Costumo dizer que uma das razões para eu não virar vegetariana (ainda não, mas um dia com certeza) são os bons porcos. Nada de filhotes, que me perdoem os apreciadores de leitões...
Nessa minha última viagem ao Vale dos Vinhedos tive uma oportunidade muito especial de conhecer um casal mineiro trazido ao vale especialmente para o evento da Pizzato.
Carlos e Lilia Chiari são donos de um buffet em BH, mas isso não é o mais importante. Eles são donos de uma salumeria e panetteria e nos trouxeram alguns de seus produtos para provarmos antes do almoço feito por Giovana, esposa do enólogo Flávio Pizzato.
Na foto ao lado estão duas coisas muito especiais: uma garrafa do vinho Concentus Pizzato de sua primeira safra de 2002 (que Jane Pizzato nos ofereceu por estar ela mesmo impressionada com a longevidade do vinho) e um prato meio cheio meio vazio das delícias dos Chiari.
Prosciuto Crudo, pernil traseiro de porco curado com sal nos melhores moldes da cidade de Parma,
Speck, presunto típico do Alto Adige, com muitos condimentos e defumação a frio,
Capocolo, a verdadeira copa, preparada com os lados do pescoço do porco e um salame com mais de três meses de cura, firme, denso e marcante.
Para acompanhar, duas outras especialidade de Chiari, servidas por ele mesmo:
foccacia e
ciabatta, ambos os pães preparados com fermento natural de maçãs.
Nesta semana, naquele almoço do Parigi, me perguntaram do que eu gostava, uma vez que não sou tremendamente fã de doces, praticamente não como queijos e rejeito vários tipos de carnes, incluindo a da moda (o cordeiro). Minha resposta foi: gosto de vinho, de pão, de azeite e de maçãs verdes. Entre tantas outras coisas, claro.
Mas um pouco dessa resposta veio de uma aprecição que tenho tido (e da qual meu marido compartilha felizmente) das coisas mais simples (não simplórias e nem mal feitas). Um vinho honesto, um bom azeite, um pão fresco e perfumado, frutas doces naturalmente, hortaliças e verduras crocantes, água fresca, carnes que não precisam de subterfúgios e massas delicadas, que nada pesam na boca nem na barriga.
É bem mais difícil do que parece.
Felizmente para o pessoal da Chiari não parece ser. Os produtos mineiros me deixaram impressionada, acompanhados de uma conserva de cebolas com aceto balsâmico e uma leve caponata feitas pela chef Giovana, compuseram com os vinhos da Pizzato uma refeição inesquecível.
Na última foto, Carlos Chiari serve sua foccacia, cortada com tesoura diretamente da forma ainda morna. A vida realmente não fica muito melhor do que isso...
O site da família Chiari é: www.chacarachiari.com.br