Na foto ao lado está o patriarca Plínio Pizzato, pai de Flávio, Flávia e Jane, todos envolvidíssimos com o negócio da família, que é plantar uvas e fazer vinhos. Bons vinhos!
Sábado passado os Pizzato receberam, em sua propriedade no Vale dos Vinhedos, um grupo de turistas que veio participar do último dia de festa da colheita da vinícola.
Na verdade, as uvas finas deles já foram todas colhidas, mas a festa aconteceu assim mesmo, sob um pequeno parreiral de uvas de mesa, conservado por 'seu' Plínio para que as pessoas possam colher uvas na festa e conhecer a diferença entre um parreiral em 'latada' e um parreiral em 'espaldeira'.
Essa parte das terras da família é onde ficam as parreiras da uva Egiodola, com mais de 17 anos, plantadas por Plínio a partir de mudas que ele trouxe do Uruguai há mais de 20 anos.
Plínio é um homem simpaticíssimo, forte, determinado, mas com uma doçura impressionante no olhar, no trato com as pessoas e com as parreiras, sua lida e dedicação diária.
Tanto os parreirais do Vale quanto os da propriedade de Dr. Fausto, estão sob o olhar atento e cuidados dele, uma vez que a família ficou famosa até o começo da década de 1990 somente por vender excelentes uvas. "Era muito mais fácil" conta Plínio com um sorriso maroto. "As pessoas me diziam que eu iria me arrepender de começar a fazer vinho, pois isso sim dava trabalho" lembra ele. E como dá trabalho. Todos os dias do ano, em anos de boa safra e em anos de safra difícil.
Mas nesse dia encontramos um Plínio relaxado, a colheita toda feita, as uvas sendo processadas pela equipe de enólogos chefiada por seu filho Flávio e ele podendo mostrar suas terras para gente que há muito não põe as mãos em uma planta, para gente que jamais comeu uva direto da parreira, para gente que aprecia o produto final, mas sem saber exatamente como ele é feito.
Plínio parece satisfeito quando nos leva até a cave escura, onde repousam algumas garrafas raras e nos mostra o fruto engarrafado da dedicação de sua família. Não se incomoda com as obras que estão acontecendo acima (finalmente a Pizzato está construindo instalações mais elegantes, para combinar com a qualidade de seus vinhos) e nem com as dezenas de perguntas que faço. Sorri levemente, responde tudo e depois pede ajuda para encontrar uma caixa que contêm as primeiras garrafas de Chardonnay que a vinícola fez. "As pessoas vão dizer que vinho branco só se conserva bem se for amadeirado, este não tem madeira. Prove e depois me diga o que achou" pede Plínio.
Pego a garrafa emocionada. Não sei se terei coragem de beber. Mas sei que lhe devo uma resposta, então trago a garrafa para SP em minha bolsa de mão, ao lado de uma outra preciosidade deles sobre a qual falarei no próximo post.
Saúde família Pizzato! Vida longa e bons goles!
quinta-feira, 18 de março de 2010
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