Colheita 2016

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um Passeio

Chegar a Bento Gonçalves é sempre um prazer!
Como o vôo saindo de Congonhas só atrasou 30 minutos, as coisas não escaparam tanto do previsto para a chegada ao sul na última 5a feira.
A hospedagem no tradicional hotel Dall'Onder é sempre bem vinda, pois tudo funciona à contento, o quarto é grande e bom e o local é de fácil acesso.
Muito calor, em temperatura quase igual a SP, mas como a umidade é maior, a sensação térmica pode ser bastante desagradável.


O primeiro compromisso era muito informal, com Carlos Paviani e Gabriela Poletto do Ibravin numa rápida visita à sede (foto acima) que eu não conhecia. É uma bela casa de imigrantes, reformada, climatizada e com excelente estrutura, localizada dentro do parque de eventos da cidade.
Fomos almoçar no Manjericão, um gostoso espaço com culinária diferenciada do que é típico da região.
Feliz pelo ar condicionado poderoso, pude aproveitar o almoço e a agradável companhia de Gabriela, que me fez a gentileza de providenciar 'vinho doce' para eu provar.
Vinho doce é comum em todos os países produtores. É, na verdade, um suco de uva não pasteurizado em estado de pré-fermentação. Muito divertido, e apesar do nome 'vinho' não contêm álcool.
Às 15h meu compromisso mudava de cenário, de companhia e de temperatura. A chuvarada quente da hora do almoço foi seguida por um céu azul, temperatura mais alta e muita umidade.
Foi assim que conheci a jovem enóloga Bruna Cristófoli, da vinícola familiar que leva seu sobrenome.
Ela me levou para Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves que abriga a rota das Cantinas Históricas, com nomes poderosos como a Dal Pizzol e a Estrelas do Brasil.
Fizemos uma parada na propriedade do enólogo Irineo Dall'Agnol, que não estava no local, mas seu simpático cão preto nos acompanhou em todo o passeio, alegremente indicando o caminho.
A paisagem foi, para mim, uma surpresa imensa e sinto-me compelida a dizer que é a mais bonita de toda a região (foto abaixo).

Olhando essa colcha de retalhos formada por vinhedos no Vale Aurora, imagino que cada dia mais nos aproximamos do trabalho que é feito em países com história vitícola muito mais antiga do que a nossa.
Caminhamos pela propriedade observando as uvas de mesa (foto) e as uvas finas, em diferentes estágios de maturação, sentindo o aroma das frutas se espalhando pelo ar.


Saindo desse paraíso natural, seguimos para a pequena vinícola de Bruna, com seu varejo e sala de degustação cuidadosamente reformados e decorado por uma arquiteta de muito bom gosto.
O espaço é o tradicional porão das casas dos imigrantes, tão comum por aqui, mas quando as portas se abrem, o interior é surpreendente. A mãe de Bruna prepara jantares especiais para grupos nesse espaço, onde são degustados os três vinhos que ela produz, Cabernet Sauvignon, Merlot e o meu preferido, Sangiovese.


Bruna é uma moça de vivacidade contagiante. Ainda não tem 25 anos e já terminou uma pós-graduação em vitivinicultura e um longo estágio em vinícolas na Alemanha, onde ficou três meses em laboratórios, colheita e produção de vinhos brancos, que ela tem se dedicado a entender para poder reproduzir por aqui.
A vinícola da família é tradicional em vinhos de mesa e grasppa (uma parente da Grappa italiana, mas feita muitas vezes com uvas de mesa), e Bruna se encarregou de empurrar a empresa até o vinhos finos.
Interessada, antenada com tendências e preocupada com a qualidade e a veracidade do que produz, ela cultiva o sonho de ter bons vinhos orgânicos lá no sul, talvez na direção da fronteira com o Uruguai.
Reparto com ela o gosto pela Sangiovese e entendo perfeitamente quando ela diz que deseja ter esse vinho com mais estrutura e corpo, coisa que passa necessariamente por uma nova seleção de clones de plantas e um imenso cuidado com o vinhedo.
Vimos juntas a chuva chegar novamente, enquanto conversávamos e degustávamos na agradável sala. Depois fomos caminhar um pouco e ela me mostrou o vinhedo onde recebe as pessoas para o 'Edredon no Parreiral', um evento muito particular onde casais e pequenos grupos fazem um piquenique chique, sobre um edredon e almofadões, na sombra do parreiral, com jazz ao fundo e muita tranquilidade e mordomia.
Voltei com ela para Bento Gonçalves a tempo de me preparar para um agradável jantar com o novo presidente da Aprovale, Rogério Valduga, e sua esposa no Canta Maria, acompanhada de meu chefe.
Um dia longo, produtivo e muito agradável.
Amanhã tem mais!
A foto abaixo é, acreditem, da 'casa de bagunças' da Vinícola Cristofoli!





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