Colheita 2016

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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Selo Fiscal - mais um capítulo

O selo fiscal foi aprovado e será implantado até o final deste ano.
Isso todo mundo do setor já sabe.
Que ia dar encrenca, todo mundo também já sabia.
Que foram utilizadas algumas manobras políticas possivelmente escusas para aprová-lo (não temos como provar e por isso não podemos acusar), também já era fato que corria a boca pequena.
Que o setor precisa ser fiscalizado e controlado, ninguém discorda, mas a polêmica está na maneira como isso está sendo feito, que até o momento parece pouco efetiva, burocrática e penalizadora dos pequenos.
O texto que reproduzo a seguir é do enólogo Luis Henrique Zanini, da Vinícola Vallontano Vinhos Nobres, do Vale dos Vinhedos. O único nome importante entre os enólogos do Vale que é capaz de se posicionar contra o selo de forma categórica. Os argumentos contra a posição dele afirmam que ele só faz isso por ter seus vinhos representados por uma grande importadora paulistana.
Não sei se é verdade e nem se é mentira. E escolho não opinar sobre isso.
Acredito que há muito mais nessa história toda do que a nossa filosofia de taça ISO é capaz de explicar.
De qualquer forma o texto dele é um relato sobre a reunião que ocorreu ontem, em Bento Gonçalves, entre os produtores, dirigentes de entidades do vinho e dois fiscais da Receita Federal encarregados de explicar o que vai acontecer de agora em diante.
Leiam e tirem suas próprias observações:

"Prezados Senhores, Senhoras, Amigos, Amigas e Simpatizantes...Ontem à tarde, como alguns de vocês devem saber - pois a imprensa às vezes é informada, às vezes não, de acordo com os interesses - houve uma reunião no CIC de Bento Gonçalves, com funcionários da Receita Federal para dirimir dúvidas dos produtores a respeito da implantação do Selo Fiscal; mais de 200 pessoas estavam no auditório, completamente lotado. 
A reunião foi tensa, complicada e mais uma vez o tiro acabou saindo pela culatra.
As entidades que organizaram o evento não imaginavam o que lhes esperava, ou seriam tão ingênuos achando que todos iriam chegar com sorrisos largos ao encontro, sentar e receber pacificamente o entulho de burocracia que teriam que levar para o seus empreendimentos. 
Para nós da UVIFAM nenhuma surpresa, pois sempre soubemos que a maioria estava contra o Selo.
O pessoal da Receita até tentou responder aos questionamentos, muitos deles ficaram sem resposta; e provavelmente estão mais indignados que nós, os contrários. 
São dois funcionários designados para atender 700 empresas. 
Não será nada fácil, será humanamente impossível até Novembro todas vinícolas implantarem o selo fiscal.
As pessoas e entidades que pediram o Selo, que certamente conseguirão transformar o nosso setor em um inferno em poucos meses, serão para sempre lembradas, inesquecíveis...
Mas voltando ao encontro, depois de situações prá lá de constrangedoras que os representantes da Receita passaram, (pois nada tinham a ver com a confusão dantesca em que o setor os meteu) ao final das explanações, um produtor de Garibaldi - ciente do cenário de caos em que as vinícolas serão mergulhadas até a efetiva implementação do selo - se levantou e calmamente perguntou quem daquela sala era a favor do Selo? 
Após alguns segundos de espera NENHUMA pessoa levantou o braço! 
Nem mesmo os presidentes das entidades que sempre apoiaram o Selo não tiveram coragem de defender a ideia que até um tempo atrás era a panicéia do setor!!! 
Sem nenhuma manifestação, o produtor foi ovacionado com palmas por TODOS os participantes - exceto as diretorias das entidades e os funcionários da Receita.
Diante desta demonstração, estamos fazendo um apelo, caso algum político bem intencionado queira mesmo ajudar o setor, por favor, lute pela ampliação dos prazos de implantação do Selo. 
Começar a aplicação do Selo em Novembro, no período forte das vendas para final de ano, é outra barbárie contra o produtor.
Ontem, para quem estava com alguma dúvida, mostramos que a maioria produtora foi derrotada por uma minoria que usou vergonhosamente o poder político e se escondeu covardemente atrás de entidades.
Como dizem os italianos, criamos o Ufficio Complicazione per Cose Semplice, ou, o Setor de Complicação para as Coisas Simples, Buona Fortuna a Tutti!
Luiz Henrique ZaniniUVIFAM -União Brasileira das Vinícolas Familiares e Pequenos Vinicultores"




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