no mundo do vinho...
Assim, passar algumas horas com esse grupo é sempre uma aula sobre o vinho brasileiro, coisa que comigo parece acontecer com frequência quando vou a Faria Lemos. Que bom!
Para quem quiser saber mais sobre a Dal Pizzol, segue o link do site deles: www.dalpizzol.com.br
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