Colheita 2016

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Programe-se para as férias nos vinhedos

Uma vez o enólogo Firmino Splendore (formado na primeira turma de enologia da Escola Técnica de Bento Gonçalves, em 1962) me disse uma coisa que eu nunca esqueci: "O vinho é um dos únicos produtos alimentícios que o homem, mesmo depois de consumí-lo, ainda quer saber como ele é feito".
Ele está absolutamente certo. Você pode gostar de ir a uma fazenda e ver as vacas, mas não quer realmente ver como se processa o leite, ou pode até ficar curioso para saber como se prepara a mostarda ou o molho inglês, mas é pouco provável que vá bater na porta de uma empresa pedindo para conhecer a linha de produção.
Com o vinho é diferente. Há um fascínio ligado à essa bebida milenar que extrapola a taça e atinge todo mundo, mesmo as pessoas que bebem de vez em quando e até mesmo aquelas que não bebem. Há, é óbvio, um componente cultural bastante forte, ligado às tradições do vinho e à impressão (até bastante errônea quanto ao processo) de que esse é um produto muito natural e que, praticamente, 'se faz sozinho'.
Por isso, se você é uma dessas pessoas fascinadas por esse mundo (e deve ser senão por que estaria lendo este blog?), após a segunda quinzena de janeiro até a primeira de março é a época ideal para uma visita à Serra Gaúcha e uma imersão no mundo do vinho.
Saiba que as vinícolas vem, ao longo dos últimos dez anos, profissionalizando cada dia mais suas instalações para receber os 'enoturistas' e para garantir não apenas o conforto, mas uma experiência 'dos sentidos', ou seja: colher as uvas, prová-las, selecioná-las, pisá-las (em alguns casos) e conhecer como é o método de transformação do sumo das uvas em vinho. Tudo isso, é claro, acompanhado de boa comida e excelente bebida!
Existem muitos tipos de passeios e existem até alguns feitos especialmente para relaxar, sem esforço e com a possibilidade de estar no meio de uma natureza que se apronta para seu ápice anual: a colheita.
Eu, que já participei de quase todos os programas que vou indicar agora, preciso dizer que eles são muito particulares e que cada um oferece uma experiência bem distinta, embora tenham em comum o carinho gaúcho e os bons vinhos!
A Miolo promove, em três datas e locais diferentes, o Wine Day, um programa completo - do campo até a cantina - que pode ser feito na Campanha Gaúcha (na Almadén e no Seival Estate) e na Vinícola Lovara (em Bento Gonçalves). Custa R$ 150,00 e inclui um almoço típico e toda a programação (que dura mais ou menos 4/5horas). Para fazer as reservas é só escrever para thais@miolo.com.br. A foto ao lado é desse curso no Seival, na Campanha Gaúcha. O ideal é ficar na agradável cidade de Bagé e de lá ir até a fazenda. A hospedagem na cidade não é cara e existem boas (embora nada sofisticadas - mas esse também não é o propósito) opções de restaurantes.

Dentro do Vale dos Vinhedos existem dois programas deliciosos, o da Casa Valduga e o da Vinícola Pizzato. Ambos envolvem um mergulho completo na cultura e nas tradições locais e quase todo o tempo alguém da própria família dos vinhateiros acompanha o turista no passeio.
O mais 'recheado' (e longo) é o da Valduga, que pode até mesmo incluir a hospedagem em uma das agradáveis pousadas que ficam na fazenda da vinícola. É, deifinitivamente, a melhor opção para participar do evento, pois ao final de um longo dia de atividades, a proximidade de sua cama e do ar condicionado farão a diferença!

A programação na Valduga custa R$ 280,00 por pessoa, e inclui as três refeições e um dia inteiro de atividades como se vê nas fotos acima. Para quem se hospeda na pousada sai um pouco mais barato. Para reservar escreva para o email reservas@villavalduga.com.br
Uma coisa bem pessoal que preciso dizer é que todos os tipos de pessoas participam desses eventos, vindas de vários cantos do país, e o mais legal é perceber como alguns que chegam um pouco descrentes, um pouco preconceituosos ainda, terminam o dia entregues ao contentamento e às benesses que esse dia no campo produz nas pessoas. Um dia para voltar às raízes (mesmo que não sejam exatamente as suas), um dia para participar de um processo que, mesmo milenar, tem toques de contemporaneidade e atrai a todos.
Por fim, o Dia da Colheita na Pizzato custa R$ 165,00 por pessoa e inclui um passeio e colheita nos vinhedos da família acompanhando o patriarca Plínio Pizzato (foto), pisa de uvas, visita às instalações com os enólogos da empresa, degustação de vinhos e um almoço delicioso da chef Giovana com harmonização dos vinhos da empresa. É um programa super agradável, que recebe o carinho da família Pizzato a cada sábado que acontece. Para reservar escreva para vendas@pizzato.net.

Por fim, um programa novo, que acontecerá pela primeira vez: uma parceria da rede de hotéis Dall'Onder com a Vinícola Lovara (foto abaixo) proporcionará aos turistas a experiência de colher as uvas à noite, com transporte desde os hotéis até a vinícola (localizada na entrada dos Caminhos de Pedra - rota turística mais antiga da região) colheita, pisa de uvas, degustação com petiscos e a possibilidade de relaxar nas modernas instalações da empresa. Para saber detalhes, acesse o site do hotel, onde serão em breve publicadas as datas e o preço do evento: www.dallonder.com.br

Amanhã vou falar sobre os programas para relaxar (sem colheita) que a Serra oferece na mesma época.
Mas não se esqueça, todos esses programas podem sofrer pequenas alterações devido a chuva, ao número de pessoas - normalmente há um mínimo necessário - e as reservas precisam ser antecipadas.
Bons brindes!



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