No final de semana passado encerrou-se em Gramado (RS), o Congresso da Sociedade Gaúcha de Cardiologia e, em um jantar que reuniu 150 médicos que presidem associações em todo o Brasil, foram servidos vários vinhos e espumantes nacionais, harmonizados com o cardápio criado pelo chef da Escola de Gastronomia de Flores da Cunha, Franco Gioeli. Os vinhos foram apresentados pelo enólogo Antonio Czarnobay, um dos mais importantes de vinicultura gaúcha e que ainda neste ano deve lançar o primeiro vinho com seu nome (ele trabalhou durante mais de 30 anos na vinícola Aurora).
Obviamente que esse jantar foi um sucesso e que os médicos presentes sabem dos benefícios do consumo moderado e consciente do vinho para a saúde, principalmente seu fator protetivo de algumas moléstias do sistema cardiovascular.
No entanto, esta postagem tem outro objetivo.
Provavelmente os leitores que passam aqui todos os dias sentiram falta de minhas notícias e isso tem duas explicações. Uma delas é prática pois eu estive fora do escritório quase todos os dias da semana e outra é o mote desta mensagem: estou sem beber nada de álcool desde o jantar da última 3a feira com as jornalistas.
Como tenho o privilégio de 'ser paga para beber em serviço' tenho que cuidar de meu corpo muito mais do que as pessoas que bebem 'socialmente' - embora eu conheça algumas pessoas que o 'socialmente' parece profissão, dado o volume que ingerem.
Então, a cada mês que eu sei que terei compromissos demais com o mundo dos vinhos, eu dou ao meu corpo uma merecida (e necessária) folga. Ela começa pela ausência total de álcool - refrigerantes praticamente inexistem em minha vida - e por alguns cuidados reforçados na dieta. Isso inclui comer menos carnes (todas, inclusive aves e peixes), ingerir mais verduras verde escuro e frutas cítricas e reforçar os alimentos hoje conhecidos como 'funcionais', tais como grãos integrais, vegetais com licopeno, azeite de oliva etc.
Sim, sou um pouco freak com alimentação. Sou daquelas pessoas que verificam a quantidade de sódio nos alimentos comprados prontos, que faz o que pode para não consumir nada que tenha glutamato monossódico (o realçador de sabor) e que evita totalmente qualquer espécie de gordura trans.
E ainda assim vivo no mundo da obesidade. Mas como diz minha endocrinologista, sou uma gorda saudável, com todos os indicadores (colesterol, triglicerídeos, glicemia, enzimas de fígado e pressão sanguínea) dentro da normalidade.
Por isso posso continuar bebendo com cuidado.
E aqui que quero frisar bastante: CUIDADO. Vinho é excelente, uma cerveja gelada no ponto certo é uma delícia, um coquetel bem feito é um luxo. Mas todos eles contêm álcool, que em determinada medida é veneno para o corpo.
Aliás, nas palavras de Hipócrates, o pai da Medicina, "Que a Comida seja teu alimento e o Alimento a tua Medicina".
Portanto, não se descuidem. Façam uma visita de 'cortesia' para com vocês mesmos ao seu médico ao menos uma vez ao ano. Controlem a ingestão de bebidas alcoólicas e gaseificadas, não exagerem nos doces e nem no sal, caminhem um pouco regulamente, evitem o cigarro a qualquer custo, convivam com pessoas de bem e afastem-se das pessoas nocivas. Alimentem-se com sabedoria e bebam muita água.
Estar vivo já é um privilégio, mas conservar a saúde é nossa obrigação diária, pois só com ela estamos livres para fazer o que desejamos e o que precisamos. E ademais, alimentar-se bem é mais barato do que comer porcarias, só que exige um pouco de dedicação. Ela não é para mais ninguém senão para você mesmo, e para as pessoas que lhe querem bem e desejam desfrutar de sua companhia com uma boa taça de vinho por muitos anos.
E não se esqueçam: a única diferença entre o remédio e o veneno é a dose.
Bebam com inteligência!
Sim, taça vazia para em pé!
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