Colheita 2016

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vinícola Geisse

Sei que para algumas pessoas eu vou falar de uma vinícola sobre a qual já falei várias vezes, no entanto, trouxe algumas fotos novas e quero compartilhar com vocês.
Para quem ainda não conhece, a Vinícola Geisse foi fundada em 1979, pelo chileno Mario Geisse que trabalhava na Chandon do Brasil. A vinícola e os vinhedos ficam no lindo terroir de Pinto Bandeira (foto acima), distrito de Bento Gonçalves (dizem que o distrito está prestes a se emancipar) e que hoje forma a segunda Indicação de Procedência do Brasil - a primeira é o Vale dos Vinhedos.
A região é um pouco mais alta e ligeiramente mais fria do que o Vale e os vinhedos da Geisse são todos cuidados com a tecnologia TPC (Thermal Pest Control) que minimiza a utilização de pesticidas, ativando as defesas naturais da planta através do uso de ar quente. 
Tem gente contra (é claro), mas muitos já são à favor e estão comprando as máquinas para utilizá-las em diversas regiões do país, de Santa Catarina até a Campanha gaúcha.

Fato é que os vinhedos da Geisse estão lindos, como vocês podem ver nessas fotos feitas no final de outubro, quando a tarde estava quase virando noite.
Durante a mesma visita, eu e o Didú Russo fomos recebidos na casa de hóspedes da vinícola. Casa que Mário Geisse usa quando está no Brasil (seu tempo é dividido entre o Chile - onde é o enólogo-chefe da Casa Silva - e o Brasil, onde presta consultorias além de cuidar de sua própria vinícola).
Como é uma casa de chilenos, o aperitivo 'oficial' é a empanada, de carne e a de espinafre que acompanhou, em nossa visita, quatro vinhos: dois espumantes, o Nature 2008 que está na foto acima, o Cave Geisse rosé e os dois tintos que a vinícola faz no exterior, da linha 'El Sueño", o Carmenére chileno e o Malbec argentino.
Na foto acima, Carlos está abrindo um dos espumantes e na foto abaixo está um dos filhos de Mário (Rodrigo). Ele e seu irmão Daniel, ambos nascidos no Brasil, trabalham na empresa familiar.
Coube a Rodrigo a honra de estar presente na cidade de Hong Kong no começo deste mês, quando o espumante Cave Geisse Nature 1998 foi apresentado pela Master of Wine e crítica de vinhos Jancis Robinson, na palestra 'Wine Future'. Foi a primeira vez que um vinho brasileiro entrou no concorrido ranking dos vinhos que representam o futuro da vinicultura mundial. Uma conquista e tanto para a Geisse e para os vinhos brasileiros em geral.
Todos os espumantes da Geisse são feitos pelo método tradicional (ou champenoise) variando apenas a composição de Chardonnay e Pinot Noir, as parcelas do terreno de onde vêm essas uvas e o tempo sobre as leveduras. Além de seus próprios espumantes (a linha tem seis produtos, mais um Moscatel) a vinícola faz espumantes para outras seis empresas.
Muitos conhecedores afirmam que os espumantes Cave Geisse são o que há de mais próximo em estilo e estrutura dos Champagnes originais. O que sei é que várias vezes eles já foram confundidos com Champagne em degustações às cegas (aqui e no exterior).
Mas eu acrdeito que comparações não são a melhor forma de se analisar um vinho. Eu acho que é mais correto dizer que os espumantes da Geisse estão entre os cinco melhores do país (talvez até entre os três) do método champenoise para meu paladar, o que não é dizer pouca coisa em um país que produz tantos bons espumantes.
Boa semana e bons goles!

2 comentários:

  1. Olá Silvia,
    show de bola a Cave Geisse em Pinto Bandeira, aqui no sul me parece que os consumidores estão em processo de sensibilização do paladar no que se refere a espumantes champenoise, pelo menos aqui na cidade pra grande maioria das pessoas que apresentei o espumante deles, não houve maiores empolgações....o pessoal aqui tá engatinhando no espumante...
    sábado que vem teremos uma primeira reunião pra criar uma associação de gastronomia de Montenegro, a idéia logo de cara é trazer um curso de serviços de vinhos aqui pra cidade..tomara que dê certo, por enquanto to num vôo solo defendendo o consumo do vinho em terras de cervejeiros..ehehehe..
    saludos
    Zzé Pinto
    jose@penadelsur.com.br

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  2. Oi Zzé!
    Parabéns pela iniciativa do clube de Montenegro. Conheço gente graúda da gastronomia do interior deste Brasil que começou assim.
    Pessoalmente acho que o paladar evolui e se o consumidor aceita bem o Moscatel, chegará o tempo em que aceitará bem o Brut e o Nature também.
    O legal mesmo é ter diversidade, um espumante para cada ocasião e para cada paladar. Provar e encontrar aquele que 'conversa' melhor com a gente no determinado momento de vida.
    Grande abraço!

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