Colheita 2016

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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"Por que as francesas não engordam" ou "Por que só o Clint Eastwood é unanimidade"

Ontem à noite, atendendo a um irrecusável convite da Alessandra Casolato, cinco jornalistas se reuniram no restaurante Allez, Allez! do chef Luiz Emmanuel para uma noite deliciosa!
Éramos duas razoavelmente seguidoras do estilo de vida 'Amy Winehouse', embora sem passagens conhecidas por centros de reabilitação e delegacias, duas vegetarianas disfarçadamente bem comportadas e eu - que bem poderia ser a mamma da Amy Winehouse... sem o prontuário, claro.


Da esquerda para a direita: Alessandra Casolato, Alessandra Kianek, Flávia Marcondes, Joana Cunha e eu.
Nos reunimos pois a proposta era ver se a culinária clássica do chef Luiz pode ser adaptada para duas vegetarianas e acompanhada de vinhos intensos para todas as comensais.
Começamos bem, com um espumante Prosecco da Casa Valduga,  sorvido com a Vichyssoise cremosíssima - fria para umas e quente para outras.
Na sequência provamos mix de cogumelos ao vinho do Porto, acompanhado do perfeito Gran Reserva Extra Brut 2004, também da Casa Valduga.


Alessandra Casolato, que levou os vinhos da Valduga e também da importadora Cantu, apareceu com uma surpresa, o Herú, um Pinot Noir da Ventisquero chilena, da safra 2007. Um vinho delicioso e surpreendente que nos fez pedir o auxílio do sommelier para escolher o prato seguinte.
As vegetarianas ficaram com o trigo bulgur com castanhas, frutas secas e legumes - quase um risotto rústico e nós ficamos com o filé mignon ao poivre com batatas rústicas, mas pedimos também um pouco do trigo sem os legumes, pois achamos que aquela combinação daria boa música.


                

Também tínhamos para essa harmonização um dos ícones da Ventisquero, o Vértice 2006, uma combinação potente das uvas Carmenére e Syrah.
Foi aí que os paladares se dividiram e houve quem apreciasse mais o Herú ou o Vértice com o prato.
Como nada naquela mesa era assim tão sério, acabamos por definir que o Pinot Noir era um jovem 'modelo e ator' bonito, leve, sorridente e certamente uma linda companhia. De acordo com as idades das presentes, as identidades desse jovem se dividiram (Rodrigo Santoro, o Jack da série Lost e outros mais). Já o Vértice, mais encorpado e profundo, e ainda assim fresco e potente, foi chamado de um windsurfista quarentão ou cinquentão, experiente e atlético. Mas a identidade dele é que foi difícil de ser definida. Nomes como Brad Pitt, Richard Gere e Antonio Fagundes apareceram. Mas qual não foi a minha surpresa quando a unanimidade ficou por conta do ator e diretor americano Clint Eastwood. 
Gente! O homem está prestes a completar 80 anos... e foi a única unanimidade da mesa. Seja pelo estilo que não leva desaforo para casa (mas fala isso baixinho), pelo jeito de cowboy, pela inteligência ao dirigir filmes difíceis, pela capacidade de capturar a alma dúbia das mulheres bem casadas em "As Pontes do Madison" e por outros tantos motivos, nosso vinho Vértice, acompanhado de batatas rústicas, trigo bulgur com castanhas e o p-e-r-f-e-i-t-o filé ao poivre foi o Clint Eastwood da noite!


       

Para arrematar, como não conseguíssemos definir quais as sobremesas preferidas, pedimos as cinco do cardápio e fomos presenteadas com o Susana Balbo Intenso, um colheita tardia da uva Malbec, que fez bonito principalmente com o gateau de chocolate meio amargo. Todas provamos todas as sobremesas com nosso vinho e esse, doce, feminino, ficou sem identidade artística, coisa que ficará pendente até o próximo evento do clube 'Clint Eastwood de Vinhos'.




Sinceros agradecimentos à equipe do Allez, Allez!, ao chef Luiz e ao sous-chef, ao sommelier e ao maitre e principalmente à Alessandra Casolato por ter nos proporcionado uma noite maravilhosa como essa!
Let the cowboys ride!

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