1-Mesa posta para o almoço (quase 4 da tarde) na Vinícola Ventisquero no Chile, a foto seguinte mostra o enólogo Alejandro (criador da linha Ramirana), durante a degustação dos vinhos antes do almoço.
2)Mesa posta para o almoço nos jardins históricos da vinícola Undurraga e mesa posta para o jantar na vinícola Casa Porta, ambas no Chile. A Casa Porta foi a primeira residência oficial de um presidente chileno.
3) Grupo tomando aperitivos antes do almoço nos jardins da vinícola Villaggio Grando em Santa Catarina e o parreiral histórico da Casa Valduga no Vale dos Vinhedos, onde convidados tomam café-da-manhã e jantam no dia da festa da Vindima.
O que todas essas imagens têm em comum? São bonitas, claro, mas mostram algo que nossos amigos latino-americanos já fazem com razoável facilidade e que no Brasil ainda é raro.
Eles recebem as pessoas em suas vinícolas mostrando o que há de mais belo, juntando seus vinhos, a natureza, a boa culinária e uma coisa que quanto mais simples, mais difícil é de alcançar: elegância.
Tenho grande respeito por algumas coisas da cultura norte-americana, como sua capacidade de mobilização para catástrofes e festas, seu respeito pelo dinheiro e sua rapidez em transformar fatos em marketing. No entanto, tudo isso tem um 'down side' que se revela na massificação, bem clara nos restaurantes e hotéis de rede, onde se pode dormir na China e no Peru com os mesmos lençois da Sears.
O mundo do vinho vem sofrendo com isso também, já é visível como parte do processo de 'parkerização'. Não tenho nada específico contra o crítico americano, até porque sei o quão difícil é emitir uma opinião pública e manter-se firme em relação à ela (é sempre mais fácil criticar os críticos, sendo que não é a 'sua' opinião que está sendo julgada). Mas observo que algumas vinícolas tendem a abandonar os detalhes que a transformam em algo único em favor de um mercado mais abrangente. É importante fazer com que as duas coisas convivam em harmonia, essa é uma das características da elegância.
O aviso que quero deixar é para que as vinícolas nacionais não se esqueçam de que nós brasileiros somos um povo carinhoso, que gosta de aconchego e atenção. Então, antes de formar imensos grupos de enófilos e jornalistas e colocá-los em uma churrascaria rodízio, pensem - por exemplo - em armar mesinhas no jardim de suas vinícolas (afinal deveria ser o que de mais belo vocês têm para mostrar).
Antes de transformarem suas lojas de varejo em supermercados, ajeitem alguns lugares na varanda, para aqueles consumidores que já compram seus vinhos em suas residências, mas querem aproveitar aquele clima de vinícola, aquele ar puro por mais alguns instantes.
Cresçam, mas sem perder de vista de onde tudo isso vem: da natureza, das mãos humanas transformadoras, da persistência e do talento.
Bons Goles e bom final de semana!
:-)
ResponderExcluirParabéns pelo blog!! E obrigado pela lembrança do bares e futilidades!
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